Luiz Roberto Turatti
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GOLPES OU RUÍDOS MISTERIOSOS

GOLPES OU RUÍDOS MISTERIOSOS

O fenômeno parapsicológico de produção de golpes ou pancadas, de toda espécie, é chamado tiptologia (typtós = golpe, e logos = tratado).

Evidentemente os parapsicólogos e mágicos têm desmascarado inúmeros e habilíssimos truques... O espiritismo nasceu precisamente por tiptologia fraudulenta das irmãs Fox. E há apuradíssimas técnicas de aproveitar causas normais... Mas há tiptologia realmente parapsicológica. Muito bem demonstrada durante muitos anos por muitos cientistas.

A telergia (energia corporal transformada e exteriorizada) tem certas analogias com a eletricidade. Pela ação da telergia, e sob a direção da vontade inconsciente, certos objetos podem produzir estalos. Posteriormente, Allan Kardec, ao qual entre muitos erros devemos algumas intuições, atestava: “Quando as pancadas são ouvidas na mesa ou alhures, não é que o espírito esteja a bater com a mão ou com qualquer objeto. Ele apenas se dirige ao ponto de onde vem o ruído, um jato de fluído, e este produz o efeito de um choque elétrico”. Pode-se desculpar a Kardec ter ido procurar o diretor do “fluído” no além, esquecendo o espírito do próprio dotado! Na época de Kardec desconheciam as profundezas do inconsciente. Freud é muito posterior...

Há outros tipos de ação da telergia. Por exemplo, percussão externa. Alfredo e Roberto, de São Paulo, quando nosso diretor Padre Quevedo, os conheceu, tinham 11 e 13 anos. Fazia já três anos que vinham manifestando notáveis casos de tiptologia. As pancadas marcavam até mesmo o ritmo musical. Foram muito boas condições de observação. Frequentemente o fenômeno se realizou sobre o lugar preciso que se pedia. Via-se movimento dos objetos golpeados, ou quando se tratava de friccionamento, como no caso de um divã, via-se perfeitamente que a superfície desse se afundava, enquanto se ouvia e se registrava no gravador o som.

Os casos de tiptologia, na sua maioria, dão-se em circunstâncias de maior emotividade, e com adolescentes.

Outro fator coadjuvante é a multidão entusiasmada, ou fanatizada, ávida do maravilhoso. Sob esse prisma, pode-se compreender melhor os sons que durante algum tempo se constataram parte das imagens e especialmente das relíquias de São Pascoal “Bailão”: sons ora suaves e harmoniosos, ora mais fortes, algumas vezes retumbantes “como um estourar de bomba”.

A tiptologia era provocada pelos assistentes, na tentativa inconsciente de reprodução das danças e das acrobacias do santo, que não sabia manifestar de outra maneira o seu amor perante Cristo Sacramentado.

É curioso: mesmo em ambiente espírita, o inconsciente, frequentemente, manifesta que a inteligência diretora não é a do espírito de algum morto. Escreve, por exemplo, o Sr. Harrison, editor da famosa revista espírita The Spiritualist: “Dirigi-me a uma sessão a fim de ter uma demorada conversa por meio de pancadas” com o espírito (?) chamado John King:

― “Tenha a bondade de me dizer quem é”.

― “Sou tu mesmo, sim”.

― “Dir-me-ás de novo?”

― “Sou teu próprio e espiritual” (poderíamos traduzir: teu próprio inconsciente).

Justamente por se tratar de telergia humana (que não age a mais de 50 metros), nada tendo a ver com espíritos, um dos modos mais decisivos de acabar com uma “assombração” é afastar o doente parapsicológico. Uma casa “mal-assombrada” tornou-se muito conhecida pelos jornais. Chamaram o padre para benzer. O padre aconselhou que afastassem da casa a menina Juliette. Essa “bênção” é que surtiu efeito: daquele dia em diante aposentaram-se os “espíritos”...

A tiptologia é tão estreitamente dependente do vivo, que é sempre acompanhada de um movimento muscular.

Em algumas ocasiões pode-se por sugestões provocá-la ou fazê-la cessar. Muito se ocuparam os jornais dos golpes causados por um menino de 9 anos, João C. Tudo acabou quando o delegado de polícia surpreendeu a mãe de João dizendo: “Faze ainda mais uma vez, e te darei a bicicleta”.

Por Luiz Roberto Turatti, aluno do CLAP – Centro Latino-Americano de Parapsicologia, dirigido pelo revolucionário Prof. Dr. Padre Oscar González-Quevedo, S.J.

ESSE ARTIGO JÁ FOI PUBLICADO EM:

“Tribuna do Povo”, Araras, SP (Brasil), quinta-feira, 20/04/1995;

USINA DE LETRAS (usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=TURATTI).

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“Fora da VERDADE não há CARIDADE nem, muito menos, SALVAÇÃO!” (Luiz Roberto Turatti).

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