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Áustria: capítulo catedrático desafia o Vaticano

Um escândalo está agitando a diocese de Gurk-Klagenfurt (Áustria) e o seu ex-bispo modernista Alois Schwarz, de 66 anos, a quem o Papa Francisco promoveu em maio para a diocese maior de Sankt Pölten.

Por mais de uma década, Schwarz, que foi bispo de Gurk de 2001 a 2018, foi acusado de ter casos com duas mulheres. Ele sempre negou.

Depois da promoção de Schwarz para Sankt Pölten, as acusações contra ele apareceram novamente. Elas diziam respeito à sua administração, modo de vida, liderança, política pessoal, estilo de comunicação e finanças diocesanas.

Portanto, o capítulo catedrático de Gurk comissionou uma força-tarefa para produzir um relatório. A sua publicação, porém, esperada para 11 de dezembro, foi proibida pela Congregação Romana para os Bispos.

Não obstante, o capítulo não obedeceu ao Vaticano, e publicou o relatório em 18 de dezembro.

Apesar das numerosas acusações contra Schwarz, o relatório é quase que exclusivamente focado em Andrea Enzinger, uma das duas mulheres no entorno de Schwarz, a qual ele nomeou, em maio de 2016, como gerente da casa de repouso Stift Sankt Georgen, sem envolver os devidos conselhos diocesanos.

O relatório acusa Enzinger de incompetência total e mau-gerenciamento, resultando em um enorme dano financeiro para a diocese.

Durante a apresentação do relatório, o vigário geral modernista de Schwarz, padre Engelbert Guggenberger, afirmou que o bispo dependia completamente dos caprichos de Enzinger. Ele anunciou que Schwarz será confrontado para um ressarcimento dos recursos.

Guggenberger acusou o Núncio em Viena e o cardeal de Viena, Christoph Schönborn, presidente da Conferência Episcopal Austríaca, de estarem cientes dos problemas e não terem agido.

A pergunta que se segue é por que Guggenberger, a quem Schwarz nomeou vigário geral em 2018, continuou por tanto tempo em seu cargo apesar de não ser capaz de resolver os problemas.

Fotografia: Alois Schwarz, #newsEgnkbsoodj