Cardeal Pizzaballa sobre o Rito Romano: “O que a Igreja determina, devemos aplicar”
O seu rebanho inclui cerca de 190 000 cristãos em Israel, 45 000 na Cisjordânia e 500 em Gaza.
Os cristãos palestinianos na Cisjordânia, incluindo Belém, foram severamente afetados pela guerra de Gaza, uma vez que o turismo quase entrou em colapso e as autorizações de trabalho para Israel foram suspensas. “Isto criou uma situação muito problemática do ponto de vista económico”, afirmou o cardeal.
O conflito também intensificou as tensões entre israelitas e palestinianos na Cisjordânia, incluindo ataques de colonos a comunidades cristãs palestinianas. O cardeal Pizzaballa descreveu a situação como “caótica e muito problemática”, acrescentando: “O que é assustador para as pessoas é que não se sabe como e quando isto vai acabar”.
Apesar disso, ele vê o cessar-fogo mediado pelos EUA como “o único caminho que temos”.
“Não temos alternativas. Portanto, temos que segui-lo”, disse ele. “Porque voltar à guerra é pior.”
Questionado sobre as alegações de que Israel cometeu genocídio em Gaza, o cardeal Pizzaballa não adotou nem rejeitou o termo. “Para nós, está mais ou menos claro o que aconteceu lá”, disse ele, “mas precisamos de provas e devemos seguir o processo para avaliar os fatos em seu contexto real”.
E acrescentou: «Não há paz sem justiça e não há justiça sem perdão.»
O cardeal Pizzaballa rejeitou os apelos à Sagrada Escritura para justificar as políticas modernas do Estado israelita com base na aliança de Deus com o povo judeu antes de Cristo, uma tese comum entre alguns protestantes americanos. “Não gosto dessa confusão entre religião e política”, afirmou, salientando que as críticas ao governo israelita devem permanecer “distintas das nossas relações com o povo judeu”.
Ecoando o apoio do Papa Leão XIV a uma solução de dois Estados, o cardeal Pizzaballa disse que a paz requer o reconhecimento dos palestinianos como um povo com direito à sua própria terra e à autodeterminação, embora tenha expressado pouca confiança na atual liderança de ambos os lados.
Passando para assuntos da Igreja, ele descartou o Caminho Sinodal Alemão como irrelevante para os cristãos na Terra Santa. “Esses são temas que surgem periodicamente. À medida que surgem, eles desaparecem”, disse ele.
Sobre as disputas sobre a liturgia, incluindo o Rito Romano, ele observou que várias tradições litúrgicas coexistem na Terra Santa. Por fim, ele enfatizou a obediência: “A liturgia não é uma posse privada. É onde a Igreja se expressa. O que a Igreja diz, temos que aplicar”.
Falando do Papa Leão XIV, o cardeal Pizzaballa descreveu-o como “uma pessoa muito pacífica” com “ideias claras”, acrescentando que ele é “muito livre”, o que, segundo ele, é essencial para o papado.
Tradução de IA