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O culto da maternidade divina - Áudio book Português. O estado, a qualidade de apóstolo, contém uma dignidade tão grande, que Nosso Senhor dizia para seus primeiros discípulos: “Para vós, sentareis …Mais
O culto da maternidade divina - Áudio book Português.

O estado, a qualidade de apóstolo, contém uma dignidade tão grande, que Nosso Senhor dizia para seus primeiros discípulos: “Para vós, sentareis sobre doze tronos, a fim de julgar as doze tribos de Israel”.
Mas o estado de Mãe de Deus é uma dignidade tão alta, que não é possível ao próprio Deus de conferir uma dignidade mais alta a uma simples criatura.
Maxima gratia conferibilis criatura pura
“Depois de Deus, dizia Alberto, o Grande, não há nada de tão grande que ser Mãe de Deus”.
O título de Mãe de Deus, sobre o qual, segundo São Pedro Damião, só se deve deter, tremendo, o olhar de sua alma, é o fundamento inabalável de todo culto que a Igreja rende à Santíssima Virgem.
O título, do qual somente Deus conhece a excelência e o preço, submete, à augusta Maria, o céu e a terra.
Aquele que fez a lei, que manda a um filho de honrar sua mãe, não quis dessa lei se subtrair.
Aquele que ditou a Salomão essas palavras: “Meu filho, não vos afaste jamais da lei que vos prende ao respeito que é devido à vossa mãe”.
Poderia esquecê-la a respeito de sua bem-Aventurada Mãe?
Aquele que disse: “Não esqueças os gemidos de sua mãe”, poderia esquecer as dores e os gemidos de Maria ao pé da Cruz?
Coisa admirável!
O primeiro, o mais devotado, o mais fervente servo da augusta Mãe, é Nosso Senhor Jesus Cristo.
O Homem-Deus dizia, falando de seu Pai: “Meu Pai é maior que eu”.
“Meu alimento é fazer a vontade de meu Pai”.
“Eu faço sempre o que agrada a meu Pai”.
Ora, o santo Evangelho nos ensina que o Verbo encarnado era submisso à sua bem-Aventurada Mãe, e a São José.
O culto da beata Mãe de Jesus foi inaugurado em Nazaré, em Belém; e este culto de piedade filial, de ternura e de amor obediente, foi praticado pelos filhos de Deus, tornados os filhos da gloriosa Virgem Maria.
Deus, segundo o pensamento do grande Apóstolo, habita uma luz inacessível.
Seu tabernáculo está estabelecido além de todos os céus, nas esferas altíssimas, que nem o anjo, nem nenhuma criatura saberia chegar.
Os mundos desaparecem, diante a face do Senhor, como grãos de areia diante uma tempestade.
O próprio universo foge, como um átomo, e se precipita diante a majestade do Altíssimo.
E esse grande Deus, que está assentado sobre os Querubins, encontrou o segredo da submissão e da obediência.
Jesus nasceu da Virgem Maria.
Tudo o que um filho deve de respeito, de ternura filial àquela que lhe deu a luz, o Verbo encarnado dá a sua augusta Mãe.
O Filho de Deus se fez o filho da mulher.
Ele veio de uma mulher.
Ele amou, venerou; Ele ama, honra há 20 séculos, no seio de todas as grandezas e de todas as glórias, a humilde Virgem que o carregou em seu seio.
E as seitas heréticas nos criminalizam por imitar, em nossas homenagens, em nossos respeitos e em nosso amor, o Filho único da bem-Aventurada Virgem, que não é outro senão o Filho único de Deus, o Pai.
Essas seitas se escandalizam se nos fazemos os imitadores do Homem-Deus, em consideração de sua augusta Mãe.
Esse zelo infernalmente hipócrita das seitas modernas é somente o fruto do ódio invejoso que Lúcifer jurou à Virgem imaculada, e que ele enxerta na alma de todos aqueles que se enrolam sob sua bandeira impura.
Se Deus nos conceder a graça de contemplarmos, um dia, nos reinos celestes, os esplendores do qual o Rei de glória cercou o trono onde sua bem-aventurada Mãe está assentada, compreenderemos toda a profundeza e toda a perversidade deste ódio incurável que a serpente antiga devotou, para sempre, a mais humilde das virgens; e que, sob a inspiração de Satanás, parece ter atingido no seio das seitas heréticas e nas lojas da Maçonaria, seu último grau de exaltação.
A Santíssima Mãe de Deus, honrada pelo Verbo, feito carne nela, com um culto de piedade, de obediência e de submissão filial, tem um direito necessário às homenagens e aos louvores de todos os espíritos angélicos.
O cetro da realeza universal da augusta Mãe de Deus plaina sobre o mundo dos puros espírito.
Os anjos, seja de qual hierarquia eles pertençam, se alegram em erguer o império desta Rainha que eles conheceram, amaram ao saírem das mãos do Criador, e da qual eles cantarão eternamente os louvores na Jerusalém celeste.
A realeza da Santíssima Virgem sobre as tribos angélicas é saudada pela Igreja em seus cantos litúrgicos.
“Salve, Rainha dos céus, exclama a Esposa do divino Filho de Maria; salve, Senhora dos Anjos!”
O trono sobre o qual a mais humilde das servas do Senhor está assentada ultrapassa, em elevação, os tronos dos Serafins.
Ele os excede de toda elevação e de toda majestade que separa uma rainha de seus súditos.
E isso não é dizer em demasia, pois a dignidade de uma rainha, e da mais magnífica das rainhas, não pode fornecer uma ideia da majestade e da elevação desta augusta Mãe de Deus, que foi carregada pelos Anjos nas esferas mais elevadas dos reinos celestes.
O culto da maternidade divina, tão caro aos anjos e a todos os eleitos, tão popular no seio da Igreja, amarga de uma forma contundente as legiões infernais.
O nome de Maria é um nome cuja a majestade os irrita e os esmaga.
É o invencível poder da Mãe de Deus sobre as tribos rebeldes que o mais magnífico dos reis celebrava em seu santo cântico: “Temível como um exército em ordem de batalha”.
As glórias da maternidade divina, o culto cujo universo cerca os altares da Virgem imaculada, eis o suplicio que tortura, acima de todos os suplícios, o inextinguível orgulho de Lúcifer e dos espíritos de trevas, cúmplices de seu ódio e de sua inveja.
Eles não quiseram subir ao céu da glória tomando a rota traçada pela Rainha dos humildes.
Eles não quiseram se fazer os servos devotados e os súditos submissos da mulher divina, da verdadeira Mãe dos vivos, da doce reparadora do universo; e agora eles alimentam, no fundo dos infernos, um ódio eterno contra Aquela cuja humildade […] crava o arcanjo soberbo no patíbulo de uma eterna desesperança.
Que uma mulher, que a mais humilde das virgens tenha se tornado Mãe de Deus; que esta humilde serva do Senhor seja, depois de Deus, o objeto do culto mais universal, mais popular; que este culto tenha por fundador e por primeiro discípulo o Filho de Deus tornado o Filho de Maria, não há aí um suplicio sem igual aos olhos do arcanjo caído, a desesperança rigorosa e a incompreensível justiça?
O dogma da maternidade divina legítima, compreendestes, meus caros irmãos, todas as invenções da piedade e do reconhecimento.
Longe de ultrapassar os limites de uma severa ortodoxia, a Igreja, expandindo, de época em época, o círculo litúrgico das glórias da augusta Mãe de Deus, só cumpre o oráculo descido da boca virginal da Rainha dos profetas: “Porque Ele olhou a humildade de sua serva, por isto, eis que todas as gerações me chamarão bem-Aventurada”.
O culto que prestamos à Santíssima Virgem repousa sobre o mistério de suas grandezas.
Todas as grandezas, todos os privilégios da augusta Maria encontram sua raiz no mistério da encarnação.
Esse mistério de incompreensível caridade une Deus ao homem e o homem a Deus, pela conexão de uma personalidade divina.
Do alto de seu trono, o Verbo feito carne derrama sobre sua divina Mãe um oceano de glória.
A maternidade divina da Virgem imaculada se liga radicalmente ao ato da encarnação; e é por isso que o culto que a Igreja presta à bem-Aventurada Mãe de Jesus Cristo é um raciocínio necessário, uma conseqüência lógica do culto de adoração que prestamos a Jesus Cristo.
Adorar Nosso Senhor Jesus Cristo, e não prestar à sua Mãe imaculada o culto mais elevado depois do seu, seria um atentado contra o próprio Homem-Deus.
Recusar à Santíssima Virgem um culto especial, um culto à parte, o culto mais próximo daquele de Deus, assim como a dignidade de Mãe de Deus é a dignidade mais próxima daquela do Cristo, seria ferir o coração de Jesus no lugar mais sensível de sua ternura filial.
A devoção para com a Santíssima Virgem é uma conseqüência do dogma de suas glórias.
Esta devoção é o fruto mais belo e mais doce de sua maternidade divina.
Esta devoção germina infalivelmente em toda alma verdadeiramente cristã.
O mistério mais assustador dos tempos que vivemos, é este ódio hereditário entre as seitas heréticas e ímpias pelo culto de piedade, de confiança filial, de ternura e de amor, no qual cercamos os altares da Bem-Aventurada Mãe de Deus.
Esse fenômeno moral apavora a alma. Nenhuma inteligência humana conceberia tal possibilidade, se a fé não nos desvendasse o mistério da ação incessante dos espíritos de trevas sobre todos os que desertam da bandeira da Igreja romana, para se enrolarem sob a bandeira do rei dos soberbos.
A Suíça, o Piemonte, a Inglaterra, as seitas maçônicas e toda a Europa, assombraram o mundo por blasfêmias e por ultrajes que seriam inexplicáveis, e mesmo incompreensíveis, se o pacto satânico, que acorrenta todos os filhos da anarquia às legiões infernais, não nos desse a chave deste desvario.
Para nós, meus caríssimos irmãos, instruídos sobre a escola dos ímpios, compreendemos porque o culto grandioso da Virgem Imaculada só provoca, no campo dos inimigos da Igreja, esses esforços impotentes, e estas blasfêmias do desespero, porque a devoção à Mãe de Deus é a arca de salvação preparada para seus servos e para seus filhos no meio do dilúvio de crimes que cobre a terra. Ergamos, em nossa alma, um altar à nossa Rainha poderosa e bem amada.
Trabalhemos com todas as nossas forças para espaçar, se é possível, os limites de seu império terrestre.
Aportemos nossa modesta espiga à grande gavela de suas glórias.
Asfixiemos, por nossas aclamações e por nossos louvores, as execráveis blasfêmias e os sacrilégios impiedosos dos inimigos de seu nome.
Peçamos, à nossa fé e ao nosso amor, cânticos novos e novas homenagens para bendizer, para louvar sem medida e sem fim a Mãe de Deus e a Mãe dos homens. Amém.