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Eduardo Bolsonaro critica liberação de recursos para restauração da Basílica da Natividade

Congresso aprovou doação de R$ 792 mil para obras em igreja em Belém, na Cisjordânia
Basílica da Natividade
Basílica da Natividade

BRASÍLIA — O Congresso Nacional aprovou na noite de terça-feira uma doação de R$ 792 mil  para a obra de restauração da Basílica da Natividade, na cidade de Belém, na Cisjordânia. A Basílica da Natividade é um dos templos cristãos mais antigos ainda em uso no mundo.

A aprovação do crédito em favor do Ministério das Relações Exteriores foi criticado pelo filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro. Pelas redes sociais, o deputado considerou que "em virtude da falta de controle há sério risco de essa verba ir parar em grupos terroristas da região".

A Basílica da Natividade teve sua estrutura construída a partir do século IV no local onde, segundo a tradição cristã, nasceu Jesus. Ela fica em Belém, território palestino, a cerca de dez quilômetros de Jerusalém. A igreja foi declarada patrimônio mundial da Unesco em 2012.

A agência da ONU para a Educação, Ciência e a Cultura, no entanto, afirmou que a igreja estava em situação de risco, o que levou à elaboração de um projeto de restauração do governo palestino com as três igrejas cristãs presentes no edifício — greco-ortodoxa, armênia e católica romana —, sob a supervisão da Unesco. Países como o Brasil, França, Espanha, Itália e Chile prometerem ajudar a financiar a sua recuperação.

Ao todo, o Congresso Nacional aprovou uma série de projetos que abrem créditos suplementares de R$ 17,14 bilhões para órgãos do Executivo, para empresas públicas e para o Ministério Público da União. Todas as matérias seguem para a sanção presidencial.

Recentemente Jair Bolsonaro afirmou que a embaixada da Palestina em Brasília poderá ser removida do local em que foi construída, pois o futuro presidente considera que ela está muito próxima do Palácio do Planalto. Por motivos de segurança, alegou, ela não poderia estar ali. O terreno no Setor de Embaixadas Norte foi doado pelo governo brasileiro em 2010 e a inauguração se deu em 2016. Ela fica em frente à Procuradoria-Geral da Justiça Militar e ao lado de outras representações diplomáticas, como as de Marrocos, Egito, Coreia do Sul, Costa do Marfim e Armênia.

Além disso, Bolsonaro também mencionou uma possível mudança da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém — possibilidade que deixou em alerta a comunidade árabe, tendo em vista que Jerusalém é disputada pelos dois povos e não é reconhecida pelas Nações Unidas como capital de Israel. Os palestinos esperam ver, um dia, a capital de um futuro Estado instalada na parte oriental da cidade.

*Estagiário sob supervisão de Francisco Leali