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NOVO MUSEU DOS COCHES EM LISBOA, PORTUGAL. O Museu Nacional dos Coches possui a mais importante coleção, a nível mundial, de coches e carruagens reais do século XVI ao século XIX. O museu foi criado …Mais
NOVO MUSEU DOS COCHES EM LISBOA, PORTUGAL.

O Museu Nacional dos Coches possui a mais importante coleção, a nível mundial, de coches e carruagens reais do século XVI ao século XIX. O museu foi criado, em 1905, no antigo Picadeiro do Palácio Real de Belém, em Lisboa e é hoje constituído por dois edifícios: o antigo Picadeiro do Palácio de Belém (Praça Afonso de Albuquerque) e o novo edifício, em frente (Av. da Índia), inaugurado em 2015.

O museu reúne uma coleção única no mundo, de cerca de 9 000 objetos, que inclui predominantemente viaturas de gala ou de aparato, algumas de viagem e de passeio, dos séculos XVI a XIX, e acessórios de cavalaria. Tem sido o museu nacional mais visitado de Portugal, com 332.106 visitantes em 2017. O novo edifício, que guarda a maior parte das coleções, é um protejo de Paulo Mendes da Rocha (prémio Pritzker 2006) em consórcio com o atelier Ricardo Bak Gordon e Engenheiro Rui Furtado.

O Museu Nacional dos Coches reúne uma coleção única no mundo de viaturas de gala e de passeio dos Séculos XVI a XIX, na sua maioria provenientes da Casa Real Portuguesa a que se acrescentaram veículos vindos dos bens da Igreja e de coleções particulares. Apresenta um excelente conjunto que permite ao visitante a compreensão da evolução técnica e artística dos meios de transporte de tração animal, utilizados pelas cortes europeias até ao aparecimento do automóvel. Estão expostas 70 viaturas, sendo a mais antiga datada do século XVI e a mais recente uma Mala-Posta do século XIX. Para além da coleção de viaturas hipomóveis, o Museu detém ainda um conjunto de peças que foram utilizadas no serviço das viaturas e cortejos de gala e outras ligadas à arte da cavalaria e aos jogos equestres assim como uma coleção de retratos da Família Real portuguesa. No Antigo Picadeiro, um núcleo expositivo visitável com coches e berlindas, a galeria de pintura da família real, assim como um conjunto de acessórios de cavalaria.

O novo Museu Nacional dos Coches surge em Belém como um equipamento cultural mas também como um lugar público. Convergiram assim duas preocupações, por um lado a necessidade imperativa de aumentar a área expositiva do museu, mas também a indispensabilidade de criar novas valências para o público. O novo edifício do Museu dos Coches é constituído por um pavilhão principal com uma nave suspensa e um anexo, com uma ligação aérea, que assegura a circulação entre os dois edifícios A disposição espacial destes corpos cria uma espécie de pórtico que aponta para uma Praça interna de acesso livre, para onde também se viram as construções antigas da Rua da Junqueira que se constituem como memória de vivências históricas passadas, assim como zona de passeio público.

A 23 de maio de 1905 foi inaugurado em Lisboa o «Museu dos Coches Reaes» iniciativa da rainha D. Amélia d’Orleães e Bragança, princesa de França e casada em 1886 com o futuro rei de Portugal D. Carlos I.

O local escolhido para instalar o primeiro museu de coches do mundo foi o salão do antigo Picadeiro Real, construído pelo arquiteto italiano Giacomo Azzolini em 1726, adaptado para o efeito pelo arquiteto da Corte, Rosendo Carvalheira com a colaboração dos pintores José Malhoa e Conceição e Silva que em conjunto conseguiram uma harmonia quase perfeita entre o espaço e a exposição das viaturas de gala.

O sucesso foi grande mas logo de início a falta de espaço fez-se sentir e é a própria rainha que em 1906 encomenda um novo projeto para ampliar o museu e poder expor as restantes viaturas da Casa Real guardadas nas cocheiras de diversos palácios.

Após a implantação da República a 5 de outubro de 1910, a coleção do museu aumenta com a chegada de um conjunto de coches e berlindas da extinta Casa Real como ainda com viaturas provenientes dos bens da igreja.

Em 1911 o museu passa a designar-se Museu Nacional dos Coches.

Em 1944 é inaugurado um novo salão projetado pelo arquiteto Raul Lino, que veio permitir expor mais viaturas mas ainda não a totalidade da coleção, uma vez que a falta de espaço continuou a fazer-se sentir.

Em memória do excelente trabalho de proteção e divulgação deste património hipomóvel, iniciado pela rainha D. Amélia, permanece no espaço do Antigo Picadeiro, um núcleo expositivo visitável com coches e berlindas, a galeria de pintura da família real, assim como um conjunto de acessórios de cavalaria.

O amplo espaço técnico do novo Museu Nacional dos Coches, localizado no piso térreo, compreende as instalações da Oficina de Conservação e Restauro.

A conservação dos veículos hipomóveis, dada a diversidade dos seus materiais constituintes e das técnicas de produção presentes, obriga a uma abordagem interdisciplinar onde se cruzam as valências do conservador-restaurador com a perícia dos saberes tradicionais.

A Oficina está pensada para dar resposta às necessidades do museu, de forma a assegurar o estudo e a requalificação do seu acervo bem como poderá vir a ser um polo de conservação e restauro especializado funcionando como centro de formação para estagiários e bolseiros, nacionais e internacionais.