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Dominus Vobiscum.
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SOBRE O DOGMA DO INFERNO, UM TEMA "FORA DE MODA" Nos ocuparemos hoje, de um tema bastante "fora de moda" nos ambões e sermões paroquiais: nada mais, nada menos que do inferno! Sim, o inferno dos …Mais
SOBRE O DOGMA DO INFERNO, UM TEMA "FORA DE MODA"

Nos ocuparemos hoje, de um tema bastante "fora de moda" nos ambões e sermões paroquiais: nada mais, nada menos que do inferno! Sim, o inferno dos Evangelhos, nos quais Nosso Senhor disse que "haverá choro e ranger de dentes"; — (Mt 13,50.) aquele, ao qual os ímpios "irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna". — (Mt 25,46.) Nosso Senhor Jesus Cristo veio à terra por um motivo , para salvar as almas do inferno . Ensinar a realidade do inferno é a tarefa mais importante e inevitável da Santa Igreja Católica. Um dos grandes Padres da Igreja, São João Crisóstomo, continuamente ensinava que "Nosso Senhor Jesus Cristo pregou mais frequentemente sobre o inferno do que sobre o céu". Falar do inferno é um ato de caridade e de amor para com os homens, já que no mundo de hoje, a existência do inferno é algo que se silencia sistematicamente.

Existe um tema que deve nos interpelar fortemente, tanto aos consagrados quanto aos leigos, que é o silenciamento sistemático de uma verdade fundamental de nossa fé: a existência do inferno. Não podemos justificar nosso silêncio sobre este tema tão importante, recorrendo ao absurdo: "O inferno espanta as pessoas, por isso, é melhor não falar dele". Não podemos separar a misericórdia de Deus de sua inexorável justiça, porque seria enganar o povo Católico, e ao mesmo tempo, estaríamos negando na prática, esta verdade de fé por meio do constante e sistemático silenciamento, e acovardamento. Logo, é um imperativo moral falar sobre este tema, não para assustar e obrigar as pessoas a ter temor de Deus, mas sim, porque sua omissão consiste em certo modo em uma falta de caridade para com os homens. Não dizer a verdade, neste ponto, é não amar os homens. Em positivo, falar do inferno é um ato de amor para os homens.

E fazer isto obedece a duas razões: a primeira, é recordar que sim, existe a possibilidade da condenação eterna, como assinala a Doutrina, Tradição e Magistério Eclesiástico da Igreja, e pelo próprio Jesus; e o segundo, é que a pregação e o verdadeiro ensinamento Católico, alimenta a fé do povo. O sacerdote, é o encarregado desta pregação, e deve acreditar naquilo que prega, do contrário, terminará criando um povo ignorante com um desenlace final nefasto, e esta consequência será compartilhada em primeiro grau pelo sacerdote que esteve encarregado de alimentar a fé desse determinado povo. Dizia Santo Agostinho que: "Basta a pregação sobre o inferno continuamente, para que o homem arrependa-se de seus pecados", finaliza o santo. A morte é a porta da eternidade, e ela nos lança, despojados de tudo, sozinhos, com o peso de nossos pecados ou de nossas boas obras, na face do Senhor, do Juiz eterno dos vivos e dos mortos para ser¬mos julgados.

Já meditamos seriamente nisto? Já pesamos a tremenda responsabilidade da vida? Entretanto, como se procede tão levianamente em face da morte! Que insensatos são os homens, quando nem querem pensar na morte, e procuram se iludir para melhor viverem no pecado! Daremos contas a Deus de nossa vida. Exame rigoroso de tudo. E depois? Virá a sentença. Duas eternidades: Céu e Inferno! Acreditam? Tanto melhor! Não acreditam? Pois não deixará de existir o Inferno, nem o Céu deixará de ser a mais consoladora das realidades por que alguns materialistas ou cristãos degenerados não querem crer. Iremos para a casa da nossa eternidade! Iremos, sim, mais cedo ou mais tarde. Estamos preparados? Preparados para o Juízo? Se sim, então seremos salvos pela Divina Misericórdia se a morte não nos encontrou no pecado e na inimizade de Deus.

Somos porém, bem puros para comparecermos diante de Deus, e entrarmos na vida eterna? Quanta miséria e fragilidade! E fazemos tão pouca penitência, neste mundo, dos nossos pecados! "Se os homens soubessem o que é a eternidade, faziam tudo para mudar de vida", disse Beata Jacinta Marto, pastorinha de Fátima. A Doutrina da Igreja Católica, afirma a existência do Inferno, e a sua eternidade. As almas dos que morrem sem arrependimento, e em estado de pecado mortal, descem imediatamente, após a morte, aos infernos, onde sofrem as penas do inferno, o fogo eterno, onde irão, os seus corpos, se juntarem futuramente. Diz a Sagrada Escritura: "Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição. E muitos são os que entram por ele. Estreita, porém, é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida. E poucos são os que o encontram". — (Mt 7,13-14.)

Como desconhecemos o dia e a hora, conforme a advertência do Senhor, vigiemos constantemente para que, terminado o único curso de nossa vida terrestre, possamos entrar com ele para as bodas e mereçamos ser contados entre os benditos, e não sejamos, como servos maus e preguiçosos, obrigados a ir para o fogo eterno, para as trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes

Diz a Sagrada Escritura: "Aquilo que o homem semeou, isto também colherá". — (Gl 6,8.) Santa Catarina de Sena, ao falar sobre o Inferno, diz que lhe foi revelado por Deus, que uma criança de 8 anos foi condenada ao fogo eterno apenas por ter respondido à mãe. Conclui-se com estes escritos, ( e diversos outros,) que Deus retira a vida da pessoa conforme for da Vontade Dele, e que em relação à condenação eterna, Ele espera a uns, e não é paciente com outros. É misericordioso com os que merecem, mas não com os infiéis que ignoraram Sua divina graça. É revelado também, que a uns, que Ele menos espera, são os que mais O ignora, geralmente os que morrem de improviso, ( exemplo: batida de carro, acidente, ataque fulminante do coração) e são os que depois sofrem muito mais que os outros.

Concluímos, pensando como Santa Catarina, que se ainda estamos aqui, é por que Ele tem sido por demais paciente e nada temos feito para reconhecer isto.

Já dizia Santo Afonso de Ligório: "Uma pessoa que morre em um piscar de olhos, é um prenúncio de condenação eterna". Os que morrem sem Deus ter usado com paciência, são os que iriam para o Inferno cedo ou tarde, já Ele ciente da condenação desta alma que não iria buscar os meios necessários para remediar a vida pecaminosa que tal pessoa vivia. Grandes mestres da vida espiritual, como Santo Inácio de Loiola, recomendam que se medite sobre esse local de tormentos eternos, como medida salutar para se alcançar a salvação. Ensina o grande São Pio X em seu Catecismo, sobre a realidade do inferno, dizendo: "Depois da vida presente há outra, ou eternamente feliz para os eleitos no Paraíso, ou eternamente desgraçada para os condenados no Inferno". ( Catecismo de São Pio X, página 245.) "A desgraça dos condenados consiste em serem para sempre privados da visão de Deus, e punidos com tormentos eternos no Inferno". — (Catecismo de São Pio X, página 248)

"Os bens do Paraíso e os males do Inferno, por ora, são só para as almas porque por enquanto só as almas estão no Paraíso, ou no Inferno; mas depois da ressurreição da carne, os homens, na plenitude da sua natureza, isto é, em corpo e alma, serão ou felizes ou infelizes para sempre". — (Catecismo de São Pio X, página 249.) "Os bens do Paraíso para os eleitos, e os males do Inferno para os condenados, serão iguais na substância e na duração eterna; mas na medida, isto é, no grau, serão maiores ou menores, segundo os méritos ou deméritos de cada um". — (Catecismo de São Pio X, página 250.) "Sim, todos somos obrigados a observar os Mandamentos, porque todos devemos viver segundo a vontade de Deus que nos criou; e basta transgredirmos gravemente um só deles para merecermos o Inferno". — (Catecismo de São Pio X, página 347.)

Quantos pobres pecadores tiveram a infelicidade de ser surpreendidos pela morte ao recrearem-se com manjares intoxicados e foram precipitados no inferno? Diz a Sagrada Escritura: "Lembra-te dos teus novíssimos e não pecarás". — (Ecl. 7,40.) Diz São João Bosco sobre este tema: "Considera, meu filho, que nele se padecem todas as penas, e todas elas para sempre. Se caíres no Inferno, dele jamais sairas. Passarão cem anos, mil anos, e o Inferno estará apenas começando; passarão cem mil anos, cem milhões de anos, milhões de milhões de anos e de século, e o Inferno estará ainda apenas começando. Ó eternidade, ó abismo sem fundo! Ó mar sem limites! Ó caverna sem saída! Quem não tremerá pensando em ti? Ó maldito pecado, que tremendos suplícios preparas para quem te comete!" — (Fonte: do livro "O Jovem Instruído" — de São João Bosco)

Ensina Papa Bento XII, na Constituição "Benedictus Deus": "As almas daqueles que saem do mundo em pecado mortal atual, imediatamente depois da morte descem ao Inferno, onde são atormentadas com penas infernais". O que fazemos aqui na terra tem repercussão na eternidade. O Céu e o inferno são reais, e são alcançados pelas escolhas que já fazemos hoje! Diz a Sagrada Escritura: "serão atormentados dia e noite pelos séculos dos séculos". — (Apocalipse 20, 10.) Temos mesmo escolher: ser um grande rei no paraíso, ou o condenado mais desesperado no inferno, pois são estas, as duas realidades e possibilidades eternas. Realmente, não há uma terceira opção. A verdade, contudo, é que o inferno existe. O inferno é eterno, e todos vão para o inferno se morrerem em estado de pecado mortal. Eu posso ir para o inferno. Você pode ir para o inferno.

Se algum de nós morrermos em pecado mortal, vamos estar no inferno por toda a eternidade, queimando, chorando e chorando de forma inconsolável.

Nem por um milhão de anos, mas por bilhões e bilhões e bilhões de anos e além, por toda a eternidade. Em nossa vida mortal, que não cometeu um pecado mortal? Um pecado mortal não confessado sem arrependimento antes da morte, é o suficiente para que Jesus nos lance no inferno. O resumo da Mensagem de Fátima é que o inferno existe. Que o inferno é eterno, e que nós estaremos lá, se morrermos em estado de pecado mortal. Isso, dito pela Mãe de Deus, Maria Santíssima. Disse Nossa Senhora em Fátima: "Rezai, rezai muito; e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o Inferno, por não …