02:57:45
Dominus Vobiscum.
28
07/08. Orígenes Contra Celso (AudioBook) Patrística volume 20 O Livro Contra Celso, da Coleção Patrística Escrita por Orígenes para refutar o filósofo platônico-eclético Celso, o qual entre os anos …Mais
07/08. Orígenes Contra Celso (AudioBook) Patrística volume 20

O Livro Contra Celso, da Coleção Patrística Escrita por Orígenes para refutar o filósofo platônico-eclético Celso, o qual entre os anos 170-185 SÉTIMO LIVRO - Nos seis livros anteriores, santo irmão Ambrósio, combati da melhor forma as acusações de Celso contra os cristãos; enquanto foi possível, não descurei de fazer passar toda objeção pelo crivo de um exame rigoroso nem omiti dar-lhe a resposta que eu podia dar. Depois de pedir a Deus, pelo próprio Jesus Cristo de que Celso se faz acusador, que fizesse resplandecer em nossos corações, pois ele é a verdade, os argumentos que refutam a mentira, volto à carga neste sétimo livro com a oração dirigida a Deus pelo profeta: "Aniquila-os, Senhor, por tua verdade!" (Sl 53,7): quer dizer, destrói os discursos contrários à verdade; pois é a eles que a verdade de Deus destrói. Uma vez destruídos, libertados de toda distração, poderemos dizer: "E eu te oferecerei um sacrifício espontâneo" (Sl 53,8), apresentando ao Deus do universo um sacrifício racional e sem fumaça. Oráculos pagãos, profetas judeus - A intenção de Celso aqui é atacar a afirmação de que a história do Cristo Jesus foi predita pelos profetas da Judeia. O primeiro ponto a criticar é o princípio de seu raciocínio: aqueles que admitem outro deus além do deus dos judeus são absolutamente incapazes de responder às suas dificuldades, e nós, que temos conservado o mesmo Deus, procuramos refúgio para nossa defesa nas profecias sobre Cristo. A esse respeito, diz ele: Vejamos como encontrarão uma desculpa. Os que admitem outro deus não apresentarão nenhuma, mas os que conservam o mesmo Deus repetirão a mesma frase, evidentemente bem sutil: "Era necessário que assim fosse, e a prova é que outrora isto foi predito". A resposta a dar é que suas palavras a respeito de Jesus e dos cristãos um pouco antes desta passagem são de tal fraqueza que mesmo os que admitem outro deus, cometendo deste modo uma impiedade, responderiam sem nenhuma dificuldade às críticas de Celso. E se não fosse absurdo dar aos espíritos fracos pretextos para admitir más doutrinas, eu mesmo teria dado esta resposta para convencer de mentira a afirmação de que aqueles que admitem outro deus não têm defesa nenhuma contra as críticas de Celso. Mas é preciso se limitar a defender as profecias seguindo o que ficou dito acima. - Então diz Celso: Eles não dão nenhuma importância aos oráculos pronunciados pela Pítia, pelas sacerdotisas de Dodona, pelo deus de Claros, entre os brânquidas, no templo de Amon, e por mil outros adivinhos, sob a moção dos quais certamente toda a terra foi colonizada. Ao contrário, o que lhes parece maravilhoso e incontestável são as predições dos habitantes da Judeia, feitas à sua maneira, ditas realmente ou não, e conforme um uso ainda hoje em vigor entre os povos da Fenícia e da Palestina! A propósito dos oráculos enumerados, digamos que poderíamos tirar de Aristóteles e dos paripatéticos muitos argumentos que poderiam zerar sua estima pela Pítia e outros oráculos. Poderíamos, igualmente, citando as palavras de Epicuro e daqueles que abraçaram sua doutrina a esse respeito, mostrar que os próprios gregos rejeitam os oráculos recebidos e admirados em toda a Grécia. Mas, suponhamos que as respostas da Pítia e dos outros oráculos não sejam invenção de pessoas que simulam a inspiração divina. E vejamos se, mesmo neste caso, examinado numa análise sincera dos fatos, não podemos mostrar que, embora aceitemos estes oráculos, não somos obrigados a reconhecer neles a presença de certos deuses. São ao contrário maus demônios e espíritos hostis ao gênero humano que impedem a alma de se elevar, caminhar pelo caminho da virtude e restabelecer a piedade verdadeira para com Deus. Assim, dizem que a Pítia, profetisa de Apolo, cuja fama parece eclipsar todos os oráculos, sentada junto à gruta de Castália, recebe dele um espírito pelos seus órgãos femininos; e quando está plena dele, recita o que as pessoas consideram como veneráveis oráculos divinos. Não vê ele aí a prova do caráter impuro e viciado desse espírito? Ele se introduz na alma da adivinha não através de poros dispersos e imperceptíveis, bem mais puros do que os órgãos femininos, mas através daquilo que não é permitido a um homem casto olhar e muito menos tocar. E isso não apenas uma ou duas vezes, o que poderia parecer admissível, mas tantas vezes quantas se acredita que ela profetize sob a influência de Apolo. E bem mais, esta passagem ao êxtase e ao frenesi da pretensa profetisa, indo ao extremo da perda de toda consciência de si mesma, não é obra do Espírito divino. A pessoa de que o Espírito se apodera deveria na verdade aprender de seus oráculos o que contribui para uma vida moderada e conforme com a natureza, deveria ser a primeira a obter ajuda dela para a sua utilidade ou vantagem e ficar mais perspicaz, sobretudo no momento em que a divindade se une a ela...