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Jesus Cristo irrompe durante o almoço. Vivemos num mundo onde a vulgaridade e a banalidade são fartas, disponíveis e facilmente encontradas, é a chamada sociedade da informação, diria da hiper-informação …Mais
Jesus Cristo irrompe durante o almoço.

Vivemos num mundo onde a vulgaridade e a banalidade são fartas, disponíveis e facilmente encontradas, é a chamada sociedade da informação, diria da hiper-informação, e que, de informação não tem nada.

Os sites de vídeos são o melhor exemplo do que acabo de dizer. Neles encontramos tudo o que de pior a mente humana pode conceber, mas o que realmente impera é a banalidade e a vulgaridade.

Claro, há pessoas que lá colocam coisas boas, são poucos, e são poucas. Quando olhamos então para os contadores de acessos, vemos que aquilo que há de melhor é o menos querido, o menos visto. Lamentável. Pior que estar na lama é não querer sair dela.

Estes dias encontrei este vídeo que chamou-me a atenção, prendeu-a, na verdade, havia algo ali que precisava ser compreendido.

O vídeo mostra um coral de alta qualidade iniciar uma apresentação surpresa do Messias de Händel no meio de uma praça de alimentação movimentadíssima num shopping center, bem na hora do almoço. Na época do Advento.

As primeiras cenas mostram a praça lotada de pessoas ocupando todas as mesas e tratando de fazer o que para lá foram, ou seja, comer com as mãos, ou com talheres de plástico, e beber água gaseificada com sabor artificial e açúcar, o tal refrigerante.

Num canto da praça um músico martela num teclado eletrônico um ridículo jingle bells ao som de pianinho: tim, tim, tim,... Então, após um breve silêncio, o músico muda a chave do sintetizador para órgão de tubos e começa a tocar os primeiros acordes da famosa peça de Händel.

Inicia-se uma sucessão rápida, uma moça ali ao lado, sentada sozinha em uma das mesas e aparentemente falando ao celular levanta-se já cantando, com voz aguda, potente e afinadíssima, as primeiras palavras: Aleluia, Aleluia, Aleluia...

A reação das pessoas é de total surpresa e os olhares não deixam dúvidas: quem é esta louca?

Do mesmo modo súbito, um rapaz do outro lado da praça, sobe em sua cadeira num movimento ligeiro e junta-se a primeira moça com sua voz igualmente potente e afinada, mas grave e do meio do povo que se ajunta na praça de alimentação, e espalhados por toda ela, vão surgindo os cantores à medida em que as vozes do coro os requerem. A música vai como que encorpando e a surpresa inicial das pessoas é substituída, ao menos na maioria, pelo deleite por aquela melodia que logo nos primeiro versos louvam a Ressurreição de Cristo:

"Aleluia àquele que reina, Senhor Deus Onipotente, o reino deste mundo tornou-se o Reino de Nosso Senhor e do Seu Cristo, e Ele reinará para todo o sempre, Aleluia!"

Interessante analisar a reação das pessoas que foram tomadas de surpresa.

Algumas juntam-se empolgadas ao coral, outras apreciam maravilhados, outras visivelmente chegam as lágrimas e, é verdade, algumas poucas permanecem indiferentes. Como o papai punk que continua comendo o seu bauru, ou talvez melhor dizendo o seu hamburguer, do início ao fim, ao lado de sua jovem filha que também não move um músculo e permanece debruçada sobre seu lanche quase como se nada estivesse acontecendo.

Pobre filha do papai punk, que tipo de música deve ouvir em casa! Uma coisa devemos dizer em favor do papai punk, ele é educado, mastiga com a boca fechada.

A reação das criança pequenas é de assombro, o melhor de se ver.

Ainda não corrompidas, mas provavelmente já muito acostumadas a ouvir má música e ver coisas ruins, algumas, como o menininho loiro, ficam paralisadas: como é que eu nunca vi uma coisa assim antes? Outro pequeno precisa ser gentilmente contido pelo pai para não subir na cadeira.

Uma beleza a reação das crianças!

E dá-lhes Xuxa e Rock'n'Roll! Lamentavelmente...

Ao final, após os aplausos, tudo volta ao "normal" e fica-se com aquela sensação de "que pena que acabou". Mas o melhor é ver o vídeo. E rever.

Até aqui fiz apenas a descrição do que vi no vídeo, mas por que há algo que precisa ser compreendido? Porque enquanto assistia, veio-me a ideia da Segunda Vinda de Nosso Senhor, que pegará a todos de surpresa, como pegou estas pessoas que estavam almoçando numa tarde no shopping, levando suas vidas rotineiramente.

...Então os céus se abrirão e verão o Filho do Homem em toda sua Majestade ao som de trombetas celestiais e do coro de todos os anjos do Céu... Anjo após anjo, cada um mais surpreedente que o outro, juntando-se a melodia num crescendo sem fim, vozes e mais vozes numa polifonia inigualável, harmoniosíssima!

Quão magnífica será esta "apresentação" e como devemos ansiar por ela!

Se simples homens puderam agir desta forma e maravilhar as pessoas, que não fará Deus quando se manifestar em toda Sua Glória?

A "apresentação" de Nosso Senhor durará para sempre, sem cansar jamais, nunca mais haverá o "que pena que acabou" para os que O amaram durante a vida.

Naquele dia não haverá reações variadas, indo do deslumbramento até a indiferença, mas apenas felicidade suprema ou horror supremo, a humanidade estará definitivamente separada pelo fio da espada trazida por Cristo.

Ai daqueles que que não ansiaram …