terça-feira, 21 de maio de 2024

Nur ad-Din: exemplo de despota islâmico
zelota contra o cristianismo

Nur al-din, Sultão de Damasco, foge num animal de carga dos cavaleiros Godfrey Martel e Hugh de Lusignan o Velho
Nur al-din, Sultão de Damasco, foge num animal de carga
dos cavaleiros Godfrey Martel e Hugh de Lusignan o Velho



Nur ad-Din, filho de Zenghi, que se havia apoderado da cidade de Edessa, antes da segunda Cruzada, tinha herdado as conquistas de seu pai e as tinha aumentado com seu valor.

Ele foi educado por guerreiros que tinham jurado derramar seu sangue pela causa do profeta; quando ele subiu ao trono, lembrou a austera simplicidade dos primeiros califas.

“Nur ad-Din, diz um poeta árabe, unia o heroísmo mais nobre à mais profunda humildade. Quando ele orava no templo, seus súditos julgavam ver um santuário em outro santuário.”

Ele encorajava as ciências, cultivava as letras, e procurava fazer florescer a justiça nos seus territórios.

Nur al-din, túmulo em Damasco
Nur al-din, túmulo em Damasco
Seu povo admirava-lhe a clemência e a moderação; os mesmos cristãos elogiavam-lhe a coragem e seu heroísmo profano.

A exemplo de seu pai Zenghi, ele se tornou o ídolo dos guerreiros pela sua liberalidade e sobretudo, por seu zelo em combater os inimigos do islamismo.

No exército que ele mesmo havia organizado e que o respeitavam como o vingador do profeta, ele conteve a ambição dos emires e espalhou o terror entre seus rivais.

Cada uma das suas conquistas, feitas em nome de Maomé, aumentava sua fama, como seu poder; de todas as partes os povos, atraídos pelo zelo da religião e pelo ascendente da vitória, prostraram-se ante sua autoridade.

Todo o Oriente tremia diante dele e o despotismo, erguendo-se no meio das nações muçulmanas com a confiança e o temor que inspirava aos escravos, foi outorgado aos discípulos do islamismo, que pareciam implorá-lo como um meio de salvação.

Então, todas as paixões e todos os esforços dos povos da Síria foram dirigidos para um mesmo objetivo: o triunfo do Alcorão e a destruição das colônias cristãs.


(Autor: Joseph-François Michaud, “História das Cruzadas”, vol. II, Editora das Américas, São Paulo, 1956. Livro sétimo 1151-1181. Tradução brasileira do Pe. Vicente Pedroso)



GLÓRIA CASTELOS CATEDRAIS ORAÇÕES HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS
Voltar a 'Glória da Idade MédiaCASTELOS MEDIEVAISCATEDRAIS MEDIEVAISORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAISHERÓIS MEDIEVAISCONTOS E LENDAS DA ERA MEDIEVALA CIDADE MEDIEVALJOIAS E SIMBOLOS MEDIEVAIS

terça-feira, 7 de maio de 2024

Papa João VIII: indulgência para os que morrem lutando contra os inimigos da religião e da ordem cristã

Luís II recebe o Papa João VIII, Bibliothèque Nationale de Franc
Luiz II recebe o Papa João VIII, Bibliothèque Nationale de France
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








O Papa João VIII governou a Igreja nos anos 872-882. A epístola seguinte é do ano 878.

“João VIII aos bispos do reino de Luiz II [da França].

“Vós tendes nos manifestado humildemente o desejo de saber se aqueles que morreram recentemente na guerra, combatendo em defesa da Igreja de Deus e pela preservação da religião e do Estado cristãos, ou aqueles que podem no futuro cair pela mesma causa, podem obter a indulgência de seus pecados.

“Com toda segurança nos vos respondemos que aqueles que, por amor à religião cristã, morram na batalha lutando bravamente contra os pagãos ou incrédulos, ganharão a vida eterna.

“Porque o Senhor disse pela boca de seu profeta: “Qualquer que seja a hora em que um pecador se converta, eu não lembrarei mais de seus pecados”.

“Pela intercessão de São Pedro, que tem o poder de abrir e fechar no Céu e na terra, eu absolvo, em toda à medida que me é possível, todos eles e os encomendo com minhas orações ao Senhor.”


(Fonte: Migne, Patrologia Latina, 126: 816. Oliver J. Thatcher, and Edgar Holmes McNeal, eds., A Source Book for Medieval History, (New York: Scribners, 1905), 512).


GLÓRIA CASTELOS CATEDRAIS ORAÇÕES HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS
Voltar a 'Glória da Idade MédiaCASTELOS MEDIEVAISCATEDRAIS MEDIEVAISORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAISHERÓIS MEDIEVAISCONTOS E LENDAS DA ERA MEDIEVALA CIDADE MEDIEVALJOIAS E SIMBOLOS MEDIEVAIS

terça-feira, 30 de abril de 2024

Batalha das Navas de Tolosa:
decisiva para a expulsão do Islã invasor

Navas de Tolosa: a batalha prototípica entre a Cruz e a Meia-lua
Navas de Tolosa: batalha prototípica entre a Cruz e a Meia-lua
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Em 1212, a onda invasora dos muçulmanos almoades, seita fanática de tipo fundamentalista, ameaçava tomar conta da Península Ibérica.

O Papa Inocêncio III convocou, então, uma Cruzada para deter o perigo, que ameaçava toda a Europa.

Para liderar as forças católicas foi escolhido o rei Afonso VIII de Castela, avô de São Fernando III.

Veja vídeo
Natal num castelo da França
Integravam a santa coligação Sancho VII, rei de Navarra; Pedro II, rei de Aragão; um exército enviado por Afonso II, rei de Portugal; cavaleiros do reino de Leão e das ordens militares de Santiago, Calatrava, Templários e Hospitalários, entre outras, além de um grande número de cavaleiros franceses.

Entre os convocados estrangeiros figuravam também três bispos das cidades francesas de Narbonne, Bordeaux e Nantes.

O rei Sancho da Navarra quebrou o cerne dos fanáticos islâmicos
O rei Sancho da Navarra quebrou o cerne dos fanáticos islâmicos
Afonso de Castela obteve a declaração papal de cruzada que facilitou a ajuda das Ordens Militares e impediu, sob pena de excomunhão, que os muçulmanos obtivessem ajuda de cristãos interesseiros que porventura tentassem se apropriar de bens dos que haviam partido ao combate.

Nessa batalha os dois lados empenharam todo o seu poderio militar e o melhor de suas forças.

O rei Afonso foi o grande articulador da aliança vencedora e teve o arguto senso de oportunidade para escolher o momento da batalha, que preparou com quase dez anos de antecedência.

Sabia que a mesma selaria o destino da península.

O exército mouro, segundo as crônicas da época, chegava a ter 300.000 ou 400.000 homens comandados pelo califa Muhammad Al-Nasir (Miramamolín para os cristãos).

Por sua vez, os católicos eram 70.000 e constituíam um dos maiores exércitos já reunido na península sob o signo da Cruz.

Nunca lutaram dois exércitos tão grandes na longa guerra da Reconquista
Nunca lutaram dois exércitos tão grandes na longa guerra da Reconquista
Registrado nas crônicas da época simplesmente como “A Batalha”, o enfrentamento aconteceu perto de Navas de Tolosa, na Espanha.

A derrota esmagadora infligida naquela data pelos aliados castelhanos, navarros, aragoneses e portugueses aos sarracenos contribuiu decisivamente para a queda do domínio muçulmano na Península Ibérica.

A batalha foi antecedida por escaramuças e um jogo de estratégias que começaram em 13 de julho de 1212. Ambos os lados buscavam a melhor posição e o melhor terreno para a luta.

Por fim, os árabes ficaram mais bem posicionados, sobre uma colina, enquanto os cristãos teriam que avançar “morro acima”.

O embate final aconteceu em 16 de julho.

As forças de Castela, que formavam o maior contingente, agiram no centro, apoiadas nos flancos pelos reis cristãos de Navarra (Sancho) e de Aragão (Pedro).

O heroísmo de Diego López II de Haro e seu filho
empolgou os católicos
O rei de Portugal e os cavaleiros franceses – com exceção de um pequeno número – não chegaram a participar.

O rei Afonso simulou uma força de infantaria central fraca para atrair o inimigo, que caiu na armadilha.

Em seguida deslanchou uma carga de cavalaria pesada, que foi decisiva para a vitória cristã.

Porém, o combate teve um momento angustiante, quando as tropas almoades conseguiram rodear e isolar o centro do exército castelhano.

Muitos então fugiram, mas não o capitão vascaíno Diego López II de Haro e seu filho, que aguentaram heroicamente na posição junto ao capitão castelhano Núñez de Lara e às Ordens Militares.

A resistência desse punhado de heróis encheu de brios a reis e cavaleiros cristãos, que se jogaram no auxílio deles com o resto de suas tropas.

Os reis avançaram numa carga irrefreável contra os flancos do exército mouro.

Por sua vez, com duzentos cavaleiros, o rei Sancho VII de Navarra atacou diretamente o acampamento do califa Al-Nasir.

O rei Sancho de Navarra quebrando a elite maometana  tirou dos infiéis a vontade de resistir
O rei Sancho de Navarra quebrando a elite maometana
tirou dos infiéis a vontade de resistir
E perfurou as últimas defesas islâmicas formadas pelos im-esebelen, tropa de elite árabe que se enterrava no chão ou se afixava com correntes ao local para mostrar que não fugiria.

O acampamento estava rodeado de correntes defensivas, que os navarros foram os primeiros em quebrar.

Crê-se que foi por esse feito que as correntes entraram simbolicamente no brasão do reino de Navarra.

A guarda pessoal do califa sucumbiu sem arredar, mas assim que percebeu a batalha perdida, o próprio An-Nasir procurou a salvação na fuga, passando pusilanimidade a seus seguidores.

Sabedor por experiências anteriores de que os derrotados se reorganizariam para novos embates, o rei Afonso ordenou que aos muçulmanos, que batiam em retirada desorganizada, fosse dado um trato inclemente.

A crônica chega a afirmar que foram mortos na escapada tantos muçulmanos quantos o foram durante a batalha.

A precipitada fuga de An-Nasir deixou um incalculável botim de guerra.

A peça mais preciosa é a bandeira, ou pendão de Las Navas, hoje conservado no Mosteiro de Santa Maria la Real de Las Huelgas, na cidade de Burgos.

Pendão islámico ganho na Batalha.
Mosteiro de Las Huelgas, Burgos
Muitos outros troféus da batalha se encontram hoje na igreja de São Miguel Arcanjo de Vilches.

Eles incluem a Cruz do Arcebispo D. Rodrigo, uma bandeira e uma lança dos fanáticos que custodiavam a Miramamolín, e a casula com que o senhor arcebispo oficiou missa no dia do colossal enfrentamento guerreiro para implorar a vitória das armas cristãs.

Os árabes da Península Ibérica nunca mais se recuperaram dessa derrota.

A partir daquele momento, o rei Afonso os manteve em situação de desvantagem permanente.

A batalha deu início à superioridade militar, econômica e política dos reinos católicos e demarcou definitivamente o início da decadência da civilização árabe na Península Ibérica.

A obra do rei Afonso foi completada brilhantemente pelo seu neto São Fernando III de Castela, que conquistou as grandes capitais árabes da Andaluzia.

Além disso, submeteu à vassalagem o emir de Granada, cidade onde ficou o último quisto muçulmano na Europa, até ser definitivamente expulso pelos Reis Católicos em 1492.



Vídeos: A batalha das Navas de Tolosa marcou o fim da hegemonía muçulmana na Península Ibérica (espanhol)






Fontes bibliográficas
1) “La batalla de las Navas de Tolosa : historia y mito”. María Dolores Rosado Llamas y Manuel Gabriel López Payer, Jaén: Caja Rural, 2001.
2) “Batallas decisivas de la Historia de España”. Juan Carlos Losada, Punto de Lectura, 2004.
3) Huici Miranda, Ambrosio: “Las grandes batallas de la reconquista durante las invasiones africanas”, 2000, Editorial Universidad de Granada.
4) Batista González, Juan: “España estratégica. Guerra y diplomacia en la historia de España” (cap. 4: De Covadonga a Las Navas de Tolosa), Madri, 2007.
5) Willian Weir, “50 Battles That Changed the World”, pp. 186 a 189.
6) “El Pais”, “La Batalla de las Navas de Tolosa: El día D de la Reconquista”, Madri, 16-7-2012.
7) Modesto La Fuente, “Historia General de España”, Tomo V, 1851, pp. 208 a 249.
8) Martín Alvira-Cabrer, “Las Navas de Tolosa, 1212. Idea, liturgia y memoria de la batalla”, Sílex, Madrid, 2012.
9) Philippe Conrad, “16 juillet 1212: Las Navas de Tolosa, un moment décisif”, La Nouvelle Revue d'Histoire, nº 61, julho-agosto 2012, p. 20-23.
10) Jean Watelet, “Les Batailles les plus sanglantes de l'histoire”, ed. Famot, 1977.
11) García Fitz, Francisco, “Las Navas de Tolosa”, Ariel, Barcelona 2005.
12) García Fitz, Francisco, “Was Las Navas a decisive battle?”, in: Journal of Medieval Iberian Studies (JMIS), vol. 4, no. 1, 5–9.
13) Nafziger, George F. e Mark W. Walton, “Islam at War: a history”, Greenwood Publishing Company, 2003.
14) O’Callaghan, Joseph F., “Reconquest and crusade in medieval Spain”, University of Pennsylvania Press, Philadelphia PA 2004.
15) Setton, Kenneth Meyer, “A History of the Crusades”, University of Wisconsin Press, 1975.
16) Vara Thorbeck, Carlos, “El lunes de las Navas”, Universidad de Jaén, 1999. “Las Navas de Tolosa: 1212, la batalla que decidió la Reconquista”, Edhasa, Barcelona 2012.
17) “Batalla de Las Navas de Tolosa”, Wikipedia, http://es.wikipedia.org/wiki/Batalla_de_Las_Navas_de_Tolosa.

GLÓRIA CASTELOS CATEDRAIS ORAÇÕES HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS
Voltar a 'Glória da Idade MédiaCASTELOS MEDIEVAISCATEDRAIS MEDIEVAISORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAISHERÓIS MEDIEVAISCONTOS E LENDAS DA ERA MEDIEVALA CIDADE MEDIEVALJOIAS E SIMBOLOS MEDIEVAIS

terça-feira, 16 de abril de 2024

A rainha Isabel, a Católica, faz Cruzada contra os mouros

Encenação cinematográfica do rei mouro Boabdil.
Encenação cinematográfica do rei mouro Boabdil.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs


continuação do post anterior: Isabel, a Católica, a rainha que empreendeu uma Cruzada


A cruzada contra os infiéis maometanos

Um dos maiores empenhos que Isabel teve em seu reinado foi mover a guerra santa contra o invasor muçulmano.

Para esse empreendimento, obteve do Papa as mesmas indulgências de Cruzada concedidas aos que iam lutar na Terra Santa, tendo o Sumo Pontífice lhe enviado uma cruz de prata para ir à frente de seus exércitos.

Nas várias campanhas que encetou, e sobretudo na reconquista de Granada, Isabel arrebatava seus soldados por sua energia sobre-humana, senso do dever e espírito sobrenatural.

Estes “criam que ela era uma santa. Como Santa Joana d’Arc, sempre lhes recomendava viver honestamente e falar bem. Não havia nem blasfêmias nem obscenidades no acampamento onde ela se achava, e viam-se curtidos soldados ajoelhar-se para rezar, enquanto se celebrava a missa ao ar livre por ordem da piedosa rainha”.(7)

A presença da soberana era para os guerreiros como uma garantia de vitória, pois lhes inspirava valor e confiança. Até os mouros admiravam a grande rainha, cantando sua bondade e beleza em suas canções, apesar de a temerem como inimiga.

Enquanto Fernando, um dos melhores guerreiros de sua época, comandava o exército, a rainha cuidava de toda a retaguarda, como recrutamento de reforços, envio de alimentos e munições, bem como projetava os hospitais — foi ela quem instituiu o primeiro hospital militar da História, e suas enfermeiras precederam as da Cruz Vermelha em mais de trezentos anos.

Cavalgava de um lugar a outro, indo mesmo aos acampamentos revestida de leve armadura de aço, para elevar o moral dos soldados. Mas essa rainha guerreira fazia questão de ela mesma costurar a roupa de seu marido, nunca usando o monarca outras senão as confeccionadas pelas hábeis mãos de Isabel ou de suas filhas.

Título glorioso de “Reis Católicos”

Um fato mostra a têmpera dessa rainha. No cerco de Granada, uma vela mal colocada ateou fogo na tenda ao lado da rainha, e desta propagou-se para todo o acampamento, que foi tomado pelas chamas. Os mouros, das muralhas, cantavam vitória.

O rei muçulmano Boabdil entrega as chaves de Granada à rainha e ao rei Fernando de Aragão, seu esposo. Francisco Pradilla y Ortiz (1848–1921).
O rei muçulmano Boabdil entrega as chaves de Granada à rainha e ao rei Fernando de Aragão, seu esposo.
Francisco Pradilla y Ortiz (1848–1921).
Mas a enérgica soberana, para mostrar sua determinação de conquistar a cidade, mandou edificar novo acampamento de pedra, surgindo assim uma verdadeira cidade à qual deu o nome de Santa Fé. Foi de lá que partiram as investidas contra Granada, obtendo-se sua capitulação.

O Papa Alexandre VI concedeu ao real casal, por seus serviços em prol da Cristandade, o título de Reis Católicos, em harmonia com o de Rei Cristianíssimo, concedido anteriormente ao monarca francês.

A política matrimonial que seguiram os Reis Católicos teve como intuito isolar a França, sua grande rival na época. Mas não tiveram felicidade com seus filhos.

A primogênita, também chamada Isabel, casou-se com o jovem príncipe português Afonso e, ao enviuvar precocemente, contraiu matrimônio com o seu herdeiro Dom Manuel, o Venturoso.

O príncipe João casar-se-ia com Margarida de Áustria, filha do Imperador Maximiliano I, mas morreria jovem. Joana, que entrará para a História como Joana a Louca, contraiu matrimônio com Felipe de Áustria, o Formoso, e tornou-se herdeira do trono que passou para seu filho, o futuro Carlos V.

Maria casa-se com seu cunhado, o viúvo Dom Manuel, e Catarina será a desafortunada esposa do lúbrico Henrique VIII, da Inglaterra.

“O bom governo dos soberanos católicos levou a prosperidade da Espanha ao seu apogeu e inaugurou a Idade de Ouro do país”.(8)

Três meses após a conquista de Granada, Isabel assinou uma ordem de expulsão dos judeus de seus territórios; e favoreceu a empresa de Cristóvão Colombo, que descobriria assim a América.

A morte de Isabel a Católica. Eduardo Rosales, Museu Nacional del Prado, Madri.
A morte de Isabel a Católica.
Eduardo Rosales, Museu Nacional del Prado, Madri.
A morte desta grande rainha foi muito lamentada pelos seus contemporâneos. Um deles deixou este depoimento:

“O mundo perdeu seu adorno mais nobre; uma perda que deve chorar não somente a Espanha, que ela já não levará mais no caminho da glória, mas todas as nações da Cristandade, porque ela era o espelho de todas as virtudes, o amparo do inocente e o sabre vingador do culpado.

“Não conheço ninguém de seu sexo, nos tempos antigos nem nos modernos, que, a meu juízo, possa equiparar-se com esta mulher incomparável”.(9)

Notas:
1. Luis Amador Sanchez, Isabel, a Católica, tradução de Mario Donato, Empresa Gráfica O Cruzeiro S. A., Rio de Janeiro, 1945, p. 55.
2. William Thomas Walsh, Isabel de España, tradução castelhana de Alberto de Mestas, Cultura Española, 1938, p. 49.
3. Ramón Ruiz Amado, DO, The Catholic Encyclopedia, Vol. VIII, transcrito por WGKofron, copyright © 1910 de Robert Appleton Company, online edition copyright © 1999 by Kevin Knight. 4. Id. ibid.
5. William Thomas Walsh, op.cit., p. 171.
6. (Site: www.artehistoria.com, Protagonistas de la História, Isabel la Católica.)
7. Walsh, op.cit., p. 160.
8. The Catholic Encyclopedia, online edition.
9. Carta de Pedro Mártir, um dos secretários da rainha, comunicando a morte de Isabel ao Arcebispo Talavera, in William Thomas Walsh, Isabel de España, p. 599.

(Fonte: Catolicismo, julho de 2004.



Inscreva-se



RECEBA AS

ATUALIZAÇÕES

EM SEU E-MAIL


Digite seu email:


As Cruzadas: glória da Idade Média

A PRIMEIRA CRUZADA


Ligar legendas em PORTUGUÊS


Ligar legendas em PORTUGUÊS
Outras formas de visualizar o blog:

Postagem em destaque

Exorcista: “Satanás atrás do Estado Islâmico” <br />Novos e piores demônios irromperam no cenário mundial

Padre Gabriele Amorth, exorcista oficial da diocese de Roma: “Satanás impulsiona o Estado Islâmico, com certeza” Luis Dufaur Escri...

Dom Sebastião, rei do Portugal, e a batalha de Alcácer-Quibir, 4-8-1578

Mapa da agressão invasora islâmica

A Batalha de Poitiers/Tours 732 D.C

A vitória de Lepanto, maior batalha naval da história (em espanhol)



Islã ataca a Cristandade. A batalha de Viena 1683



Acompanham As Cruzadas:

O que diz o Alcorão sobre os cristãos:

O que diz o Alcorão sobre os cristãos:

Em numerosos versículos, o Corão fulmina os que acreditam na Santíssima Trindade e na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo como “ímpios”, “idólatras” e “blasfemos” que devem ser reduzidos a um estado de humilhação – a dhimma – ou exterminados:

“Sim, aqueles que dizem: ‘Deus é o terceiro de três’ são ímpios (...) Se não renunciarem ao que dizem, um terrível castigo cairá sobre eles” (V, 73);

“Sim, aqueles que dizem ‘Deus é o Messias, filho de Maria’, são ímpios” (V, 72);

“Combatei contra aqueles que não acreditam em Alá, que julgam lícito aquilo que Alá e seu profeta declararam ilícito, assim como contra aqueles dos povos do Livro’ que não praticam a religião verdadeira, até que paguem o tributo, humilhados e com suas próprias mãos” (IX, 29);

“Combatei-os (...) até que não exista outra religião senão a de Alá” (VIII, 39);

“Fazei-os prisioneiros! Sitiai-os! Armai emboscadas contra eles!” (IX, 5);

“Nenhum profeta pôde fazer prisioneiros sem antes ter praticado massacres na terra” (VIII, 67);

“Não afrouxeis e não pedi a paz enquanto sejais os mais fortes” (XLVII, 35).

1672-1683: a católica Polônia repele a invasão islâmica

São Francisco de Assis e a base evangélica para recuperar as terras invadidas pelos muçulmanos

São Francisco de Assis e a base evangélica para recuperar as terras invadidas pelos muçulmanos
Diálogo entre São Francisco de Assis e o Sultão al-Malik al-Kamil em 1219, perto de Damieta, Egito.

“O sultão lhe apresentou outra questão:

− “Vosso Senhor ensina no Evangelho que vós não deveis retribuir mal com mal, e não deveis recusar o manto que quem vos quer tirar a túnica, etc. Então, vós, cristãos não deveríeis invadir as nossas terras, etc.”.

“Respondeu o bem-aventurado Francisco:

− “Me parece que vós não tendes lido todo o Evangelho. Em outra parte, de fato, está dito: Se teu olho te escandaliza, arranca-o e joga-o longe de ti (Mt. 5,25).

“Com isto quis nos ensinar que também no caso de um homem que fosse nosso amigo ou parente, que nos amássemos como a pupila do olho, nós devemos estar dispostos a separa-lo, e afastá-lo de nós, até arrancá-lo de nós, se tenta nos afastar da fé e do amor de nosso Deus.

“Exatamente por isto o cristãos agem de acordo com a Justiça quando invadem vossas terras e vos combatem, porque vós blasfemais contra o Nome de Cristo e vos empenhais em afastar de Sua religião todos os homens que podeis.

“Se, pelo contrário, vós quiserdes conhecer, confessar e adorar o Criador e Redentor do mundo eles vos amariam como a si próprios”.

“Todos os presentes ficaram tomados de admiração pela resposta dele”.

(Fonte: “Fonti Francescane”, Seção terceira – Outros testemunhos franciscanos, número 2691).

Pesquisar este blog

São Bernardo aos Templários

São Bernardo aos Templários
São Bernardo abade de Claraval, falou sobre a vida que devem levar aqueles que combatem por Jesus Cristo, com estas palavras:

“Quando se aproxima a hora do combate, armam-se de fé os cavaleiros, abrem-se a Deus em sua alma e cobrem-se, por fora, de ferro, não de ouro, a fim de que assim sejam bem apercebidos de armas, não adornados com jóias, infundam medo e pavor aos seus inimigos, sem excitar sua cobiça.

“É preciso ter cavalos fortes e velozes, não formosos e bem ajaezados pois o verdadeiro cavaleiro pensa mais em vencer do que em fazer proezas e os cavaleiros mundanos precisamente o que desejam é causar admiração e pasmo e não causar medo.

“Mostrando-se em tudo verdadeiros israelitas, que se adiantam ao combate pacífica e sossegadamente; mas apenas o clarim dá o sinal do ataque, deixando subitamente sua natural benignidade, parecem gritar com o salmista: Não temos odiado, Senhor, aos que te aborrecem? Não temos consumido de dor, ao ver a conduta de teus inimigos?”

Maomé e o Corão segundo Santo Tomás de Aquino:

Maomé e o Corão segundo Santo Tomás de Aquino:
“Maomé seduziu os povos prometendo-lhes deleites carnais. ....

“Introduziu entre as poucas coisas verdadeiras que ensinou muitas fábulas e falsíssimas doutrinas. Não aduziu prodígios sobrenaturais, único testemunho adequado da inspiração divina. ....

“Afirmou que era enviado pelas armas, sinais estes que não faltam a ladrões e tiranos. Desde o início, não acreditaram nele os homens sábios nas coisas divinas e experimentados nestas e nas humanas, mas pessoas incultas, habitantes do deserto, ignorantes de toda doutrina divina. E só mediante a multidão destes, obrigou os demais, pela violência das armas, a aceitar a sua lei.

“Nenhum oráculo divino dos profetas que o precederam dá testemunho dele; ao contrário, ele desfigura totalmente o Antigo e Novo Testamento, tornando-os um relato fantasioso, como o pode confirmar quem examina seus escritos.

“Por isso, proibiu astutamente a seus sequazes a leitura do Antigo e Novo Testamento, para que não percebessem a falsidade dele”.

Summa contra Gentiles, Livro I, capítulo 6

Inscreva-se



RECEBA AS

ATUALIZAÇÕES

EM SEU E-MAIL


Digite seu email:

Páginas

Marcadores

Arquivo do blog

As Cruzadas em seu e-mail



RECEBA AS

ATUALIZAÇÕES

EM SEU E-MAIL


Digite seu email:

AddToAny