pt.news
95

"Carta aberta" de Ouellet torna tudo pior

O cardeal Marc Ouellet replicou com uma "carta aberta", ao arcebispo Viganò, que pediu a ele, em setembro, que testemunhasse a verdade em relação ao caso McCarrick (7 de outubro). Ouellet, porém, preferiu testemunhar à sua incondicional fidelidade às falhas de Papa Francisco.

Ouellet define as declarações de Viganò como "incompreensíveis e extremamente repreensíveis", pois elas "afetam seriamente a reputação dos Sucessores dos Apóstolos."

Ele coloca "bastante" em discussão que Francisco estava interessado quando Viganò falou com ele em junho de 2013 sobre o caso McCarrick, porque - segundo Ouellet - McCarrick já tinha 82 anos de idade e Francisco estava provavelmente sobrecarregado com a quantidade de informação que recebera de outros Núncios que encontrara no mesmo dia.

Ouellet admite que, como Prefeito da Congregação para os Bispos, ele não trouxe o caso McCarrick a Francisco até pouco tempo atrás.

Além disso, ele contesta a declaração de Viganò de que McCarrick tenha sido "sancionado" por Bento XVI [mas esse é um jogo de palavras]: "O ex-cardeal, que se aposentou em maio de 2006, foi fortemente recomendado a não viajar e não aparecer em público, de modo a não provocar outros boatos sobre ele" - como coloca Ouellet.

Ele afirma que o Vaticano [supostamente] não tinha "provas suficientes" da má conduta de McCarrick, e culpa a nunciatura de Washington por não produzir informações "recentes e decisivas" sobre o caso.

Entretanto, Ouellet se pergunta como McCarrick poderia ter feito tal carreira [a resposta é: porque, como um liberal, ele foi protegido pela mídia e pelo governo da Igreja].

O grosso da carta de Ouellet são ataques pessoais contra Viganò, combinados com elogios indiscriminados a Francisco, a quem Ouellet chama, no final, de um "pastor fantástico, um pai compassivo e firme, uma graça profética para a Igreja e para o mundo".

Fotografia: Marc Ouellet, © Mazur/catholicnews.org.uk, CC BY-NC-SA, #newsPiomwcrgda