Ex-ministra acha que seu partido, a Rede, é identificado como “um puxadinho do PT” (Crédito:Vagner Campos)

Em conversas com colegas parlamentares, a ex-senadora Marina Silva tem se mostrado preocupada com os rumos de seu partido, a Rede Sustentabilidade. Diante das pesquisas que mostram sua pré-candidatura estagnada nas intenções de voto, ela atribui o mau desempenho à rejeição que a Rede estaria sofrendo principalmente em alguns setores da classe média. Marina avalia que essa faixa do eleitorado passou a identificar o novo partido como “um puxadinho do PT”, o que acabou por respingar em sua imagem. Um dos fatores que levaram os eleitores a vincular a Rede ao PT, segundo ela, seria a postura agressiva do deputado Alessandro Molon e do senador Randolfe Rodrigues. Daqui para frente, Marina quer promover mudanças. Vai abrir espaço para políticos de perfil mais moderado.

Modelito

A estratégia de Marina parte da seguinte premissa: os eleitores estão atrás de novos nomes, que não tenham sido contaminados pelos vícios da política. Mostram-se refratários aos tradicionais quadros da vida nacional. Embora tenha sido ministra no primeiro governo Lula e senadora pelo PT, Marina acredita que pode se enquadrar nesse figurino.

Um vice

Marina já está sondando gente de fora do meio político para compor a futura chapa da Rede na disputa da Presidência da República. Nessa tarefa, tem dado preferência a nomes do Judiciário. Já conversou com o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa e também com Carlos Ayres Britto, ex-ministro do Supremo. Hoje, a balança pende para Ayres Britto.

Votos do crime organizado

Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, reuniu-se com o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, para discutir ações que coíbam o envolvimento de organizações criminosas no processo eleitoral. O maior temor de Jungmann é com a influência dos traficantes nas eleições do Rio de Janeiro. Como primeira medida contra o uso de dinheiro ilícito, o TSE pretende realizar o monitoramento online das doações.

Rápidas

* O ministro Edson Fachin, do STF, considera que a extinção do foro privilegiado é o melhor caminho para a aplicação justa da lei penal. Em palestra em Porto Alegre, ele afirmou que “o foro privilegiado é uma exceção não justificada no sistema republicano”.

* Ganha corpo, no Congresso, uma articulação para lançar o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, na disputa pelo governo do Rio de Janeiro em 2018. Quem o apoia acredita na força dos votos da nação rubro-negra.

* Segundo a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira, divulgada pela CNI, oito em cada dez brasileiros concordam que cotas em universidades e em concursos públicos ajudam as pessoas a sair da pobreza e vencer na vida.

* O BID está oferecendo a capacitação on line gratuita “Gestão de Projetos de Desenvolvimento” a partir do dia 19/10. É a primeira em português dedicada a otimizar projetos de gestão. Mais de 5,8 mil pessoas já se inscreveram.

Retrato falado

RICARDO BASTOS/HOJE EM DIA/FUTURA PRESS

“Eu sei que estou lascado. Todo dia tem um novo processo contra mim”

Ao participar do Seminário em Defesa da Educação Pública em Brasília, o ex-presidente Lula fez o que sempre faz: atacou o Ministério Público e a Polícia Federal e disse que está pronto para rebater as acusações. Mas surpreendeu a plateia ao admitir que sua situação na Justiça é bastante delicada, pois já é réu em sete ações. Por sinal, também esteve no evento o ex-ministro Fernando Haddad. Ele é apontado como o Plano B do PT, caso Lula seja impedido de se candidatar.

Toma lá dá cá

Arquivo / Agência O Globo

SÉRGIO ZVEITER, DEPUTADO FEDERAL (PODE-RJ)

Qual será seu voto na sessão que vai analisar a denúncia contra Temer?
Quanto à obstrução de justiça, estou convencido de que há fortes indícios da prática do crime. Vou declarar o voto a favor da autorização para que o STF possa apurar os fatos.

O que achou do relatório do deputado Bonifácio de Andrada?
Achei infelizes as críticas feitas ao Judiciário, ao Ministério Público e a PF que têm prestado um grande serviço no combate
à corrupção.

Se o senhor fosse o relator, de que forma votaria?
Votaria pelo deferimento da autorização para a investigação do crime de obstrução de justiça.

Na alça de mira

A CPMI da JBS está para votar um requerimento do relator Carlos Marun (PMDB-MS), pedindo a convocação do criminalista Pierpaolo Bottini para prestar depoimento. Ele é advogado de Joesley Batista e foi flagrado num bar de Brasília com o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O encontro aconteceu um dia após o STF decretar a prisão de Joesley. “A convocação se justifica no fato de buscar esclarecimentos quanto ao encontro ocorrido entre o Bottini, um dos advogados constituídos para defesa do grupo JBS, e o procurador-geral da República”, explica Marun. Na ocasião, a PGR garantiu que Janot e Bottini “não trataram de assuntos profissionais”.

Bateu no fundo

Senador pelo Distrito Federal, sem partido desde fevereiro de 2016 quando deixou o PDT, José Antônio Reguffe votou contra a criação do Fundo Eleitoral, por considerá-lo inaceitável diante dos problemas da saúde pública. “Criar um fundo de R$ 2 bilhões para custear campanhas políticas é um escárnio”, afirma.

Pedido alto

TASSO MARCELO

Quando esteve no Palácio do Planalto com Michel Temer há duas semanas, o empresário Nelson Tanure traçou um cenário bastante ameaçador no caso de a Anatel decretar intervenção na Oi. Advertiu que a interrupção dos serviços da Oi traria graves problemas para o país e pediu apoio do presidente à renegociação da gigantesca dívida da operadora.

Pela culatra

Temer ficou preocupado, mas, em lugar de atender ao pedido do empresário, decidiu criar um grupo de trabalho com os órgãos oficiais envolvidos na questão, desde o BNDES até a Anatel. Sua determinação é fazer o possível para manter a operadora em atividade e buscar interessados em realizar novos investimentos na Oi. Não é o caso de Tanure.

Por exigência do novo cargo

MARCOS CORREA

Grace Mendonça, titular da Advocacia-Geral da União, viu-se forçada a entrar em contradição. Quando era secretária-geral do Contencioso da AGU, emitiu parecer a favor do direito de o STF punir parlamentares. Agora, defende posição oposta. Sua justificativa: hoje ela segue a orientação do presidente Temer.