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Escavações em "New Gate" de Jerusalém. Jerusalém, a região de Porta Nova como é hoje, com novas ruas e a nova praça no cruzamento com Jaffa Road,... e como era ontem... Um passado não muito distante …Mais
Escavações em "New Gate" de Jerusalém.

Jerusalém, a região de Porta Nova como é hoje, com novas ruas e a nova praça no cruzamento com Jaffa Road,... e como era ontem...
Um passado não muito distante, que recentemente reemergiu à mente depois que os trabalhos de construção da nova linha de trem de Jerusalém trouxeram à luz, entre outras coisas, os restos de um convento destruído durante a guerra de 1948, o das Irmãs Reparadoras, uma ordem contemplativa que se dedica também a obras de caridade.
Quem nos conta a história, pouco conhecida, desta parte da cidade que no final de 1800 era conhecida como o “bairro francês” de Jerusalém é Gerald Finkelstein, arqueólogo de Israel Antiquities Authority, que conduziu as escavações.

“Encontramos edifícios que estavam nas duas partes da Porta, e onde estamos agora havia o convento das Irmãs de Maria Reparadora. Atrás de mim, edifícios com habitações e lojas para peregrinos, já na direção da Porta de Damasco se encontra a escola franciscana para crianças.”

Filkenstein descobriu que perto do convento havia inúmeras lojas de souvenir para os peregrinos cristãos. E no seu escritório nos mostra o que encontrou durante as escavações, o que demonstra – entre outras coisas – que pouco mudou no comércio de souvenirs dos últimos 60 anos: crucifixos, terços, medalhas, cruzes da Terra Santa, perfumes... Foram encontrados também muitos projéteis, partes de canhão e o apito (que ainda funciona!) de um policial inglês. Testemunhos de vida, sepultados sob os escombros na destruição de 1948.

“Toda esta região é muito importante para a história do Catolicismo do século 19 e também para a história de Israel, porque aqui se consumou o conflito árabe de 1948. De fato, estamos justamente situados naquele que em 48 era o ponto de passagem entre a parte árabe e a parte judaica. O convento estava aqui com outros prédios... e foram os únicos prédios cristãos a sofrerem durante a guerra.”
“Infelizmente se encontravam no lugar errado.”

Os dias de maio de 1948 foram cruciais para as Irmãs Reparadoras, em especial para as que tiveram que abandonar o convento para se reparar no Patriarcado Latino e, depois, no Hospital francês, do outro lado da rua. A história desse mosteiro, que foi construído em 1888, é contado por Larry Collins e Dominique Lapierre no monumental trabalho “Jerusalém” sobre os dias da guerra. “Ninguém entre os religiosos da época – lê-se – teve a vida assim tão destruída como aquelas 29 irmãs de clausura, que tiveram o grande azar de viver naquele que foi, provavelmente, o edifício mais exposto de toda Jerusalém”.
Agora, por necessidades urbanas, tudo já foi coberto, mas o importante – destaca Finkelstein, que está escrevendo um detalhado relatório histórico, - é que foram considerados “achados arqueológicos” edifícios que remontam a 1888. Uma contribuição importante para as páginas da história recente, inclusive cristã, de Jerusalém.