Plinio Corrêa de Oliveira

 

A Ascensão de Nosso Senhor

Jesus Cristo e a

Sagrada Eucaristia

 

 

 

 

 

 

 

Catolicismo, março de 2015. Trechos de conferência em 8-4-1971. Sem revisão do autor (*)

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Se uma pessoa assistisse à Crucifixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e visse tudo o que se passou, se ela tivesse fé e soubesse que depois haveria a Ressurreição e a Ascensão ao Céu, poderia se perguntar: após a Ascensão, nunca mais Nosso Senhor retornaria ao convívio entre os homens? Até o fim do mundo Ele estaria ausente da Terra? Isso seria arquitetônico? É razoável essa ausência, uma vez que Ele fez pela humanidade tudo quanto realizou?

Ascensão - pormenor (Giotto)

E a resposta que me ocorreu foi a seguinte: uma vez que Nosso Senhor imolou a sua vida daquele modo terrível; uma vez que Ele resgatou o gênero humano; uma vez que, pela Redenção, condescendeu em contrair com os homens que Ele salvou uma relação tão especial; uma vez que estabeleceu a Igreja como a cabeça do Corpo Místico, Ele estará continuamente presente na Terra até o fim do mundo. De maneira que Ele passou a ser a alma de nossa própria alma, o princípio motor de toda a nossa vida, no que ela tem de mais nobre e elevado, que é a vida sobrenatural, a vida espiritual.

Sendo assim, então nós deveríamos aceitar como verdadeiro que Ele subisse aos Céus, mas que a presença real d’Ele na Terra seria sentida.

À questão de que, de um lado tanta união, mas de outro tão completa, prolongada e irremediável separação, pode-se responder que tudo clamava, tudo bradava, tudo suplicava para que Nosso Senhor Jesus Cristo não se separasse dos homens.

E uma pessoa com senso arquitetônico deveria entrever que Nosso Senhor criaria um meio de estar sempre presente na Terra, sempre presente junto a cada um dos homens por Ele remidos. De modo tal que houvesse a Ascensão, mas que Ele, ao mesmo tempo, estivesse sempre no Céu no trono de glória que Lhe é devido, acompanhasse passo a passo a via dolorosa de cada homem aqui na Terra. Assim sendo, Ele estaria entre nós durante todas as dores da vida e até o momento extremo em que o homem dissesse por sua vez: “Consummatum est”. 

Sagrada Eucarística — convívio verdadeiramente sublime

Como é que essa maravilha — a divina e permanente presença de Nosso Senhor Jesus Cristo — se faria? Não se poderia adivinhá-la. Mas os homens deveriam ficar sumamente esperançosos de que uma maravilha assim se realizasse. De tal maneira está nas mais altas conveniências da qualidade redentora de Nosso Salvador fazer por nós essa maravilha, que se deveria esperar por ela.

E creio que, se eu assistisse à Crucifixão e tivesse conhecimento da Ascensão ao Céu, ainda que não soubesse da existência da Eucaristia, eu começaria a procurar Jesus Cristo pela Terra, porque não conseguiria me convencer de que Ele tivesse deixado de conviver entre os homens.

Esse convívio verdadeiramente maravilhoso se realiza exatamente por meio da Eucaristia. Em todos os lugares da Terra, e em todos os momentos, Ele está presente. Está presente tanto nas catedrais opulentas como nas igrejinhas pobres. Quantas vezes, viajando por alguma estrada, encontramos umas capelinhas miseráveis, minúsculas, que dariam para acolher apenas uns vinte ou trinta camponeses habitando dispersos ao longo de enormes descampados. Passa-se por elas e fica-se comovido pensando: Nosso Senhor Jesus Cristo esteve, está ou estará realmente presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade naquela capelinha. Presente com toda a glória do Tabor, com toda a sublimidade do Gólgota, presente com todo o esplendor da divindade nessa minúscula capela. De tal maneira Ele multiplicou pela Terra sua presença adorável.

(*) Nota: Para ler o texto integral, clique aqui.


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