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1892

A "briga dentro da Cúria" não corresponde à realidade

ZENIT
O mundo visto de Roma
Serviço semanal - 17 de Fevereiro de 2013

SANTA SÉ
A "briga dentro da Cúria" não corresponde à realidade
Porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, critica a ênfase sobre possíveis divisões na Igreja e recomenda descrição objetiva aos jornalistas
Bento XVI: a mídia criou concílio virtual diferente do Vaticano II
Hoje o concílio é reafirmado como verdadeira renovação da Igreja
Dom Georg permanece ao lado de Bento XVI
Afirmou Padre Lombardi, porta-voz do Vaticano, no briefing de hoje
"Rasgai os corações, não as vestes"
Homilia da Quarta-Feira de Cinzas: papa Bento XVI nos convida a "voltar para Deus com todo o coração"
Tudo aquilo que ainda se gostaria de saber sobre a renúncia de Bento XVI
Padre Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, responde as perguntas e as dúvidas dos jornalistas sobre o que acontecerá depois do fatídico 28 de fevereiro
Dom Zimowski, enviado especial do papa a Altötting
Tradução da carta de nomeação, enviada pelo papa Bento XVI
Cardeal Vallini: Aprendemos da sua pessoa como amar a Cristo e a Igreja
Bento XVI no encontro anual com o clero romano
O seu Magistério foi uma janela aberta sobre a Igreja e sobre o mundo
Palavras do secretário de Estado ao papa Bento XVI na Basílica de São Pedro
Por que Bento XVI renunciou?
O porta-voz vaticano, padre Federico Lombardi, explica as razões da histórica decisão do Santo Padre, excluindo qualquer possibilidade de doença e convidando "a prestar muita atenção" ao que dirá até o dia 28 de Fevereiro
"Me sustenta e me ilumina a certeza de que a Igreja é de Cristo"
Discurso improvisado pelo Papa antes da catequese da quarta-feira
Mensagem do Santo Padre aos fieis brasileiros por ocasião do lançamento da 50ª Campanha da Fraternidade 2013
Convido os jovens brasileiros a buscarem sempre mais no Evangelho de Jesus o sentido da vida
Bento XVI renuncia ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro
A Sede de São Pedro ficará vacante a partir de 28 de Fevereiro. Será convocado o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.
PREGAÇÃO SAGRADA
Como melhorar a Pregação Sagrada
Coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., professor de Teologia e Oratória no seminário Interdiocesano Mater Ecclesiae de São Paulo
IGREJA E RELIGIÃO
Não é necessário que o papa permaneça naquela posição até a morte
Pe. Eduardo divulga Nota sobre renúncia do Papa Bento XVI
Um Papa emérito não pode existir
Manuel Jesus Arroba, professor de direito canônico na Lateranense explica as implicações legais da renúncia de Bento XVI
Cardeal Abril y Castelló: recebemos a notícia com pesar e principalmente com grande respeito
É preciso muita coragem para tomar uma decisão desta magnitude. O Papa tem um sentido muito profundo de Igreja
Aberta oficialmente a Campanha da Fraternidade 2013
Uma vida animada pelo belo, pelo bem, pela verdade e pela liberdade
Prelado do Opus Dei agradece o exemplo humilde e generoso de serviço à Igreja e ao mundo
Os fiéis da Prelatura rezam pela pessoa e intenções de Bento XVI
Bispos britânicos se pronunciam sobre a renúncia do Papa
"Uma decisão de muita coragem e clareza de pensamento e de ação"
Na minha opinião este Papa não será conhecido nem como teólogo, nem como homem de oração, mas será lembrado como santo
Entrevista com Pe. Hélio Luciano
"Respeito e admiração por sua liberdade espiritual, sua humildade e o seu profundo amor pela Igreja"
Mensagem do Prepósito-geral da Companhia de Jesus sobre a renúncia de Bento XVI
O anúncio do Santo Padre surpreende e comove
Mensagem de dom Walmor, Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte
Gestos simbólicos: Bento XVI já dava mostras da decisão divulgada hoje?
Papa visitou duas vezes lugares ligados a São Celestino V, papa que também renunciou
A função do Bispo de Roma
Artigos do Código de Direito Canônico
LITURGIA E VIDA CRISTÃ
Depois do 28 de fevereiro, continuaremos a nomear Bento XVI no Cânon da Missa?
Responde o padre Edward McNamara, LC, professor de Teologia e diretor espiritual
MUNDO
Dom Orani estará em Roma para despedida de Bento XVI
Assegurou que todos os trabalhos em preparação para o encontro mundial de jovens continuam normalmente
Caminho Neocatecumenal: eternamente gratos ao santo padre
Iniciador Kiko Argüello fala da renúncia de Bento XVI
"Ele soube ser ele mesmo"
Cardeal Philippe Barbarin se pronuncia sobre a renúncia de Bento XVI
Homenagem da Terra Santa ao amado papa Bento XVI
Comunicado do patriarca latino de Jerusalém, dom Fouad Twal
ENTREVISTAS
Dia de São Valentim: o namoro e as relações sexuais pré-maritais (parte II)
Conversamos com dom Jean Lafitte do Conselho Pontifício para a Família
Dia de São Valentim: o namoro e as relações sexuais pré-maritais (parte I)
Conversamos com dom Jean Lafitte, número dois do Conselho Pontifício para a Família
Cardeal Sarah: "Amar e fazer o bem é assemelhar-se a Deus"
Presidente do Conselho Pontifício Cor Unum comenta mensagem quaresmal do papa
ESPIRITUALIDADE
Quaresma: tempo de oração intensa, jejum e penitência
Não somente reduzindo os alimentos, mas sobretudo abstendo-se do pecado
ANGELUS
Nas tentações o que está em jogo é a fé, porque está em jogo Deus.
As palavras de Bento XVI no I Domingo da Quaresma
AUDIÊNCIA DE QUARTA-FEIRA
Superar a tentação de submeter Deus a si e aos próprios interesses
As palavras de Bento XVI na Audiência Geral desta quarta-feira

SANTA SÉ
A "briga dentro da Cúria" não corresponde à realidade
Porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, critica a ênfase sobre possíveis divisões na Igreja e recomenda descrição objetiva aos jornalistas
Por Luca Marcolivio
CIDADE DO VATICANO, 15 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Durante o quinto briefing da semana com os jornalistas acreditados junto a Sala de Imprensa da Santa Sé, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, falou principalmente da nomeação do novo presidente do IOR (Instituto para Obras de Religião), sem desprezar alguns aspectos relacionados ao período da sede vacante e a transição para o novo pontificado.
Respondendo a pergunta de um repórter sobre a possível influência do cardeal John Tong, primeiro cardeal chinês da história a participar de um conclave, Pe. Lombardi disse que esta presença reforça a "dimensão asiática" e "enriquece o colégio cardinalício".
O Cardeal Tong "é bem-vindo" e sua contribuição será escutada "com atenção", mas não deve criar um "relevo específico sobre a relação entre a China e da Igreja".
Algumas incógnitas surgiram sobre o destino da biblioteca do Santo Padre: dificilmente os volumes permanecerão no convento Mater Ecclesiae, onde Ratzinger vai estar depois de passar alguns diasem Castel Gandolfo, no entanto, "haverá uma doação significativa de livros importantes que o acompanham". Permanecendo no Vaticano o ex-Pontífice pode conseguir qualquer livro que não esteja na biblioteca do mosteiro.
Sobre os documentos do Papa - que normalmente são embalados e transferidos para o Arquivo Secreto toda vez que um papa morre - desta vez serão divididos entre os documentos pessoais, que acompanharão Ratzinger em sua nova residência e os de trabalho, que terão outro destino.
Comentando sobre a tendência de certas publicações sobre "tensões, luta de poder e conflito", o porta-voz do Vaticano definiu como uma atitude que "na maioria dos casos vai além da realidade". Essas deformações dos meios de comunicação refletem o fenômeno do "Concílio real" contradizendo o "Concílio das mídias", como descreveu Bento XVI no seu último encontro com o clero romano. Convém que nas próximas semanas a imprensa passe uma imagem da sede vacante "mais próxima da realidade".
O conceito de "divisão na Igreja", além de tudo, é um "debate amplo" e complexo, comentou Pe. Lombardi. Em qualquer instituição "há uma diversidade de pontos de vista, que faz parte da dinâmica normal de toda instituição". Isto não é em si um fato positivo ou negativo: as diferenças podem ser "destrutivas" se levam à "falta de amor", ao "egoísmo" e ao "pecado". Por outro lado, pode ser construtivo e eficaz o "confronto que leva a encontrar juntos o caminho da comunidade".
Bento XVI é um Pontífice que sempre se preocupou com "a unidade da Igreja", com o "empenho ecumênico", portanto, a "briga dentro da Cúria", na opinião de Pe. Lombardi , não "corresponde à realidade".
"Se existem diferenças de opinião, estas fazem parte de uma dinâmica normal", concluiu o responsável da Sala de Imprensa do Vaticano.
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Bento XVI: a mídia criou concílio virtual diferente do Vaticano II
Hoje o concílio é reafirmado como verdadeira renovação da Igreja
Por Sergio Mora
CIDADE DO VATICANO, 15 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Uma versão deformada do concílio chegou de maneira eficiente até o grande público através dos meios de comunicação, que consideraram o Vaticano II como uma luta política e favoreceram as correntes mais convenientes ao seu ponto de vista. A mídia amplificou a ideia de descentralizar a Igreja e de dar o poder aos bispos através do povo. Os frutos foram nefastos. Cinquenta anos depois, porém, esse "concílio virtual" está cedendo lugar ao verdadeiro concílio Vaticano II, com toda a sua força espiritual.
É o que afirmou Bento XVI no encontro de ontem com os sacerdotes da diocese de Roma na Sala Paulo VI, quando abordou magistralmente diversos temas. Não faltaram aplausos nem manifestações de afeto ao pontífice.
"Havia o concílio dos padres conciliares, mas também havia o concílio dos meios de comunicação, que era quase um concílio à parte", disse Bento XVI, percorrendo suas lembranças. "O mundo percebeu o concílio mais através da mídia, que era muito rápida; ou seja, o público recebeu mais o 'concílio da mídia' do que o concílio dos padres".
"O concílio dos padres se realizava dentro da fé. O concílio da fé procurava o intellectus, tentava ser entendido e entender os sinais de Deus para dar respostas aos desafios do momento. Já o concílio dos jornalistas não foi realizado dentro da fé, mas das categorias dos meios de comunicação de hoje, fora da fé, com uma hermenêutica diferente".
Com a voz serena que o caracteriza, o papa precisou: "Era uma hermenêutica política. Para os meios de difusão, o concílio era uma luta política, uma luta de poder entre as diversas correntes dentro da Igreja, e era evidente que eles se posicionaram em favor da parte que achavam mais conveniente ao seu mundo".
E apoiaram, explicou o papa, aqueles que pretendiam a descentralização da Igreja, os poderes dos bispos através da palavra do povo de Deus, o poder dos leigos, a soberania popular. "Claramente, para eles, esta era a parte que tinha de ser aprovada, promulgada e ajudada".
Eles viam a Igreja, portanto, "não como um ato da fé, mas como um lugar em que se fazem coisas compreensíveis, atividades da comunidade". O santo padre acrescentou que existia uma tendência fundamentada historicamente na sacralidade como coisa pagã, que via o culto como profano: "o culto não é culto, mas um ato de conjunto da participação comum". E essas "traduções" do concílio foram violentas na praxis da aplicação da reforma litúrgica, "porque nasceram fora de uma visão do concílio e da sua própria perspectiva de fé".
Bento XVI, sempre falando como numa conversa informal, sem nenhum tipo de anotação em mãos, acrescentou: "Sabemos que o 'concílio da mídia' era mais acessível a todos, mais dominante e mais eficiente. E ele criou calamidades, tantos problemas e misérias. Seminários fechados, conventos fechados, liturgia banalizada".
"Esse concílio da mídia foi imposto à sociedade, criando numerosos problemas, enquanto o concílio tinha dificuldades para se concretizar". Por assim dizer, "o concílio virtual era mais forte que o concílio real".
Mas a força do concílio estava presente e, pouco a pouco, vai se realizando cada vez mais e se transforma na verdadeira força, "que é a verdadeira reforma e a verdadeira renovação da Igreja".
Ao concluir a fala, Bento XVI afirmou aos vários milhares de sacerdotes e seminaristas presentes: "Cinquenta anos depois do concílio, nós vemos que esse 'concílio virtual' está se perdendo, e que, ao mesmo tempo, vem surgindo o verdadeiro concílio, com toda a sua força espiritual. E é nosso dever, neste Ano da Fé, trabalhar para que se realize o verdadeiro concílio, com a força do Espírito Santo, e a Igreja seja realmente renovada".
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Dom Georg permanece ao lado de Bento XVI
Afirmou Padre Lombardi, porta-voz do Vaticano, no briefing de hoje
Por Salvatore Cernuzio
ROMA, 14 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Continuam as manchetes sobre a notícia que, desde segunda-feira, ocupa as primeiras páginas de todas as mídias do mundo: a demissão de Bento XVI. Na verdade, a "renúncia de Bento XVI" como deixou claro Padre Federico Lombardi durante encontro com os jornalistas no quarto briefing realizado na sala de imprensa do Vaticano.
O porta-voz da Santa Sé deu a conhecer algumas informações relevantes sobre a decisão histórica do Papa: primeiro, a situação do secretário particular mons. Georg Gaenswein. Já na conferência de imprensa de ontem, padre Lombardi havia enfrentado a questão sobre a dupla função de secretário de Sua Santidade e Prefeito da Casa Pontifícia. Atribuição conferida por Bento XVI em dezembro do ano passado, sinal de plena confiança do Papa em um de seus colaboradores mais próximos.
Se ontem era certo que o arcebispo desempenharia apenas o papel de prefeito – já que não decai, apesar da renúncia do Papa – hoje foi confirmado também que Gaenswein acompanhará Bento XVI a Castel Gandolfo e depois ao mosteiro Mater Ecclesiae, continuando seu trabalho como secretário particular.
Juntamente com ele, acompanharão Ratzinger os quatro Memores Domini de Comunhão e Libertação, como sempre prestando serviço na capela, cozinha, arquivo e secretariando o Santo Padre. "O núcleo fundamental da família pontifícia - disse Pe. Lombardi – continuará a acompanhar Bento XVI nessa transição".
Ainda sobre dom Georg, o porta-voz do Vaticano afirmou que, mesmo permanecendo Prefeito e Secretário, ele não terá qualquer tipo de influência sobre o novo Papa, enquanto "suas competências não dizem respeito ao governo ou às decisões da Igreja", mas sim a "funções práticas e logísticas relativas à organização das audiências de Sua Santidade".
No que diz respeito ao mons. Alfred Xuereb, o segundo secretário do Papa, o Diretor da Sala de Imprensa, disse que em um primeiro momento ele irá para Castel Gandolfo, e provavelmente, será por um tempo o secretário de seu sucessor, "de modo a introduzir a prática e a vida do apartamento papal".
O porta-voz do Vaticano também negou o relatório publicado esta manhã por alguns jornais anunciando a nomeação do belga Bernard De Corte como novo Presidente do IOR. "Eu não sei e não confirmo que foi eleito um novo presidente", disse ele, prevendo, no entanto, a possibilidade de uma nomeação até o final da semana.
Outra questão levantada foi o incidente do Papa durante sua viagem ao México, notícia divulgada esta manhã. Com base em algumas informações Bento XVI teria caído e ferido a cabeça e isso - segundo fontes – teria sido um sinal que conduziria à tomada de decisão da segunda-feira. "Eu não tenho que negar que houve este episódio - disse Pe. Lombardi - mas não influenciou nem a viagem, nem a decisão como tal".
"Aconteceram alguns incidentes nos últimos anos e neste período- acrescentou - mas o Papa, sobre a renúncia, se referia apenas a sua condição de envelhecimento geral e as forças que são menores nos últimos meses. As interpretações que ligam a um episódio ao invés de outro não são pertinentes".
"A Constituição conserva todo o seu valor" respondeu Pe. Federico Lombardi às perguntas sobre uma hipotética redisposição de normas para antecipar o Conclave. O jesuíta defendeu firmemente que não foi feita e nem mesmo levada em consideração a idéia de uma mudança nas leis. E nem que o Conclave, segundo as normas, seria após 15-20 dias da sede vacante. A data exata será anunciada durante este período pelos cardeais que chegarão nos próximos dias ao Vaticano e se estabelecerão a partir de 01 de março, e não antes, na Casa Santa Marta.
O porta-voz esclareceu também que o discurso sobre o limite de 80 anos para votar no Conclave, se refere àqueles que já completaram essa idade no primeiro dia da sede vacante. Então, seja o cardeal Walter Kasper como o Cardeal Severino Poletto participarão, pois ambos completam 80 anos em março.
Finalmente, o leit-motiv do briefing: "Como se poderá chamar o Papa no futuro?". "Ainda não está claro a questão do nome - explicou o diretor da Sala de Imprensa - nem o fato de que Bento XVI será Bispo emérito de Roma".
"Acho que posso reiterar - concluiu - que Bento XVI é um título ao qual não pode renunciar. É o seu nome como Papa que ele levou a toda a Igreja e ao mundo oficialmente por oito anos. Então, certamente, continuaremos a chamá-lo de Bento XVI. Isso não muda e não pode obviamente mudar."
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"Rasgai os corações, não as vestes"
Homilia da Quarta-Feira de Cinzas: papa Bento XVI nos convida a "voltar para Deus com todo o coração"
Por Antonio Gaspari
CIDADE DO VATICANO, 14 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - "Muitos estão prontos a 'rasgar as vestes' diante de escândalos e injustiças, naturalmente cometidos por outros, mas poucos parecem dispostos a agir em seu próprio coração, em sua própria consciência e nas suas próprias intenções, deixando que Nosso Senhor transforme, renove e converta".
As palavras são do papa Bento XVI, ditas ontem, 13 de fevereiro, na homilia da missa celebrada na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
No início da quaresma, em frente ao túmulo do Apóstolo Pedro, o papa invocou a sua intercessão para o caminho da Igreja e agradeceu a todos, especialmente aos fiéis da diocese de Roma, enquanto se prepara para "encerrar o seu ministério petrino".
Partindo das leituras do dia, o bispo de Roma mencionou o forte apelo do profeta Joel ao povo de Israel: "Assim diz o Senhor: voltai para mim de todo o vosso coração, com jejuns, prantos e lamentos". O papa destacou a frase "de todo o vosso coração", explicando que "há uma força que não reside em nossos corações, mas que emana do coração de Deus mesmo. É a força da sua misericórdia".
Depois de confirmar que a dimensão comunitária é um elemento essencial na vida cristã, Bento XVI afirmou que o rosto da Igreja "é às vezes deformado". "Penso em particular nos pecados contra a unidade da Igreja, nas divisões no corpo da Igreja". Por isso, "viver a quaresma com mais intensidade e evidente comunhão eclesial, superando individualismos e rivalidades, é um sinal humilde e precioso para quem está longe da fé ou indiferente".
O papa explicou que a quaresma e a páscoa são "uma oportunidade única" para a nossa salvação, porque Cristo quis caracterizar a sua vida com tudo o que é humano, "assumindo até mesmo o pecado dos homens".
"A reconciliação que nos é oferecida teve um preço altíssimo", disse o papa, porque "no mergulho de Deus no sofrimento humano e no abismo do mal está a raiz da nossa justificação. (...) O retorno a Deus com todo o nosso coração no caminho quaresmal passa pela cruz, pelo seguir a Cristo no caminho do Calvário, pelo dom total de nós mesmos".
Para retornar a Deus de todo o coração, Bento XVI recordou que Jesus menciona três práticas fundamentais previstas na lei mosaica: a oração, a esmola e o jejum.
O papa terminou a homilia exortando: "Que ressoe com força em nós o convite à conversão, a voltar para Deus com todo o nosso coração, acolhendo a sua graça que nos torna homens novos, com a surpreendente novidade que é participação na própria vida de Jesus".
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Tudo aquilo que ainda se gostaria de saber sobre a renúncia de Bento XVI
Padre Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, responde as perguntas e as dúvidas dos jornalistas sobre o que acontecerá depois do fatídico 28 de fevereiro
Por Salvatore Cernuzio
CIDADE DO VATICANO, 13 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Um Papa que renuncia é um evento que não acontece todos os dias, de fato, para ser mais preciso, não acontecia há 600 anos. Ainda são muitas, portanto, as curiosidades e perguntas que animam a imprensa e as pessoas comuns. No briefing de hoje com os jornalistas, no qual se apresentou o calendáro dos últimos eventos do Pontificado de Bento XVI, padre Federico Lombardi respondeu a várias questões sobre o que acontecerá antes e depois do fatídico 28 de fevereiro.
De particular importância são as informações fornecidas pelo porta-voz vaticano sobre o início do Conclave. De acordo com o previsto pela Constituição – explicou – a partir do começo da sede vacante abre-se espaço para as congregações dos cardeais.
Esses momentos serão muito importantes, mas também delicados, durante os quais, além das várias obrigações legais, se prevém conversações e intercâmbios entre cardeais sobre os problemas a serem resolvidos e a situação da Igreja, "de modo a amadurecer também para os membros do colégio, critérios e informações uteis sobre as eleições".
"Há um trabalho que não leva às eleições rapidamente – sublinhou Lombardi – um discernimento que deve ser feito pelo colégio que chega até os dias chaves do conclave e eleição com uma preparação". Por isso, a normativa prevê que o começo do conclave tenha que ser estabelecido entre 15 e 20 dias desde o começo da sede vacante.
Portanto – continuou o diretor da Sala de Imprensa vaticana – "se tudo correr normalmente, espera-se que o conclave possa começar entre o 15 e o 19 de Março", embora se ainda "não seja possível dar uma data exata porque são os cardeais que estabelecerão exatamente o calendário".
Com relação às perguntas do nome e da vestimenta de Bento XVI depois do 28 de fevereiro, padre Lombardi declarou que, "ainda que essas questões possam parecer secundárias e formais", exigem "importantes aspectos de caráter jurídico e implicações sobre as quais refletir, nas quais o Papa mesmo está envolvido". Portanto, atualmente, não existem informações confiáveis.
Não haverá também um momento especialmente significativo ou juridicamente relevante que identificará o final do Pontificado do Papa Ratzinger. As normas do código de direito canônico – explicou Lombardi – prevém a opção de que o Papa possa renunciar ao seu ministério, com a condição de que a decisão seja "tomada livremente e manifestada devidamente". "Isso o Papa fez - disse ele -. Então, não há nada mais a ser feito, a renúncia é válida na sua forma, dado que segunda-feira foi feita em latim, assinada pelo Papa e pronunciada na frente dos cardeais".
Os mesmos cardeais que, diante das palavras do Papa mostraram vivamente a sua admiração, Sua Eminência Sodano em primeiro lugar... Mas agora, depois de três dias do shock inicial da notícia, qual é o espírito que paira no vaticano? A questão é curiosa e Pe. Lombardi responde que "para muitos o estado de ânimo fundamental ainda é de surpresa, e portanto de reflexão sobre o significado que esta decisão comporta para a Igreja e para a Cúria romana que está envolvida".
"De minha parte - acrescentou - tenho um sentimento de grande admiração por esta decisão livre, humilde, responsável, lúcida do Santo Padre, com as motivações claríssimas que o levou à avaliação das suas forças que diminuem e do bem da Igreja".
"Todos nós o vimos tornar-se mais frágil – continuou – ainda que esta avaliação competia só à ele avaliar a gravidade ou seriedade. Estou admirado pelo fato de que o Papa tenha feito este exame tendo vivido plenamente o seu ministério até hoje, e é admirável que ele analise "Cumpri o meu ministério até hoje, agora para que seja levado adiante adequadamente no mundo atual, precisa-se de mais forças".
A renúncia de um Papa ao seu próprio ministério, reiterou o porta-voz da Santa Sé, "não foi inventada por Bento XVI", ele "somente a colocou em prática, mostrando uma grande coragem para utilizá-la primeiro desta forma, com um espírito de fé e de amor à Igreja".
E justamente por causa desta forte ligação com a Igreja e pela grande discrição e sabedoria que desde sempre caracteriza a sua personalidade, Bento XVI, apesar de que a partir do 1 º de março estará livre para mover-se dentro do Estado da Cidade do Vaticano, irá abster-se de toda forma de comunicação ou interferência.
Tanto a nível pessoal com os cardeais ou outros homens da Cúria, para deixar claro a sua plena liberdade e autonomia (isso justifica também a escolha de ir por um tempo para Castel Gandolfo). Seja a nível público, evitando declarações que poderiam "dar origem a um sentido de interferência ou de tomadas de posição influenciantes". Porém, destacou Lombardi, "se trata-se de escrever um texto teológico espiritual, alimento útil para o Povo de Deus, é bem possível que isso aconteça".
Por este motivo, o padre Lombardi disse, "não há nenhuma preocupação por parte do colégio cardenalício de que o Papa continue a residir no Vaticano". Na verdade, "é uma sábia decisão permanecer dentro dos muros vaticanos, com a sua possibilidade de estudar e rezar. E também os cardeais estarão felizes de ter muito próximo uma pessoa que mais do que todas pode compreender quais são as necessidades espirituais da Igreja e do sucessor de Pedro".
Entre as curiosidades também está o destino de monsenhor Georg Gaenswein. Continuará Prefeito na sede vacante ou irá com o Papa como secretário? "Eu acho que essas questões precisam ser respondidas por Dom Georg", disse Pe. Lombardi. É certo que a tarefa de Prefeito da Casa Pontifícia não decai, e sobre o papel de secretário pessoal Lombardi assegurou: "Se eu conheço o estilo do Santo Padre, eu não acho que ele queira recorrer, no seu retiro no mosteiro, a um bispo como secretário pessoal".
Importante, também, a notícia de uma possível nomeação nos próximos dias, do novo presidente do IOR, dado que o processo "vinha acontecendo há algum tempo, e não foi interrompido porque o Papa anunciou a sua renúncia".
A última questão foi resolvida no final do briefing: "Se um dia Joseph Ratzinger como ex Papa discordasse de uma escolha do seu sucessor, quem teria razão?" Perguntam os jornalistas. O porta-voz respondeu simplesmente: "O Papa é o Papa, e como a teologia o ensina existem condições para a assistência do Espírito Santo. Condições raras que estão ligadas ao ministério petrino, ao serviço como Papa." Portanto, "a pessoa que renunciou esse ministério não tem este título de assistência especial, de guia da Igreja universal, e portanto o problema não se coloca".
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Dom Zimowski, enviado especial do papa a Altötting
Tradução da carta de nomeação, enviada pelo papa Bento XVI
ROMA, 13 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Publicamos a seguir a tradução da carta com que o santo padre nomeou dom Zygmunt Zimowski, arcebispo e bispo emérito de Radom, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, como seu Enviado Extraordinário às comemorações da Jornada Mundial do Enfermo, celebrada em Altötting, na Alemanha.
***
Ao Venerável Irmão Zygmunt Zimowski
Arcebispo e bispo emérito de Radom
Presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde
A Igreja de Cristo se manteve inabalável na prestação de alívio aos doentes e nunca deixará de ajudar aqueles que estão em necessidade. Ela relembra as muitas admoestações com que o Divino Mestre enviou os apóstolos a evangelizar, enquanto estava com eles: "Curai os enfermos que ali houver e dizei-lhes: o Reino de Deus está próximo de vós" (Lc 10, 9). E ele mesmo, antes de instruir as multidões, curava os enfermos (cf. Mt 8, 16; 12, 15; 14, 14). É urgente que todos os cristãos se voltem à procura da salvação das almas, para que, mais perto do Senhor Jesus na tristeza, elas ofereçam mais solícito cuidado aos doentes.
Sempre que pudermos cumprir o nosso dever pastoral para com aqueles que sofrem, façamo-lo de bom grado, para que se fortaleçam e para que os que deles cuidam cumpram ainda mais tenazmente a sua missão. Estamos felizes, pois, de acolher o pedido que o Venerado Irmão nos fez discretamente, para que mandássemos um Enviado a Altötting, na Alemanha, a fim de fazer que seja sentida mais de perto a nossa presença nas comemorações da Jornada Mundial do Enfermo. Anuindo a este piedoso pedido, Venerado Irmão, voltamo-nos justamente a si, para que, como presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, proveja que os participantes desse evento se assegurem da grande caridade com que amamos os doentes e da diligência com que oramos por eles e nos prodigamos mediante aqueles que atendem aos seus cuidados.
Com esta carta, pois, o nomeamos nosso Enviado Extraordinário às celebrações da 21ª Jornada Mundial do Enfermo, a realizar-se em 11 de fevereiro próximo. Encorajamo-lo ao anúncio, para todos os presentes, da luz da verdade do evangelho e da única via de salvação, Jesus, nosso Cristo. A eles falará em especial do vínculo dulcíssimo de amor que nos une a eles com firmeza. Tendo ainda felizmente celebrado o Ano da Fé, anunciado por nós na Praça da Basílica de São Pedro, solicitará que, renovando a esperança, tenham fé em Deus, posto que, "crendo mais intensamente, também os doentes se fortalecem" (Santo Agostinho, De utilitate credendi, 1, 2).
A fé cristã nos leva, sem dúvidas, a anunciar o evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28, 19) e a dar mostra da verdadeira dor e da verdadeira aflição. Através das angústias desta vida, cada um tende à verdadeira liberdade e ao dom sincero de si mesmo.
O Venerado Irmão levará esta nossa mensagem e convidará os participantes a confirmarem a sua fé e a livremente se confiarem a Deus e responderem ao mandamento do amor que foi dado por seu Filho. Exporá as nossas saudações aos ali reunidos, especialmente ao administrador apostólico da diocese de Passau e aos outros bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, e a todos os fiéis leigos. Por fim, queremos que volte as palavras da nossa benevolência a todas as autoridades civis participantes.
Venerável Irmão, nós o acompanhamos na sua missão através da oração e o confiamos à intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria Imaculada, Medianeira de todas as graças, concedendo-lhe de bom grado a bênção apostólica, a qual desejamos que transmita a todos os participantes no ritual da celebração.
Roma, São Pedro, dia 10 do mês de janeiro, ano 2013, oitavo do nosso pontificado.
BENTO PP. XVI
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Cardeal Vallini: Aprendemos da sua pessoa como amar a Cristo e a Igreja
Bento XVI no encontro anual com o clero romano
Por Sergio Mora
CIDADE DO VATICANO, 15 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - O encontro do papa com o clero de Roma, como em todos os anos, acontece no início da quaresma. O de ontem foi na Sala Paulo VI, devido à quantidade de religiosos presentes. Em meio a aplausos calorosos e muitos "viva o papa!", entrou Bento XVI: "Obrigado pelo afeto e pelo seu amor à Igreja e ao papa", disse ele.
Neste encontro, o papa falou como numa conversa informal, sem anotações. Durante aproximadamente quarenta e cinco minutos, percorreu suas lembranças e experiências do concílio Vaticano II.
"Embora me retire, permanecerei em oração, perto de todos vocês, e tenho certeza de que todos vocês estarão perto de mim, mesmo que, para o mundo, eu fique escondido". Depois dos aplausos, Bento XVI escutou as palavras do cardeal Agostino Vallini.
O cardeal, em nome dos bispos, párocos, religiosos, vigários, sacerdotes, capelães e diáconos, disse ao papa: "Apresentamos a Sua Santidade uma saudação comovida e um grande afeto filial".
"Permita-me, santo padre, confidenciar que nesta manhã nós temos no coração sentimentos de alguma forma semelhantes aos dos anciãos de Éfeso, chamados por Paulo até Mileto para escutarem, antes da sua partida para Jerusalém, as suas palavras de despedida".
E o cardeal citou a frase evangélica: "Sabeis como me portei... Servi ao Senhor com toda a humildade, entre lágrimas e provações; dando testemunho… para a conversão a Deus e a fé no Senhor Jesus... Todos caíram em pranto e, lançando-se ao abraço de Paulo, o beijavam".
Enquanto Vallini lia, as câmeras de televisão enfocavam os rostos profundamente emocionados de quem estava presente.
"Sim, santo padre. Não lhe escondemos que, em nosso ânimo, se mistura um conjunto de sentimentos: tristeza e respeito, admiração e lamento, afeto e ufania. Em meio a tudo isto, adoramos a vontade de Deus e acolhemos da sua amada pessoa o ensinamento de como se ama e se serve a Cristo e à Igreja. Ao seu discreto e forte exemplo de vida, ficaremos ligados para sempre".
O vigário do papa para a diocese de Roma prosseguiu: "Sua Santidade nos ensinou muitas coisas para sermos discípulos fidedignos de Cristo e bons pastores", com a sua "fé indomável e cheia de coragem, a humildade no serviço, a paixão pela verdade no seu empenho de anunciar o evangelho num mundo que precisa da reproposição da fé, assim como o cuidado dos fracos e dos pobres que Sua Santidade sempre defendeu e ajudou. (...) Uma elevada visão da vida sacerdotal, que supera as visões minúsculas que algumas vezes podem insinuar-se entre nós".
"Desejo assegurar-lhe", concluiu o cardeal romano, "que o seu magistério sempre foi acolhido pelos seus sacerdotes como um tesouro. Nós estamos vivendo o Ano da Fé como um poderoso convite a uma renovada conversão ao Senhor e com intensidade interior e renovada disponibilidade de pastores para servir ao povo de Deus".
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O seu Magistério foi uma janela aberta sobre a Igreja e sobre o mundo
Palavras do secretário de Estado ao papa Bento XVI na Basílica de São Pedro
CIDADE DO VATICANO, 13 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Ao final da liturgia da Quarta-feira de Cinza, na Basílica de São Pedro, presidida por Bento XVI, o cardeal secretário de Estado Tarcisio Bertone dirigiu algumas palavras de agradecimento ao Santo Padre.
Beatíssimo Padre:
Com sentimentos de grande comoção e de profundo respeito não somente a Igreja, mas todo o mundo, soube da notícia de Sua decisão de renunciar ao ministério de Bispo de Roma, sucessor do Apóstolo Pedro.
Não seríamos sinceros, Santidade, se não lhe disséssemos que nesta tarde há um véu de tristeza sobre nosso coração. Nestes anos, o seu Magistério foi uma janela aberta sobre a Igreja e sobre o mundo, que fez penetrar os raios da verdade e do amor de Deus, para dar luz e calor ao nosso caminho, também e sobretudo, nos momentos em que as nuvens ficaram densas no céu.
Todos nós compreendemos que é exatamente o amor profundo que Vossa Santidade tem por Deus e pela Igreja lhe impulsionou a esse ato, revelando aquela pureza de ânimo, aquela fé robusta e exigente, aquela força da humildade e da mansidão, junto à uma grande coragem, que caracterizaram cada passo de Sua vida e de Seu ministério, e que podem vir somente do estar com Deus, do estar à luz da Palavra de Deus, do subir continuamente a montanha do encontro com Ele e depois descer a Cidade dos homens.
Santo Padre, poucos dias atrás, com os seminaristas da sua diocese de Roma, o senhor nos deu uma lição especial, disse que sendo cristãos sabemos que o futuro é nosso, o futuro é de Deus, e que a árvore da Igreja cresce sempre de novo. A Igreja se renova sempre, renasce sempre. Servir a Igreja na firme consciência que não é nossa, mas de Deus, que não somos nós quem a construímos, mas é Ele; poder dizer-nos com verdade a palavra evangélica: "Somos servos inúteis. Fizemos o que deveríamos fazer" (Luc 17, 10), confiando totalmente no Senhor, é um grande ensinamento que o senhor, mesmo com esta sofrida decisão, dá não somente a nós, Pastores da Igreja, mas a todo o povo de Deus.
A Eucaristia é um render graças a Deus. Nesta tarde nós queremos agradecer o Senhor pelo caminho que toda a Igreja fez sob a direção de Vossa Santidade e queremos dizer-lhe do mais íntimo do nosso coração, com grande afeto, comoção e admiração: obrigado por ter-nos dado o luminoso exemplo de simples e humilde servo da vinha do Senhor, um trabalhador que soube realizar em cada momento aquilo que é mais importante: levar Deus aos homens e levar os homens a Deus. Obrigado!
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Por que Bento XVI renunciou?
O porta-voz vaticano, padre Federico Lombardi, explica as razões da histórica decisão do Santo Padre, excluindo qualquer possibilidade de doença e convidando "a prestar muita atenção" ao que dirá até o dia 28 de Fevereiro
Por Salvatore Cernuzio
ROMA, 12 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - O Papa não está doente. O Papa está bem. A razão da decisão de renunciar ao ministério petrino é devida à fragilidade proveniente do envelhecimento e da consequente impossibilidade de governar a Igreja melhor.
Padre Federico Lombardi explicou com clareza as causas subjacentes da histórica decisão anunciada ontem pelo Pontífice. Uma "decisão consciente, espiritual, bem fundamentada do ponto de vista da fé e humano", como declarou na coletiva de hoje com os jornalistas na Sala de Imprensa vaticana.
Em particular, o porta-voz do Vaticano, quis "eliminar" algumas insinuações que sairam ontem pelos meios de comunicação italianos, sobre uma possível doença do Santo Padre, que ainda estivesse escondida e sobre alguns procedimentos cardíacos que o Papa teria sofrido recentemente.
"Não existem doenças específicas", afirmou Pe. Lombardi, nem sequer "algum intervenção especial". É verdade que Bento XVI nos meses passados se submeteu a uma pequena operação cardíaca, mas – explicou Lombardi – foi apenas uma substituição das baterias do marcapasso. Portanto, uma intervenção "normal, de rotina, como de todas as pessoas que têm um controlador cardíaco" que não tem nenhum importância na decisão do Pontífice, porque foi algo "irrelevante sob todos os pontos de vista".
O diretor da Assessoria de Imprensa Vaticana confirmou que até o dia 28 de fevereiro – data em que a Sé ficará vacante – a agenda de Bento XVI não sofrerá nenhuma variação. Trata-se das últimas intervenções do Papa Ratzinger, portanto, "ocasiões preciosas" que o Padre Lombardi convidou a "prestar muita atenção".
Sobretudo, prestemos atenção na Audiência geral de amanhã (a primeira aparição pública post declaratio), e a celebração das Cinzas que, por questões de espaço, não será mais na Santa Sabina no Aventino, mas na Basílica de São Pedro, justamente "para acolher mais fieis e tantos cardeais" que participarão daquela que, de fato, é "a última grande concelebração do Papa".
Depois ainda acontecerá, na quinta-feira de manhã, na Sala Paulo VI, a antiga tradição do encontro – conversa do Papa com o clero romano. Naquela ocasião, Bento XVI "falará espontaneamente com anotações preparadas", e de acordo com o que disse Pe. Lombardi, "falará da sua experiência no Concílio Vaticano II".
Permanecem inalterados também outros eventos, como os Angelus do domingo, as visitas ad limina dos bispos italianos, as audiências aos presidentes da Romania e Guatemala, a intervenção no final dos exercícios espirituais e a última audiência do 27 de fevereiro, que acontecerá provavelmente na Praça de São Pedro, "para dar possibilidade de uma participação maior na saudação ao Santo Padre".
Respondendo a uma questão urgente, o porta-voz do Vaticano também falou da possível encíclica sobre a fé e a possibilidade de que seja publicada no final do mês. "Que eu saiba não - disse - porque não estava preparada para ser traduzida, publicada, terminada em pouco tempo".
"Se haverá depois outro modo em que Bento XVI nos fará participantes das suas reflexões sobre a fé, muito bem", acrescentou. Porém, "a Encíclica como tal, publicada pelo Papa não podemos pensar que a teremos até o final do mês".
Perguntado sobre o motivo que fez o Papa não ter definido uma data que lhe tivesse dado mais tempo para entregar o importante documento, padre Lombardi respondeu "a escolha da data de uma comunicação e depois a sede vacante é uma escolha feita com uma reflexão ampla também em base a um calendário litúrgico e aos compromissos da Igreja".
"Esse - afirmou – era um bom tempo para ter um espaço de um anúncio e depois a convocação do conclave, de tal forma que se chegasse à Páscoa e ao período pascal com a eleição do novo Papa". Consciente, portanto, da "sua condição de forças que diminuem", Bento XVI considerou já o momento amadurecido para deixar que fosse um outro Papa a enfrentar os novos compromissos e concluir o Ano da fé.
Continuando o tema dos "tempos", Lombardi explicou que o Papa deixará as suas funções às 20hs e não às 24hs do dia 28 de fevereiro, porque naquela hora acaba "normalmente" a jornada de trabalho do Papa, "antes de retirar-se em oração e depois repousar".
Grande preocupação dos jornalistas foi, então, compreender como se chamará ou vestirá Bento XVI quando volte ao Vaticano depois da sua estada em Castel Gandolfo. "São questões ainda não definidas" disse Lombardi.
Notícia certa é, pelo contrário, que Bento XVI "não voltará cardeal", nem "será Bispo emérito de Roma" ainda se, por agora, não existem fórmulas oficiais. É certo, porém, que não terá nenhum papel no próximo conclave, enquanto que permanece a probabilidade de que, como é normal, o anel petrino seja quebrado.
O diretor da Sala de Imprensa do Vaticano confirmou o início em novembro dos trabalhos de restauração do mosteiro Mater Ecclesiae "no Vaticano, que há um tempo era ocupado por irmãs de clausura, onde o Papa residirá.
Embora tenha sido "ampliado com a construção de uma capela ao longo do muro que desce da torre da Colina", o Mater Ecclesiae "permanece portanto um edifício pequeno – disse Lombardi – onde não podem estar unidos a residência das religiosas e a do Papa" .
Quando perguntado sobre o motivo que fez o Papa decidir morar neste lugar, o porta-voz respondeu que foi uma decisão do Papa, porque "ninguém lhe impõe onde deve ir ou o que deve fazer". "O Papa conhece muito bem o Vaticano – acrescentou – e portanto sabia perfeitamente o que era o convento, onde estava e se poderia ser uma colocação adequada" que garantisse uma certa "autonomia e liberdade".
Uma última questão levantada é a de que foi a mesma viagem a Cuba e ao México que determinou, devido à fadiga, a decisão do Pontífice de demitir-se. Na realidade, assinalou Padre Lombardi, Bento XVI tinha considerado esta hipótese já no livro-entrevista do 2010, "Luz do Mundo", de Peter Seewald.
Portanto, era um tema já claro antes da viagem ao México e Cuba, "independente de eventos específicos". Além disso, depois da experiência da viagem intercontinental, o Santo Padre "não colocou no calendário outras grandes viagens, mas só afirmou que para Rio era normal que o Papa estivesse presente, mas não quer dizer que seria ele mesmo que estaria presente".
Em conclusão, à questão "escaldante": conseguirão conviver dois Papas no Vaticano? Pe. Lombardi respondeu calmamente: "É uma situação nova, mas acho que não haverá nenhum problema para o seu sucessor". Na verdade, afirmou, "o sucessor provavelmente se sentirá sustentado pela oração, por uma presença intensa de amor e de participação da pessoa que mais do que qualquer outra no mundo pode compreender e participar das preocupações do seu sucessor".
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"Me sustenta e me ilumina a certeza de que a Igreja é de Cristo"
Discurso improvisado pelo Papa antes da catequese da quarta-feira
CIDADE DO VATICANO, 13 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Acolhido pelos aplausos e pela emoção dos fieis presentes na Sala Paulo VI, o Papa Bento XVI pronunciou, antes de começar a tradicional catequese da quarta-feira hoje, o seguinte discurso improvisado.
***
"Queridos irmãos e irmãs,
Como vocês sabem, decidi [aplausos]... Obrigado pela sua simpatia, decidi renunciar ao ministério que o Senhor me confiou no dia 19 de abril de 2005. Fiz isso com plena liberdade para o bem da Igreja, depois de ter rezado bastante e de ter examinado diante de Deus a minha consciência, bem consciente da gravidade de tal ato, mas bem consciente de não estar mais em condições de exercer o ministério petrino com aquela força que se requer. Me apoia e me ilumina a certeza de que a Igreja é de Cristo, o qual não a deixará nunca sem o seu guia e cuidado. Agradeço a todos pelo amor e a oração com que me acompanham. Obrigado, senti quase que fisicamente nestes dias, não fáceis para mim, a força da oração que o amor da Igreja, a oração de vocês, me traz. Continuem a rezar por mim, pela Igreja, pelo futuro Papa, que nos guiará".
[Tradução ZENIT]
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Mensagem do Santo Padre aos fieis brasileiros por ocasião do lançamento da 50ª Campanha da Fraternidade 2013
Convido os jovens brasileiros a buscarem sempre mais no Evangelho de Jesus o sentido da vida
ROMA, 13 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil apresentará hoje, na sua sede em Brasília (DF), o tema da Campanha da Fraternidade desse ano, "Fraternidade e Juventude" e o lema "Eis-me aqui, envia-me!" (Is 6,8). Publicamos a seguir a mensagem que o Santo Padre Bento XVI enviou aos fieis brasileiros para essa ocasião:
***
Queridos irmãos e irmãs,
Diante de nós se abre o caminho da Quaresma, permeado de oração, penitência e caridade, que nos prepara para vivenciar e participar mais profundamente na paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. No Brasil, esta preparação tem encontrado um válido apoio e estímulo na Campanha da Fraternidade, que este ano chega à sua quinquagésima realização e se reveste já das tonalidades espirituais da XXVII Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho próximo: daí o seu tema "Fraternidade e Juventude", proposto pela Conferência Episcopal Nacional com a esperança de ver multiplicada nos jovens de hoje a mesma resposta que dera a Deus o profeta Isaías: "Eis-me aqui, envia-me!"(6,8).
De bom grado associo-me a esta iniciativa quaresmal da Igreja no Brasil, enviando a todos e cada um a minha cordial saudação no Senhor, a quem confio os esforços de quantos se empenham por ajudar os jovens a tornar-se – como lhes pedi em São Paulo – "protagonistas de uma sociedade mais justa e mais fraterna inspirada no Evangelho" (Discurso aos jovens brasileiros, 10/05/2007). É que os "sinais dos tempos", na sociedade e na Igreja, surgem também através dos jovens; menosprezar estes sinais ou não os saber discernir é perder ocasiões de renovação. Se eles forem o presente, serão também o futuro. Queremos os jovens protagonistas integrados na comunidade que os acolhe, demonstrando a confiança que a Igreja deposita em cada um deles. Isto requer guias – padres, consagrados ou leigos – que permaneçam novos por dentro, mesmo que o não sejam de idade, mas capazes de fazer caminho sem impor rumos, de empatia solidária, de dar testemunho de salvação, que a fé e o seguimento de Jesus Cristo cada dia alimentam.
Por isso, convido os jovens brasileiros a buscarem sempre mais no Evangelho de Jesus o sentido da vida, a certeza de que é através da amizade com Cristo que experimentamos o que é belo e nos redime: "Agora que isto tocou os teus lábios, tua culpa está sendo tirada, teu pecado, perdoado" (Is 6,7). Desse encontro transformador, que desejo a cada jovem brasileiro, surge a plena disponibilidade de quem se deixa invadir por um Deus que salva: "Eis-me aqui, envia-me!' aos meus coetâneos" - ajudando-lhes a descobrir a força e a beleza da fé no meio dos "desertos (espirituais) do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o que é essencial: (…) o Evangelho e a fé da Igreja, dos quais os documentos do Concílio Vaticano II são uma expressão luminosa, assim como o é o Catecismo da Igreja Católica" (Homilia na abertura do Ano da Fé, 11/10/2012).
Que o Senhor conceda a todos a alegria de crer n'Ele, de crescer na sua amizade, de segui-Lo no caminho da vida e testemunhá-Lo em todas situações, para transmitir à geração seguinte a imensa riqueza e beleza da fé em Jesus Cristo. Com votos de uma Quaresma frutuosa na vida de cada brasileiro, especialmente das novas gerações, sob a proteção maternal de Nossa Senhora Aparecia, a todos concedo uma especial Bênção Apostólica
Vaticano, 8 de fevereiro de 2013
BENEDICTUS PP. XVI
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Bento XVI renuncia ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro
A Sede de São Pedro ficará vacante a partir de 28 de Fevereiro. Será convocado o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.
CIDADE DO VATICANO, 11 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Apresentamos as palavras com que Bento XVI anunciou a sua renuncia:
Caríssimos Irmãos,
convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.
Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.
BENEDICTUS PP. XVI
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PREGAÇÃO SAGRADA
Como melhorar a Pregação Sagrada
Coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., professor de Teologia e Oratória no seminário Interdiocesano Mater Ecclesiae de São Paulo
Por Pe. Antonio Rivero, L.C.
SãO PAULO, 15 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Nessa semana continuaremos a falar do que o pregador deve fazer:
Em segundo lugar, o pregador também tem que escutar a comunidade à qual vai pregar.
Toda pregação tem que ter em conta duas coisas: a mensagem bíblica e a situação dos ouvintes. Falemos agora dos ouvintes.
Importância dos ouvintes
Os ouvintes são o outro livro de Deus "no qual teremos que ler constantemente, com o mesmo amor, com a mesma humildade e com a mesma perseverança que ante a Escritura e os sacramentos". O pregador deve ser um "contemplativo da rua", capaz de assombrar-se, maravilhar-se, entristecer-se e sobretudo comungar com o que acontece ao seu redor. Nada lhe é estranho. Tem que abrir o seu coração para acolher, escutar e fazer seu o que vai acontecendo.
O ouvinte tem que sentir durante a nossa pregação de que trata-se de algo seu, que se dá uma resposta às suas interrogações, medos, expectativas e alegrias. Temos que conhecer o contexto habitual dos nossos ouvintes, seu modo de ser, seus problemas, seu trabalho e suas festas. Não é o mesmo um povo de uma região com seca que um povo com uma região onde abunda água, nem um povo do litoral que um povo da montanha. Não é o mesmo uma comunidade rural que uma comunidade urbana. Por isso, o pregador deve perguntar-se o que é que determina a vida dos seus ouvintes, onde tem colocado o seu coração. Uma pregação não só se sobressai pela sua profundidade teológica, mas também pela sua profundidade na situação. Os ouvintes são filhos da época e constituem uma parte da atualidade.
O pregador não pode fechar-se na sacristia ou no escritório paroquial. Precisa pisar nos espaços onde vivem as pessoas, para conhecê-la melhor. O conhecimento amigável, de simpatia e de bondade do pregador com o povo é fonte de uma mútua interação. O povo tem que encontrar no pregador um amigo, um irmão conhecido, e uma predisposição confiada e aberta, que propiciará para que esse povo receba com prazer a semente do Reino. Agora, isso não significa que o pregador fale a cada domingo de coisas negativas que viu na semana. João XXIII aconselhava o seguinte: "estar informado de tudo, ignorar muitas coisas e corrigir pouco". Quem trata com muitas pessoas precisa de uma boa dose de paciência. Se reaje imediatamente com admoestações se transformará num crítico rabujento. É necessário ter um reto equilíbrio entre não deixar entrar na pregação as fofocas do dia a dia e chamar valentemente a atenção sobre as desordens da comunidade.
Será de muita ajuda para o pregador reunir-se de vez em quando para ter um diálogo com os colaboradores mais comprometidos da paróquia e fazer-lhes estas perguntas: o que move as pessoas? Do que elas falam? O que se conta na comunidade paroquial? O que precisaria mudar? O que é desagradável para eles?
Na semana passada falei aos leitores de ZENIT sobre o pregador sagrado: catequista, diácono, sacerdote, bispo. Pode ler clicando aqui. Na próxima semana veremos os diversos tipos de auditório ou ouvintes que temos.
Padre Antonio Rivero tem licenciatura e doutorado em Teologia Espiritual pelo Ateneu Pontifício Regina Apostolorum em Roma. Atualmente exerce seu ministério sacerdotal como professor de teologia e oratória, e diretor espiritual no Seminário Maria Mater Ecclesiae do Brasil.
Caso você queira se comunicar diretamente com o Pe. Antonio Rivero escreva para arivero@legionaries.org e envie as suas dúvidas e comentários.
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IGREJA E RELIGIÃO
Não é necessário que o papa permaneça naquela posição até a morte
Pe. Eduardo divulga Nota sobre renúncia do Papa Bento XVI
CAMPINAS, 13 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Padre Eduardo Dougherty (sj), fundador da Associação do Senhor Jesus (ASJ) e idealizador da Rede Século 21, divulga nota sobre o anúncio da renúncia do papa Bento XVI, realizada nesta segunda-feira, dia 11 de fevereiro. Publicamos a nota seguir:
***
"Tú és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja" (Mt 16,18)
Recebemos a notícia da renúncia do Papa Bento XVI como uma palavra de sabedoria, que nos surpreendeu profundamente.
Creio que agora está na hora de refletir sobre a Igreja. Nós temos nosso credo: 'Creio em Deus Pai, Creio em Jesus, Creio no Espirito Santo, Creio na Santa Igreja Católica'. A nossa Igreja é o corpo de Cristo, é o Cristo vivo agindo. Acreditamos que o Espírito Santo está movendo esta Igreja.
Vivenciamos, nestes últimos anos, um servo de Deus muito capaz, Bento XVI. Creio que ele foi movido pelo Espirito Santo, pois chegou ao ponto de dizer que é melhor 'que eu renuncie para o bem deste corpo': "renuncio ao Ministério de Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, que me foi confiado por meio dos Cardeais em 19 de abril de 2005, de modo que, a partir de 28 de fevereiro de 2013, às 20 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro ficará vaga".
As coisas no mundo, hoje, são muito mais rápidas, como a comunicação, que é instantânea. E esta foi uma decisão movida pelo Espirito Santo para colocar outro servo à frente da Igreja.
Deus pode fazer o que Ele quiser. Não é necessário o papa permaneça naquela posição até a morte. Esta decisão do Papa foi uma palavra de sabedoria que nos surpreendeu profundamente, e acolhemos com nosso apreço e orações as razões apresentadas por Sua Santidade.
Eu acredito que é Deus que manda na Igreja, porque ela é o corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo e um corpo que é movido pelo Divino Espirito Santo.
No dia de pentecostes ficaram todos cheios do Espírito Santo, e esta Igreja é movida pelo Espirito Santo. Fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo com o derramamento do Espirito Santo.
Nós temos o próprio Senhor Jesus Cristo presente nesta Igreja, neste corpo maravilhoso que recebemos o perdão de Jesus. Primeiro, somos integrados pelo Sacramento do Batismo; recebemos o perdão de Jesus; somos ungidos pela força do Espirito Santo, pelo Sacramento de Crisma; e algumas pessoas são ordenadas, consagrados de coração indiviso para servir à Igreja. Jesus pode fazer o que Ele quiser no corpo dele. Então a Igreja continua. Eu 'creio em Deus Pai, em Jesus, no Espirito Santo, na Santa Igreja Católica' que é o corpo Dele hoje em dia.
Certamente, nós católicos devemos orar, amar a nossa Igreja, entender a beleza da nossa Igreja que foi fundada pelo Nosso Senhor Jesus Cristo. Temos que orar para que a pessoa certa, o servo certo seja escolhido para estar à frente da Igreja, onde por oito anos esteve Bento XVI, com toda sua humildade e grandeza.
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Um Papa emérito não pode existir
Manuel Jesus Arroba, professor de direito canônico na Lateranense explica as implicações legais da renúncia de Bento XVI
Por Ann Schneible
ROMA, 13 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - No rescaldo do histórico anúncio do Papa Bento XVI, um professor de direito canônico da Pontifícia Universidade Lateranense (PUL) em Roma, ilumina o processo de renúncia de acordo com o Código de Direito Canônico.
O Santo Padre fez o anúncio na segunda de manhã, durante um consistório para proclamar três iminentes canonizações, informando os cardeais que teria concluído o seu pontificado na tarde do dia 28 de fevereiro de 2013.
ZENIT encontrou Manuel Jesus Arroba, professor de direito processual canônico na PUL, sobre as implicações canônicas que surgem quando um Papa vivo decide renunciar.
ZENIT: Quais foram as suas impressões sobre a notícia da renúncia do Santo Padre?
Manuel Jesus Arroba: Obviamente, ao receber a notícia vem junto um componente emocional, portanto, neste caso, houve uma grandíssima surpresa, combinada com emoção pelo afeto à pessoa de Bento XVI. De "frio intelectual", tenho que dizer que experimentei uma certa alegria ao ver de fato traduzido num caso concreto algo que é essencial para a vida da Igreja: os cargos de responsabilidade no governo da Igreja têm a oportunidade de manifestar-se como um verdadeiro serviço. Os cargos não existem para as pessoas: são as pessoas que são chamadas a desenvolver, por meio dos cargos, uma vocação à qual foram chamadas pelo Senhor, naturalmente neste caso por meio da mediação do Colégio Cardenalício que confia este ofício. Mas só tem sentido mantê-lo se existe as condições de levá-lo adiante. Desse ponto de vista admirei a autenticidade vocacional de Bento XVI.
ZENIT: O senhor poderia explicar-nos como funciona a norma canônica que permite a renúncia de um Papa?
Manuel Jesus Arroba: Justamente porque se trata de uma função e de um serviço, canonicamente para cada função estão previstas normas de acesso e de término da mesma. A morte é somente uma das modalidades do término de uma função; outras modalidades são as transferências e a remoção (também penais). O modo que melhor reflete a natureza do serviço desses cargos é a renúncia. No caso do Papa está prevista pelo Código de Direito Canônico e é análoga a toda outra renúncia, com uma só distinção: todas as renúncias devem ser feitas por pessoas capazes, portanto livres, não podem ser fruto de uma coação, de uma violência ou de um momento de confusão. Além do mais esta modalidade para algumas funções requer um ato solene. No seu caso Bento XVI como modo de fazê-la formalmente manifesta, fez uma declaração, não um pedido. Comunicou-a a um grupo pequeno de cardeais durante um consistório. Finalmente toda renúncia, para que tenha plena eficácia, deve ser aceita pelo superior ao qual está ligado cada uma das funções: no caso do Papa, não existindo nenhum grau superior, a renúncia não deve ser aceita por ninguém, mas somente manifestada livremente. De fato, o Papa não usou a expressou "peço", mas "declaro".
ZENIT: De um ponto de vista canônico, o que acontecerá com Bento XVI? Será um "papa emérito"? Quando morrer, será enterrado em São Pedro como os seus antecessores?
Manuel Jesus Arroba: O fato de que o fim do pontificado não tenha sido a morte mas uma renúncia, não impede absolutamente que o Papa Ratzinger possa ter o túmulo em São Pedro mas esta é uma situação um pouco lúgubre de se pensar... Juridicamente só existe um Papa. Um "papa emérito" não pode existir: o cargo ocupado por ele é supremo, ou seja o mais alto em responsabilidade. Bento XVI declarou que nos próximos anos servirá a Igreja de outro modo, não mais no cargo de Sumo Pontífice mas na oração e no estudo. Este serviço é o do estudo, do monge e contemplativo, mas não mais do homem de governo. Papa, portanto, só existe um, ainda que permaneça em vida quem exerceu anteriormente o cargo e não é a primeira vez que isso acontece na história da Igreja, ainda que esses casos não sejam tão frequentes: aqui na Itália todos têm presente o caso de Celestino V que foi um monge eleito Papa nun conclave difícil e que depois de pouco tempo viu que não podia mais exercer tal serviço, e se retirou. E ocorreram também outros casos menos conhecidos.
No entanto, é uma situação extraordinária para a Igreja, mas não é a primeira vez: é normal compreender que também mudou o componente da vida física das pessoas, que normalmente dura mais, mas não por isso está sempre acompanhado da possibilidade de servir igualmente bem, como disse o Papa no seu caso. Além disso, também mudaram os desafios que são apresentados à Igreja como Santa Sé, ou seja, como serviço supremo. Na sociedade e na comunicação, especialmente, abundam mais os desafios que requer suficiente vigor, como disse o Papa.
ZENIT: Em conclusão, tem mais a acrescentar?
Manuel Jesus Arroba: O Papa tem o ministério de confirmar na fé, obviamente, portanto, para o cargo de Romano Pontífice, será eleito outro para este serviço. É interessante nesta circunstância ver a normalidade da Igreja que passa de uma sede plena a uma sede vacante, para depois passar novamente a uma sede plena, de acordo com as normas já previstas, portanto segundo a constituição vigente no caso de sede vacante. A sede vacante é uma coisa, a morte do papa é outra. A morte do Papa é somente uma modalidade de produção da sede vacante, a renúncia é um segundo modo.
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Cardeal Abril y Castelló: recebemos a notícia com pesar e principalmente com grande respeito
É preciso muita coragem para tomar uma decisão desta magnitude. O Papa tem um sentido muito profundo de Igreja
Por Sergio Mora
ROMA, 12 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Os cardeais que participaram ontem no Consistório pensavam que seria algo bastante normal, que Bento XVI depois de escutar as relações dos postuladores, e as indicações dos cardeais sobre os beatos que serão canonizados, indicaria as datas e terminaria ali essa parte da jornada. No final do consistório, ao contrário, a grande surpresa: Bento XVI com a sua calma característica, anunciou a sua renúncia.
ZENIT perguntou ao cardeal espanhol Santos Abril y Castelló, presente no consistório, o que aconteceu e como os cardeais receberam a decisão do santo padre
ZENIT: Eminência, como receberam a notícia num consistório que parecia tão normal?
Cardeal Abril y Castelló: Recebemos a notícia com grande surpresa porque, obviamente, não é uma coisa pequena tal anúncio para a vida da Igreja. E nós que somos os colaboradores mais próximos do santo padre e pastores da Igreja, ao mesmo tempo a recebemos com profundo pesar.
Pois vimos que o pastor da Igreja e quem lhe dá o seu rumo, num certo momento teve a consciência desta grande decisão. Um pesar que compartilhamos todos naquele momento.
ZENIT: Ou seja, foi evidente o pesar pela renúncia?
Cardeal Abril y Castelló: E acima de tudo o recebemos com um respeito imenso porque sabemos que Bento XVI tem um sentido muito profundo do que é a Igreja. Ele acreditou que era conveniente para o bem da mesma renunciar aos seu posto de pastor, como indicou na sua mensagem.
ZENIT: Pesar e ao mesmo tempo respeito...
Cardeal Abril y Castelló: sim, e também pela estima e veneração que temos deste papa, enquanto que é um pastor com grande personalidade e imenso amor à Igreja. Um pontífice que se caracterizou pela sua humildade apesar de ser uma mente esclarecida e de ter uma visão tremendamente clara de tudo.
ZENIT: O Santo Padre disse que faltam as forças. Tem algo a ver a enorme carga de trabalho que teve neste anos e esse trabalho de transparência e purificação que tem conduzido?
Cardeal Abril y Castelló: Às vezes, ele parecia mais cansado, mas não parecia um estado de saúde preocupante ou algo assim. Porém, o próprio Santo Padre mediu bem a sua situação física aos 85 anos, que não era tão boa como nós acreditávamos.
ZENIT: O porta-voz, padre Lombardi, disse que foi uma decisão de grande coragem e humildade.
Cardeal Abril y Castelló: É preciso muita coragem e bravura para tomar uma decisão dessa magnitude, e estou convencido de que foi muito bem pensada. Por isso pedimos ao Senhor que o continue abençoando e acompanhando pelo bem imenso que fez.
Entretanto lamento, que não teremos mais no futuro a lucidez e clareza do seu ensinamento em quanto pontífice, ainda que poderemos continuar aproveitando dos livros, discursos e documentos que nos deixou.
ZENIT: Nos surpreendeu mais uma vez:
Cardeal Abril y Castelló: Sim, certamente, sem dúvida!
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Aberta oficialmente a Campanha da Fraternidade 2013
Uma vida animada pelo belo, pelo bem, pela verdade e pela liberdade
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 13 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Às 15hs de hoje, na sede da CNBB em Brasília, aconteceu a abertura da Campanha da Fraternidade 2013, com o tema "Fraternidade e Juventude", e com o lema: "Eis-me aqui, envia-me" (Is 6, 8).
Presidindo a mesa estava Dom Leonardo Steiner, secretário Geral da CNBB, acompanhado pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Giberto Carvalho, pelo Dr. Marcos da Costa presidente da OAB, e pelo Pe. Luiz Carlos Dias, secretário executivo da CF.
Maria Cristina dos Anjos, diretora executiva nacional da Caritas brasileira, tomou a palavra para realizar o balanço dos mais de 13 milhões de reais arrecadados pela Coleta Nacional de Solidariedade (CNS) do ano de 2012. A CNS acontece todos os anos no Domingo de Ramos em que todas as doações financeiras realizadas pelos fiéis fazem parte dos Fundos Nacional e Diocesano de Solidariedade.
A última mensagem que Bento XVI enviou para uma CF foi lida pelo Pe. Luiz Carlos Dias, secretário executivo da Campanha da Fraternidade, na qual o papa destaca especialmente que esse ano a CF já "se reveste das tonalidades espirituais da XXVII Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em Julho próximo".
Em suas palavras o secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, lembrou que a CF de 1992 também abordou o tema da Juventude, mas que agora, ao "repropor a Juventude como tema da Campanha da Fraternidade, nesse tempo de mudança de época, deseja refletir, rezar com os jovens, reapresentando-lhes o Evangelho como sentido de vida e, ao mesmo tempo, como missão". "A Campanha deseja ser uma palavra de ânimo aos nossos jovens que participam ativamente nas nossas Comunidades de Fé" chegando também aos "novos ambientes digitais" e animando os jovens à uma "participação da política na luta contra a corrupção", procurando uma sociedade mais fraterna com "uma vida animada pelo belo, pelo bem, pela verdade e pela liberdade". Dom Leonardo também disse que "os nossos jovens deixam transparecer o que é próprio de toda a pessoa humana: amar na gratuidade, tomados pela esperança!". Concluiu as suas palavras pedindo para que rezássemos "pela Igreja que vive este momento especial de eleição do novo papa".
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Prelado do Opus Dei agradece o exemplo humilde e generoso de serviço à Igreja e ao mundo
Os fiéis da Prelatura rezam pela pessoa e intenções de Bento XVI
ROMA, 11 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - A Igreja sente hoje uma especial necessidade de agradecer a Bento XVI o seu rico e fecundo Magistério, e também o seu exemplo humilde e generoso de serviço à Igreja e ao mundo.
Neste momento singular da história da Igreja, os fiéis da Prelatura - sacerdotes e leigos - rezamos pela pessoa e pelas intenções de Bento XVI; e, unidos ao Papa e a toda a Igreja, pedimos ao Espírito Santo que derrame a sua graça com abundância sobre o povo de Deus e os seus Pastores.
Junto a Bento XVI invocamos especialmente a ajuda do Paráclito para o futuro Romano Pontífice.

+ D. Javier Echevarría
Prelado do Opus Dei
Palavras do Prelado do Opus DeiD. Javier Echevarría agradece a Bento XVI "o seu rico e fecundo Magistério, e também o seu exemplo humilde e generoso de serviço à Igreja e ao mundo".
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Bispos britânicos se pronunciam sobre a renúncia do Papa
"Uma decisão de muita coragem e clareza de pensamento e de ação"
ROMA, 11 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Aqui está uma breve declaração do arcebispo Vincent Nichols, presidente da Conferência dos Bispos Católicos da Inglaterra e Gales, em resposta à notícia da renúncia de Bento XVI.
O anúncio do Papa Bento XVI hoje chocou e surpreendeu a todos. No entanto, refletindo, tenho a certeza que muitos reconhecerão como sendo uma decisão de grande coragem e clareza de pensamento e ação.
O Santo Padre reconhece os desafios que a Igreja enfrenta e que é necessário "o vigor do corpo e do espírito" para realizar as tarefas no governo da Igreja e no anuncio do Evangelho.
Saúdo sua coragem e decisão.
Peço às pessoas de fé para terem presente o Papa Bento XVI em suas orações. Nós, católicos, faremos, com muito carinho e estima por seu ministério como nosso Santo Padre recordando com alegria sua visita ao Reino Unido em 2010. Orações, também, para a Igreja e por todos os passos que devem ser tomados nas próximas semanas. Confiemos-nos à amorosa Providência de Deus e à condução do Espírito Santo.
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Na minha opinião este Papa não será conhecido nem como teólogo, nem como homem de oração, mas será lembrado como santo
Entrevista com Pe. Hélio Luciano
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 13 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Em entrevista a ZENIT o especialista em bioética, Pe. Hélio Luciano, membro da comissão de bioética da CNBB, reflete sobre a importância do pontificado de Bento XVI.
Publicamos na íntegra:
ZENIT: Qual a importância de Bento XVI para a defesa da vida?
Pe. Hélio Luciano: Creio que a importância do Santo Padre Bento XVI não pode ser medida em uma simples área isolada, como a defesa da vida. Santo Tomás de Aquino dizia que a teologia é "átoma", ou seja, indivisível. Ratzinger – e consequentemente Bento XVI – possivelmente seja um dos últimos teólogos que conseguiu considerar a teologia deste modo, como um todo. Um claro exemplo disso é a vasta produção teológica – em todas as áreas da teologia – realizada por ele. Nesta imensa e completa obra teológica e humana, o ainda atual Papa contribuiu para o desenvolvimento intelectual de toda a humanidade, sendo que a defesa da vida – tema considerado importantíssimo por ele – foi apenas uma dessas áreas.
ZENIT: Quais documentos ou discursos dele ajudaram na defesa da vida? Bento XVI tem acrescentado em algo nos estudos bioéticos?
Pe. Hélio Luciano: Não seria um exagero considerar que o pontificado de João Paulo II e o de Bento XVI foram de um certo modo unitário e contínuo. Deste modo, todos os discursos e documentos destes Romanos Pontífices, nos últimos trinta anos, tem profunda ligação com ambos. Nas questões relacionadas à defesa da vida e com a bioética podemos destacar alguns documentos – dentre muitos – como a Iura et Bona, a Donum Vitae, a Evangelium Vitae, a Dignitas Personae, todos os discursos às Academias Pontifícias das Ciências e para a Vida. Estes dois Papas foram muito claros em tudo que diz respeito à defesa da vida, sem deixar lugar às dúvidas, mas ao mesmo tempo, sem nenhum tipo de rigorismo. Por essa defesa da verdade – que faz parte do lema episcopal de Bento XVI – foi muito criticado tanto pelos liberais como pelos rigoristas, mais preocupados por ideologias que pela verdade.
ZENIT: Na sua opinião, lembraremos dele como Papa, como teólogo, como homem de oração? Como?
Pe. Hélio Luciano: Na minha opinião este Papa não será conhecido nem como teólogo, nem como homem de oração, mas será lembrado como santo, a quem muitos intelectuais, humanistas, teólogos, filósofos, e homens de boa vontade recorrerão à sua intercessão.
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"Respeito e admiração por sua liberdade espiritual, sua humildade e o seu profundo amor pela Igreja"
Mensagem do Prepósito-geral da Companhia de Jesus sobre a renúncia de Bento XVI
ROMA, 12 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Oferecemos a mensagem dirigida pelo superior geral Adolfo Nicolás a toda a Companhia de Jesus, neste dia 12 de fevereiro.
***
Caros Irmãos em Cristo,
Ontem, o Santo Padre, Papa Bento XVI, anunciou a sua renúncia ao "ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro". Recebemos o anúncio do Santo Padre com respeito e admiração por sua liberdade espiritual, sua humildade e o seu profundo amor pela Igreja. Recordamos a consoladora experiência do encontro com ele cinco anos atrás, durante a 35ª Congregação Geral, quando o Santo Padre expressou a sua confiança e a sua proximidade à Companhia de Jesus, e convidou-a a "alcançar aqueles lugares físicos e espirituais onde outros não chegam ou têm dificuldade de chegar" (Discurso de Sua Santidade Bento XVI na 35ª Congregação Geral). Somos profundamente gratos pela confiança e pela inspiração que Papa Bento concedeu-nos durante os anos de seu pontificado. No espírito do quarto voto que une de modo particular a Companhia de Jesus ao Romano Pontífice, rezemos pelo Papa Bento XVI e renovemos o nosso compromisso com a missão que confiou à Companhia. Por fim, com toda a Igreja, rezemos de modo especial a fim de que o Espírito Santo seja luz e guia na busca e na escolha de um novo Sucessor de Pedro. Continuamos crendo que o Senhor ressuscitado é fiel à sua promessa de estar com a sua Igreja sempre.
Fraternalmente Vosso em Cristo,
Pe. Adolfo Nicolás S.J.
Superior Geral
Roma, 12 de fevereiro de 2013
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O anúncio do Santo Padre surpreende e comove
Mensagem de dom Walmor, Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte
ROMA, 11 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Apresentamos a mensagem deDom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, divulgada no site da Arquidiocese.
"O anúncio do Santo Padre, o Papa Bento XVI, sobre sua renúncia ao Ministério Petrino, no próximo dia 28 de fevereiro, nos surpreende e nos comove, revestindo nossos corações de gratidão imorredoura pelo rico e evangélico pontificado do Papa.
A lucidez da sua inteligência e sua intimidade profunda com Deus, seu Pai em Cristo pelo Espírito, impulsiona a Igreja neste Ano da Fé e a remete para a fonte mais límpida de seu Mestre e Senhor.
De coração aberto, orantes e confiantes, caminhamos como Igreja e com a Igreja, iluminados pela generosa fé lúcida da pessoa amiga do Papa Bento XVI, buscando sempre a razão de ser do nosso discipulado na vontade do nosso Deus.
Em comunhão, bendizemos a Deus."
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte
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Gestos simbólicos: Bento XVI já dava mostras da decisão divulgada hoje?
Papa visitou duas vezes lugares ligados a São Celestino V, papa que também renunciou
Por Anita Sanchez Bourdin
ROMA, 11 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - A renúncia de Bento XVI ao papado foi comparada na Itália a "um raio em pleno céu sereno".
"O papa continuará na plenitude das suas funções até o dia 28 de janeiro, às 20 horas [de Roma]. Desse momento em diante, teremos sede vacante", disse o porta-voz vaticano, pe. Federico Lombardi, que ressalta que a renúncia foi feita "de modo válido, previsto pelo direito canônico", e "é coerente com o que o papa tinha dito no livro-entrevista 'Luz do Mundo' sobre a hipótese de renunciar".
Em 28 de abril de 2009, o papa visitou a cidade italiana de L'Aquila para orar pelas vítimas do terremoto que tinha recém-atingido a Itália central. Na basílica de Nossa Senhora de Collemaggio, onde a relíquia do papa São Celestino V (1209-1296) tinha ficado a salvo dos tremores e da destruição, o papa depositou o pálio que lhe fora entregue no dia de sua entronização, entre salvas de palmas.
Aquele gesto simbólico parece ganhar uma força extraordinária neste dia 11 de fevereiro, quando Bento XVI anunciou que renuncia ao pontificado: Celestino V também se vira obrigado a renunciar, em 13 de dezembro de 1294, cerca de cinco meses depois da sua eleição à sé de Pedro.
Bento XVI fez alusão a este gesto um ano depois, quando viajou novamente à região de Sulmona por ocasião do "perdão de Celestino V". Na homilia, ele disse: "Vim a esta basílica em abril do ano passado, depois do tremor de terra que devastou a região, para venerar o relicário que contém seus restos mortais e para deixar o pálio que recebi no dia do início do meu pontificado".
Eis como o Santo Padre avaliava o pontificado de Celestino V: "Passaram-se oitocentos anos desde o nascimento de São Pedro Celestino V, mas ele permanece presente na história em razão dos célebres acontecimentos da sua época e do seu pontificado e, principalmente, da sua santidade. A santidade não perde jamais a sua força de atração, jamais cai no esquecimento, nunca passa de moda. Ao contrário: com o passar do tempo, resplandece com luminosidade cada vez maior, expressando a tensão eterna do homem rumo a Deus".
Bento XVI quis extrair "vários ensinamentos" da vida do papa santo, "válidos também para a nossa época". Em primeiro lugar, devemos enxergar nele um "buscador de Deus", um "homem desejoso de encontrar respostas para os grandes questionamentos da nossa existência. (...) Precisamente no silêncio exterior, mas acima de tudo no interior, ele conseguiu perceber a voz de Deus, capaz de orientar a sua vida".
Como segundo ensinamento, a descoberta de Deus feita pelo futuro papa "não é resultado de um esforço, mas da graça de Deus mesmo". Finalmente, o terceiro elemento enfatizado por Bento XVI é a "fecundidade pastoral" do papa que tinha renunciado havia mais de sete séculos: "São Pedro Celestino, mesmo levando uma vida de eremita, não se fechou em si mesmo, mas viveu a paixão de levar a boa notícia do evangelho aos seus irmãos. E o segredo da sua fecundidade pastoral estava precisamente no fato de "permanecer" com o Senhor, na oração, como nos foi recordado pela passagem evangélica de hoje: o primeiro imperativo é sempre o de orar ao Senhor da messe".
Bento XVI vê naquele papa um pontificado que recorda o dele próprio: "Estas foram as características do pontificado breve e atormentado de Celestino V e são as características da atividade missionária da Igreja em cada época".
O gesto em L'Aquila em 2009 e a meditação em Sulmona em 2010 permitem captar algo do pontificado que Bento XVI decidiu encerrar no próximo dia 28 de fevereiro.
Há quem possa pensar que Bento XVI esteja fugindo ao dever, em contraste com o "laborem non recuso" de São Paulo. Mas ele viveu de perto os últimos anos do pontificado de João Paulo II, e, mesmo conhecendo a fecundidade do sofrimento, sabe que a Igreja precisa ser governada.
O humilde servo viu suas forças diminuírem: reconheceu-o na declaração histórica deste 10 de fevereiro, divulgada ao mundo nesta manhã: "No mundo de hoje, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o evangelho é necessário também o vigor tanto do corpo quanto do espírito, vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de tal forma que devo reconhecer a minha incapacidade de exercer bem o ministério que me foi encomendado".
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A função do Bispo de Roma
Artigos do Código de Direito Canônico
ROMA, 11 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Oferecemos aos leitores parte do Código de Direito Canônico em vigor que se refere à função do Bispo de Roma.
Cân. 331 — O Bispo da Igreja de Roma, no qual permanece o múnus concedido pelo Senhor de forma singular a Pedro, o primeiro dos Apóstolos, para ser transmitido aos seus sucessores, é a cabeça do Colégio dos Bispos, Vigário de Cristo e Pastor da Igreja universal neste mundo; o qual, por consequência, em razão do cargo, goza na Igreja de poder ordinário, supremo, pleno, imediato e universal, que pode exercer sempre livremente.
Cân. 332 — § 1. O Romano Pontífice, pela eleição legítima por ele aceite juntamente com a consagração episcopal, adquire o poder pleno e supremo na Igreja. Pelo que, o eleito para o pontificado supremo se já estiver dotado com carácter episcopal, adquire o referido poder desde o momento da aceitação. Se, porém, o eleito carecer do carácter episcopal, seja imediatamente ordenado Bispo.
§ 2. Se acontecer que o Romano Pontífice renuncie ao cargo, para a validade requer-se que a renúncia seja feita livremente, e devidamente manifestada, mas não que seja aceite por alguém.
Cân. 333 — § 1. O Romano Pontífice, em razão do cargo, não só goza de poder em toda a Igreja, mas adquire também a primazia do poder ordinário sobre todas as Igrejas particulares e seus agrupamentos, com a qual ao mesmo tempo se corrobora e defende o poder próprio, ordinário e imediato, que os Bispos possuem sobre as Igrejas particulares confiadas aos seus cuidados.
§ 2. O Romano Pontífice, no desempenho do seu múnus de Pastor supremo da Igreja, está sempre unido em comunhão com os outros Bispos e mesmo com toda a Igreja; tem contudo o direito de, segundo as necessidades da Igreja, determinar o modo, quer pessoal quer colegial, de exercer este múnus.
§ 3. Contra uma sentença ou decreto do Romano Pontífice não há apelação nem recurso.
Cân. 334 — No exercício do seu cargo, o Romano Pontífice é assistido pelos Bispos, que o podem ajudar com a sua cooperação por diversas formas, entre as quais o Sínodo dos Bispos. Auxiliam-no também os Padres Cardeais, e ainda outras pessoas e várias instituições segundo as necessidades dos tempos; todas estas pessoas e instituições, em nome e por autoridade dele, desempenham a missão que lhes foi confiada, para o bem de todas as Igrejas, e em conformidade com as normas definidas no direito.
Cân. 335 — Durante a vagatura ou total impedimento da Sé romana, nada se inove no governo da Igreja universal; observem-se as leis especiais formuladas para tais circunstâncias.
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LITURGIA E VIDA CRISTÃ
Depois do 28 de fevereiro, continuaremos a nomear Bento XVI no Cânon da Missa?
Responde o padre Edward McNamara, LC, professor de Teologia e diretor espiritual
ROMA, 15 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Um leitor de língua inglesa propôs a seguinte pergunta para o padre Edward McNamara:
Depois do dia 28 de fevereiro e antes da eleição do novo Sumo Pontífice, se continuará a nomear o Papa Bento XVI no Cânon da Missa? Eu acho que é preciso fazer da mesma forma de como se faz quando um papa morre, ou seja, não é mais nomeado, enquanto que o bispo local é nomeado. - E.R., Keimoes, África do Sul
A opinião do nosso leitor está correta. Ainda que – graças a Deus – Bento XVI ainda estará entre nós, a Santa Sé estará vacante a partir das 20hs da quinta-feira, 28 de fevereiro (hora de Roma; em Nova York serão as 14hs e em Sydney as 4hs da sexta-feira, 1º de março).
Quanto ao nomear o Papa no Cânon da Missa, os manuais litúrgicos mais recentes não entram em detalhes mas ainda é possível encontrar manuais anteriores ao Concílio Vaticano II que falam dos aspectos mais enigmáticos da liturgia.
Neste caso, o nome do Santo Padre e toda a frase que se refere ao Papa, é omitida da Oração Eucarística durante o período da Sede Vacante. Então são nomeados só o bispo local e o clero segundo a forma literária de cada oração.
Por exemplo, a Oração Eucarística II se escutaria assim: "Juntamente com... o nosso Bispo N., e todo o clero".
Na Diocese de Roma: "Junto com .... todo o clero". Embora se o Cardeal Vigário de Roma e os bispos auxiliares permaneçam nas suas funções, a sua menção coletiva é opcional.
Um procedimento análogo acontece em cada diocese depois da morte ou a renúncia do Ordinário local. Durante um período de férias da sede episcopal, a frase "o nosso Bispo N." é também omitida. Em vez disso se menciona o nome de um administrador apostólico, mas não o de um administrador diocesano temporâneo.
No caso em que tanto a diocese e a Santa Sé estão vacantes seguem a mesma prática como na diocese de Roma, omitindo também ambos os nomes.
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MUNDO
Dom Orani estará em Roma para despedida de Bento XVI
Assegurou que todos os trabalhos em preparação para o encontro mundial de jovens continuam normalmente
RIO DE JANEIRO, 14 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Em entrevista, realizada nesta tarde, para o programa Conexão Rio do site Aleteia, o arcebispo do Rio e presidente do Comitê Organizador Local, Dom Orani João Tempesta, falou sobre sua reação ao receber a notícia da renúncia do Papa Bento XVI. Segundo ele, assim como todos os brasileiros, a notícia causou grande surpresa.
Ele se encontrava na Basílica de Nossa Senhora de Lourdes (zona norte do Rio) para celebrar a festa da padroeira, quando recebeu várias mensagens em seu celular. No início, não acreditou, achava que eram boatos, até que recebeu uma mensagem de Roma, confirmando o fato. Segundo ele, depois do grande susto, o arcebispo do Rio refletiu a situação e compreendeu a atitude de Bento XVI, que apenas agia de acordo a vontade de Deus.
Esclarecendo dúvidas sobre a Jornada Mundial da Juventude, Dom Orani assegurou que todos os trabalhos em preparação para o encontro mundial de jovens continuam normalmente, tendo em vista que Bento XVI já havia dito que, caso ele não pudesse participar da Jornada, seu sucessor iria em seu lugar. As únicas possíveis mudanças serão efetuadas na agenda do novo Pontífice, como os lugares por onde ele passará. "Esta será uma jornada de dois papas, um que estará em oração pelo encontro e outro que presidirá as celebrações", disse o arcebispo.
No próximo dia 27, um dia antes da oficialização da renúncia de Bento XVI, Dom Orani viajará para Roma, onde agradecerá ao Sumo Pontífice pelo seu trabalho a frente da Igreja, e pela escolha da cidade do Rio de Janeiro como sede da próxima JMJ.
Para Dom Orani, o sentimento é de gratidão a Bento XVI, por ter conduzido a Igreja com fé e racionalidade em momentos difíceis. Quanto às comparações entre Bento XVI e o Beato João Paulo II, o arcebispo do Rio destacou que a nós não cabe nem julgar, nem comparar, mas perceber e valorizar a obediência e resposta de cada um ao serviço pela Igreja Católica, e o trabalho de evangelização realizado mundialmente.
Sobre a possibilidade de ser o primeiro anfitrião do novo Papa, o arcebispo do Rio diz que a apresentação do pontífice ao mundo durante a JMJ será um belo sinal de novos tempos para a juventude católica, com muita alegria de todos, e as orações de Bento XVI.
Quanto ao fato de um novo pontífice durante a JMJ e a curiosidade que pode atrair mais fiéis que o esperado, Dom Orani foi taxativo ao dizer que este é um evento que por si só, atrai a atenção e a participação de todos os católicos e que este novo momento para a Igreja, apenas aumenta o interesse dos peregrinos. Ainda destacou que a maior preocupação dos organizadores é de acolher, da melhor maneira possível, a todos os que virão para o viver esta experiência no Rio de Janeiro.
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Caminho Neocatecumenal: eternamente gratos ao santo padre
Iniciador Kiko Argüello fala da renúncia de Bento XVI
MADRI, 13 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Apresentamos a seguir um breve comentário de Kiko Argüello, iniciador do Caminho Neocatecumenal, divulgado hoje pelo jornal espanhol La Razón, sobre o anúncio do papa Bento XVI de renunciar ao ministério petrino.
***
A notícia realmente me impressionou e eu não poderia evitar a tristeza. O papa nos ama muito; não consigo parar de pensar no quanto! Ainda me lembro do nosso encontro em Tübingen, quando ele era professor na Alemanha, e do quanto ele ajudou a pavimentar a estrada para o Caminho Neocatecumenal naquele país. Ele escreveu uma belíssima carta a dois amigos párocos de Munique, na Baviera, que concordaram em nos receber nas suas paróquias.
Anos mais tarde, ele pediu que as catequeses do Caminho passassem pelo exame da Igreja, para receberem um selo de autenticidade. Ele também aprovou os Estatutos e os passos de todo o percurso neocatecumenal. Enviou muitas famílias à missão, inclusive as primeiras quinze comunidades em missão nas paróquias de Roma que enfrentavam mais dificuldades.
Quando surgiram alguns problemas com os bispos do Japão, ele me disse: "Kiko, não tenhas medo, eu estou aqui para ajudar". Convocou a Conferência dos Bispos do Japão para se reunirem com ele e com alguns cardeais, que eram os presidentes da Congregação para a Doutrina da Fé, do Pontifício Conselho para os Leigos e da Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos.
O papa fez uma escolha muito humilde e corajosa. Considero um sinal de esperança o fato de que ontem, dia em que ele anunciou a decisão, era aniversário de aparição de Nossa Senhora de Lourdes, a Imaculada Conceição, para Bernadette. Talvez Maria esteja preparando um novo papa que leve adiante a evangelização da Ásia. Eu acho que a Ásia, em particular a China e a Índia, nesta crise econômica global, é muito importante. Naquele continente existem milhões de pessoas que não conhecem Jesus Cristo e, por isso, precisam da evangelização.
O Caminho Neocatecumenal está preparando famílias e sacerdotes para servirem ao novo papa e realizarem a nova evangelização de que Bento XVI tanto nos falou.
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"Ele soube ser ele mesmo"
Cardeal Philippe Barbarin se pronuncia sobre a renúncia de Bento XVI
ROMA, 13 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - "Louvável essa decisão surpreendente e humilde: um ato de coragem, sabedoria e liberdade, no coração do Ano da Fé", declarou o cardeal Philippe Barbarin, arcebispo de Lyon.
"João Paulo II teve a liberdade de ficar até o fim, Bento XVI tem a liberdade de sair quando considera que não tem mais as forças para cumprir a sua missão", continuou o cardeal francês, comentando a renúncia do papa Bento XVI ao trono de Pedro.
"De um modo diferente do seu predecessor, Bento XVI soube continuar sendo ele mesmo, seguindo os seus passos. E, se viveu o pontificado de forma completamente nova, também deu continuidade a muitas iniciativas de João Paulo II", disse o primaz das Gálias.
"No final da nossa visita ad limina, quando lhe fizemos perguntas sobre o seu estado de saúde, ele respondeu com grande simplicidade: 'Para um homem da minha idade, eu não posso reclamar...'. E, apesar de cansado, estava sempre animado, surpreendentemente livre e com uma inteligência profunda", afirmou Barbarin.
O cardeal agradeceu ao papa "que nos serviu e liderou durante quase oito anos, especialmente pelos seus ensinamentos, mas também pelo exemplo que deu durante as suas várias viagens", entre as quais as viagens para as Jornadas Mundiais da Juventude, para a Inglaterra, o Líbano "e, é claro, para Paris, em 2008".
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Homenagem da Terra Santa ao amado papa Bento XVI
Comunicado do patriarca latino de Jerusalém, dom Fouad Twal
ROMA, 13 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Reproduzimos a seguir o comunicado publicado ontem no site do Patriarcado Latino de Jerusalém sobre a notícia da renúncia de Bento XVI ao ministério petrino.
***
O patriarca latino de Jerusalém, seus bispos auxiliares e todo o clero e fiéis da diocese da Terra Santa recebem a notícia da renúncia do papa e saúdam com muita gratidão a coragem, a sabedoria moral e a humildade do santo padre Bento XVI, que serviu à Igreja com dedicação durante quase oito anos.
Todos se lembram da viagem do santo padre à Terra Santa em 2009 e a Chipre em 2010. Foram eventos de forte simbolismo para os cristãos, mas também para os judeus e muçulmanos.
Com grande alegria e esperança, os cristãos da Terra Santa e do Oriente Médio receberam a exortação apostólica Ecclesia in Medio Oriente, ponto culminante do Sínodo sobre o Oriente Médio realizado em Roma em 2010. Por meio dele, os cristãos do Oriente puderam apreciar os conselhos e as instruções para serem comunhão e testemunho nesta região e no mundo.
A diocese do patriarcado latino, com emoção, oração e recolhimento, agradece do fundo do coração a Bento XVI pelo seu afeto paternal e pelo compromisso com a paz na Terra Santa, e faz votos de que o santo padre seja acompanhado por Maria nesta decisão e no tempo de repouso que o espera.
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ENTREVISTAS
Dia de São Valentim: o namoro e as relações sexuais pré-maritais (parte II)
Conversamos com dom Jean Lafitte do Conselho Pontifício para a Família
Por Sergio Mora
ROMA, 15 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Apresentamos a seguir a parte II da entrevista com dom Jean Laffitte, número dois do Pontifício Conselho para a Família e do Pontifício Instituto João Paulo II.
São Valentim é festejado em quase todo o mundo como o dia do amor e da amizade [equivalendo ao dia dos namorados em muitos países, ndr]. Na cidade italiana de Terni, terra do santo, milhares de apaixonados se encontram na festa do padroeiro e juram fidelidade sobre o túmulo de São Valentim, assim como pessoas que celebram bodas de prata e de ouro. Além das promessas de namorados e da troca de presentes entre os amigos, existe nessa data algo de mais profundo.
As relações pré-matrimoniais têm efeitos colaterais pesados...
Dom Laffitte: A convivência pré-matrimonial é apresentada como uma maneira inocente de se conhecerem bem, e isso não é verdade. Quando se casam, descobrem que não têm mais a liberdade que tinham antes. Por outro lado, já tiveram a totalidade do gozo ou da retribuição afetiva da pessoa do sexo oposto. Os estudos demonstram que há menos fertilidade nesses casos, talvez por um fenômeno psicológico, ou relacionado com a idade, ou por ser uma decisão exigente.
Como viver bem a festa de São Valentim?
Dom Laffitte: Ultrapassando o aspecto festivo, deve-se perguntar: o que espero da relação amorosa que vivo? Qual é o verdadeiro desejo de meu coração? E os adultos ou quem acompanha os jovens que vão se casar devem ajudá-los a entender qual deve ser a sua expectativa mais profunda.
Há uma dimensão do amor e da fidelidade que faz parte da natureza humana?
Dom Laffitte: João Paulo II dizia que o maior dos desejos é o de amar e ser amado, e ele se referia à dimensão fundamental da vida. Não existe, por exemplo, nenhum adolescente no mundo que, ao apaixonar-se pela primeira vez, digamos aos 16, 17 anos, não tenha o desejo de que o que está vivendo dure por toda a vida. O desejo de um amor para sempre é totalmente natural ao homem.
Quando ajudamos os jovens a se interrogarem sobre o que querem realmente, eles então se dão conta de que o 'ficar' na discoteca ou na universidade pode ser divertido, mas não sacia o desejo que existe em seu coração.
Leia a parte I da entrevista: www.zenit.org/…/dia-de-sao-vale…
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Dia de São Valentim: o namoro e as relações sexuais pré-maritais (parte I)
Conversamos com dom Jean Lafitte, número dois do Conselho Pontifício para a Família
Por Sergio Mora
ROMA, 14 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - São Valentim é festejado em quase todo o mundo como o dia do amor e da amizade [equivalendo ao dia dos namorados em muitos países, ndr]. Na cidade italiana de Terni, terra do santo, milhares de apaixonados se encontram na festa do padroeiro e juram fidelidade sobre o túmulo de São Valentim, assim como pessoas que celebram bodas de prata e de ouro. Além das promessas de namorados e da troca de presentes entre os amigos, existe nessa data algo de mais profundo.
ZENIT conversou a este respeito com dom Jean Laffitte, o número dois do Pontifício Conselho para a Família e do Pontifício Instituto João Paulo II.
Qual é o sentido mais profundo do namoro?
Dom Laffitte: O namoro em si tem um sentido muito profundo. Ele começa quando dois jovens que sentem amor um pelo outro, que se declararam e que sentem o desejo de viver juntos por toda a vida, querem se casar. Ali começa, para eles, um tempo de preparação que a Igreja prevê antes do casamento. É um tempo que tem um sentido particular, porque é o tempo da promessa, e não ainda o tempo de viver juntos.
Existe diferença entre ser namorados e morar juntos?
Dom Laffitte: Uma grande diferença! A promessa ainda não é o compromisso definitivo, e portanto não cria um direito absoluto sobre a vida comum futura. Significa caminhar juntos para que o compromisso se realize, mais tarde, nas melhores condições possíveis. Indica um tempo de preparação, de crescimento, de aprofundamento e de amadurecimento. O sentimento tem que se transformar numa decisão livre de se comprometer para toda a vida, porque o namoro não é a doação de si mesmo, é a preparação para a doação de si mesmo.
Qual é o problema do namoro hoje em dia?
Dom Laffitte: A falta de consciência que existe entre a promessa e o usufruto dos bens próprios do casamento, ou seja, a coabitação. Quando dois jovens se amam e convivem, eles já estão usufruindo de um bem que só o matrimônio poderia oferecer. A doação de si mesmos um para o outro quer dizer que o futuro de um pertence ao outro, e que o outro entra na minha liberdade e no meu futuro. Ao contrário, quando não se convive, se aparecer alguma dificuldade o casal pode dizer: "Foi bom o tempo que passamos juntos, vamos continuar sendo amigos".
E quais são as consequências de uma convivência pré-matrimonial?

Dom Laffitte: Primeiro, você não se prepara devidamente para a doação de si mesmo e se apropria da disponibilidade do outro de maneira indevida. O segundo problema é uma situação – e as mães de família vão me entender muito bem – que é mais desfavorável para as moças do que para os rapazes. Porque a forma de entrega é desigual, e no casamento a doação deve ser recíproca. Não há igualdade de expectativas.
O chamado "inverno demográfico" é favorecido pela convivência pré-matrimonial?
Dom Laffitte: Sem dúvida, porque isso atrasa muito o nascimento do primeiro filho, e porque cria o hábito de viver a sexualidade sem abertura para a vida, com métodos anticoncepcionais, para não dizer coisa pior. E usar a própria sexualidade com mentalidade contraceptiva faz com que as pessoas não se preparem para o dom de acolher a vida. É curioso, também, ver que os casais que moraram juntos por alguns anos antes de casar, quando casam mostram uma tendência para a separação e para o divórcio já nos primeiros dois anos. É curioso...
(A segunda parte será publicada amanhã)
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Cardeal Sarah: "Amar e fazer o bem é assemelhar-se a Deus"
Presidente do Conselho Pontifício Cor Unum comenta mensagem quaresmal do papa
Por Jose Antonio Varela Vidal
ROMA, 13 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - A mensagem de Bento XVI para esta quaresma foi apresentada recentemente pelo Conselho Pontifício Cor Unum. Sobre o seu conteúdo, ZENIT entrevistou o cardeal Robert Sarah, presidente desse dicastério que se dedica às obras de caridade do papa.
ZENIT: Como o católico pode viver esta quaresma mediante a prática da caridade?
Cardeal Sarah: A quaresma é um tempo favorável que a Igreja nos oferece para fortalecermos a relação com Nosso Senhor. Temos que recordar que a nossa relação com Deus se intensifica na oração, na vida sacramental, especialmente através da eucaristia, que é fonte de amor e de doação de nós mesmos para os outros. No ato sublime da entrega de Cristo na cruz, cada cristão é chamado a viver oferecendo todo o seu ser aos irmãos e irmãs. E a prática da caridade é uma forma concreta de receber a Cristo na vida cotidiana, abraçando as necessidades do irmão. Não podemos esquecer que cada ato de caridade cristã não é só um apoio material, mas um reconhecimento concreto do rosto de Jesus pobre e sofredor no irmão necessitado. Quem realmente ama os pobres, ama a Jesus.
ZENIT: O papa disse, na mensagem, que o amor nunca será uma realidade completa. Quando terminaremos de fazer o bem?
Cardeal Sarah: O amor e a bondade são como Deus: não têm fim. Nunca se deixa de amar e de fazer o bem, porque amar e fazer o bem é assemelhar-se a Deus. Eterno é o amor dele por nós, diz o Salmo 118. A afirmação do apóstolo João, "Nós conhecemos e acreditamos no amor que Deus tem por nós" (1 Jo 4,16), que é o tema da mensagem da quaresma deste ano, destaca que o amor de Deus não é uma realidade abstrata, mas uma experiência que pode ser feita na vida. Deus é Amor, como nos lembra o santo padre na sua primeira encíclica; qualquer pessoa que quer se unir profundamente a ele só pode conseguir isso através do amor. Ao longo da nossa vida de cristãos, nós somos convidados a aderir constantemente ao mandamento novo de Jesus, de amar uns aos outros como ele nos amou, para levar a nossa vida à plena realização. A páscoa destaca o amor total e constante de Deus pelo homem. Ele nos amou até dar vida e nos amou até o fim. Na cruz, ele inclusive perdoou os seus perseguidores. Cristo mesmo nos disse, com a vida dele, que nós temos um chamamento para amar para sempre. Nunca poderemos afirmar que amamos o suficiente. Quem quer conhecer o amor tem que amar sempre.
ZENIT: O texto alerta sobre uma supremacia exagerada da caridade, definindo-a como "ativismo moral". Em que setores da Igreja existe o risco desse ativismo moral?
Cardeal Sarah: A mensagem do santo padre para a quaresma deste ano enfatiza a importância de manter as virtudes teologais da fé e da caridade unidas, de viver as duas todos os dias. Se dermos importância apenas à caridade, é evidente que ela acaba reduzida a um ativismo moralista, a fazer um bem que, de alguma forma, sirva como um calmante para a nossa consciência. Por isso é que os atos de caridade têm que partir sempre da fé, se quisermos permanecer na plena comunhão com Cristo. O risco do ativismo moral existe em todos os ambientes que apresentam o compromisso da caridade, separado da oportunidade de apresentar o amor de Deus, de tornar Deus presente. Quando o nosso agir não parte da fé, as ações da caridade se reduzem a uma mera forma de assistencialismo.
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ESPIRITUALIDADE
Quaresma: tempo de oração intensa, jejum e penitência
Não somente reduzindo os alimentos, mas sobretudo abstendo-se do pecado
Por Vitaliano Mattioli
CRATO, 12 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Dentre todas as solenidades cristãs o primeiro lugar é ocupado pelo mistério pascal. Devemos nos preparar para vivê-lo convenientemente. É por isso que foi instituida a quaresma, um tempo de quarenta dias para chegar dignamente à celebração do tríduo pascal.
A quaresma, como pratica obrigatoria, foi instituída no IV século. Mas desde sempre os cristãos se preparavam para a Páscoa com uma oração intensa, jejum e penitência. O número de quarenta dias tem um significado simbólico-bíblico: quarenta são os dias do dilúvio, da permanência de Moisés no monte Sinai, das tentações de Jesus.
Na verdade, se a quaresma é um tempo privilegiado para o nosso aperfeiçoamento, toda a nossa vida de cristãos deve ser vivida como esforço para adquirir as virtudes e lutar contra o inimigo, o diabo. Já o apóstolo Pedro exortava os cristãos: "Sede sóbrios e vigilantes. O vosso adversário, o diabo, rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar. Resisti-lhe, fortes na fé" (I Pd., 5, 8-9a).
Este combate é um combate interior. O papa Leão Magno (440-461) numa sua pregação, disse: "É agora que os nossos corações devem se mover com maior fervor para a perfeição espiritual... Muitos combates acontecem dentro de nós mesmos, os desejos da carne se opõem aos do espírito, e os do espírito aos da carne... Mas, aquele que está em nós é mais forte do que aquele que está contra nós". O mesmo Papa, noutra homilía: "A quaresma é tempo de limpar e enfeitar a casa por dentro. Convém que vivamos sempre de modo sábio e santo, dirigindo nossa vontade e nossas ações para aquilo que sabemos agradar a Deus".
A nossa vida está posta no meio das dificuldades e dos combates; se quisermos ser vencedores, é preciso combater. É por isso que precisa uma oração intensa e contínua. Uma oração não limitada às praticas de oração, mas entendida como uma vida de profunda intimidade com o Deus Trindade que mora dentro de nós. Um Autor do IV sec., o Pseudo-Crisóstomo, escreveu: "Não devemos orientar o pensamento para Deus apenas quando nos aplicamos à oração; também no meio das mais variadas tarefas é preciso conservar sempre vivo o desejo e a lembrança de Deus. A oração é a luz da alma, alegra a alma e tranquiliza o coração".
O jejum é fundamental para a nossa purificação. Mas o fim não é tanto a abstinência das comidas, quanto dos vicios. Ainda nos exorta o papa Leão Magno: "Mortifiquemos um pouco o homem exterior para que o interior seja restaurado; perdendo um pouco do excesso corpóreo, o espírito robustece-se". É inútil o jejum se não se praticam as virtudes. Cuidados para não cair na repreensão de Deus feita pelo profeta Isaías (58, 1-10)... Precisa cumprir a prescrição que remonta aos apóstolos, de jejuar quarenta dias; não somente reduzindo os alimentos, mas sobretudo abstendo-se do pecado... O sentido do jejum não reside somente na abstenção dos alimentos. Esta traz proveito se o coração se afasta da iniqûidade e a língua se abstenha da calúnia e se pratica a mansidão e paciência... O jejum tem por objetivo suprimir os desejos corporais e ações desordenadas".
O bispo São Pedro Crisologo escreveu: "Homem, oferece a Deus a tua alma, oferece a oblação do jejum, para que seja uma oferenda pura, um sacrificio santo".
Mas tudo isso não está completo se não se adianta um terceiro elemento: a penitência, no sentido de ter misericórdia e compreensão com os outros. Por isso, São Pedro Crisólogo adianta: "Para que esta oferta seja aceita a Deus, deve acompanhá-la a misericórdia; o jejum só dá frutos se for regado pela misericordia, pois a aridez da misericórdia faz secar o jejum".
Entremos com muita alegria e boa vontade na quaresma de 2013 no dia 13 de fevereiro, mas lembremos que toda a nossa vida deve ter uma dimensão penitencial.
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ANGELUS
Nas tentações o que está em jogo é a fé, porque está em jogo Deus.
As palavras de Bento XVI no I Domingo da Quaresma
CIDADE DO VATICANO, 17 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Queridos irmãos e irmãs!
Na última quarta-feira, com o tradicional Rito das Cinzas, entramos na Quaresma, tempo de conversão e penitência em preparação para a Páscoa. A Igreja, que é mãe e mestra, chama todos os seus membros a renovar-se no espírito, a reorientar-se decididamente para Deus, renegando o orgulho e o egoísmo para viver no amor. Neste Ano da Fé a Quaresma é um tempo propício para redescobrir a fé em Deus como critério-base da nossa vida e da vida da Igreja. Isso comporta sempre uma luta, um combate espiritual, porque o espírito do mal naturalmente se opõe à nossa santificação e busca fazer-nos desviar do caminho de Deus. Por isso, no primeiro domingo da Quaresma, todos os anos é proclamado o Evangelho das tentações de Jesus no deserto.
Jesus, de fato, depois de receber a "investidura" de Messias - "ungido" de Espírito Santo - no Batismo no Jordão, foi conduzido pelo mesmo Espírito no deserto para ser tentado pelo diabo. Ao iniciar o seu ministério público, Jesus teve que desmascarar e repelir as falsas imagens de Messias que o tentador lhe propunha. Mas essas tentações são também falsas imagens do homem, que em todos os momentos insidiam a consciência, trasvestindo-se de propostas convenientes e eficazes, ou até mesmo boas. Os evangelistas Mateus e Lucas apresentam três tentações de Jesus, diversificando-as apenas na ordem. O núcleo central consiste em instrumentalizar Deus para os próprios interesses, dando mais importância ao sucesso ou aos bens materiais. O tentador é astuto: não impele diretamente em direção ao mal, mas a um falso bem, fazendo crer que as verdadeiras realidades são o poder e aquilo satisfaz as necessidades primárias. Dessa forma, Deus torna-se secundário, reduz-se a um meio, torna-se definitivamente irreal, não importa mais, desvanece. Em última análise, nas tentações o que está em jogo é a fé, porque está em jogo Deus. Nos momentos decisivos da vida, mas, vendo bem, a qualquer momento, estamos numa encruzilhada: queremos seguir o eu ou Deus? O interesse individual ou o que realmente é bem?
Como nos ensinam os Padres da Igreja, as tentações fazem parte da "descida" de Jesus à nossa condição humana, ao abismo do pecado e das suas consequências. Uma "descida" que Jesus percorreu até o fim, até a morte de cruz, até os infernos do extremo distanciamento de Deus. Desse modo, Ele é a mão que Deus estendeu ao homem, à ovelha perdida, para reconduzi-la a salvo. Como ensina Santo Agostinho, Jesus tirou de nós a tentação, para nos dar a vitória (cf. Enarr Psalmos em, 60,3:. PL 36, 724). Portanto, também nós não tememos enfrentar o combate contra o espírito do mal: o importante é que o façamos com Ele, com Cristo, o Vencedor. E para estar com Ele voltemo-nos para a Mãe, Maria: Invoquemos com confiança filial na hora da provação, e ela nos fará sentir a potente presença de seu Filho divino, para repelir as tentações com a Palavra de Cristo, e assim recolocar Deus no centro da nossa vida.
(Após o Angelus)
Obrigado a todos!
Um caloroso saúdo aos peregrinos de língua italiana. Obrigado a todos! O brigado por virem tão numerosos! Obrigado! A presença de vocês é um sinal do afeto e da proximidade espiritual que vocês estão me manifestando nestes dias. Saúdo, em particular, a administração de Roma Capital, conduzida pelo prefeito, e com ele saúdo e agradeço a todos os habitantes dessa amada Cidade de Roma. Saúdo os fiéis da diocese de Verona, de Nettuno, de Massanninziata e da paroqeuia romana de Santa Maria Janua Coeli, como também os jovens de Seregni e Brescia.
A todos auguro um bom domingo e um bom caminho de Quaresma. Esta tarde inicia a semana de exercícios espirituais: continuemos unidos na oração. Boa semana a todos. Obrigado!
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AUDIÊNCIA DE QUARTA-FEIRA
Superar a tentação de submeter Deus a si e aos próprios interesses
As palavras de Bento XVI na Audiência Geral desta quarta-feira
CIDADE DO VATICANO, 13 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Queridos irmãos e irmãs,
Hoje, Quarta-feira de Cinzas, iniciamos o tempo litúrgico da Quaresma, quarenta dias que nos preparam para a celebração da Santa Páscoa; é um tempo de particular empenho em nosso caminho espiritual. O número quarenta aparece várias vezes na Sagrada Escritura. Em particular, como se sabe, recorda os quarenta anos no qual o povo de Israel peregrinou no deserto: um longo período de formação para transformar o povo de Deus, mas também um longo período em que a tentação de ser infiel à aliança com Deus estava sempre presente. Quarenta foram também os dias de caminhada do profeta Elias para chegar ao Monte de Deus, Horeb; bem como o tempoem que Jesuspassou no deserto antes de iniciar a sua vida pública e onde foi tentado pelo diabo. Na catequese de hoje gostaria de deter-me neste momento da vida terrena do Senhor, que leremos no Evangelho do próximo domingo.
Antes de tudo, o deserto, para onde Jesus se retira, é o lugar do silêncio, da pobreza, onde o homem é privado dos apoios materiais e se encontra diante das questões fundamentais da existência, é convidado a ir ao essencial e por isto lhe é mais fácil encontrar a Deus. Mas o deserto é também o lugar de morte, porque onde não tem água, não tem vida, é o lugar da solidão, onde o homem sente mais intensamente a tentação. Jesus vai para o deserto e lá é tentado a deixar o caminho indicado pelo Pai para seguir outros caminhos mais fáceis e mundanos (cf. Lc 4,1-13). Assim, Ele assume as nossas tentações, leva consigo a nossa miséria, para vencer o maligno e para abrir-nos o caminho para Deus, o caminho da conversão.
Refletir sobre as tentações sofridas por Jesus no deserto é um convite para cada um de nós a responder uma pergunta fundamental: o que é realmente importante na minha vida? Na primeira tentação o diabo propõe a Jesus transformar uma pedra em pão para acabar com a fome. Jesus responde que o homem vive também de pão, mas não somente de pão: sem uma resposta à fome da verdade, à fome de Deus, o homem não pode ser salvo (cf. vv 3-4.). Na segunda tentação, o diabo propõe a Jesus o caminho do poder: o conduz ao alto e lhe oferece o domínio sobre o mundo; mas este não é o caminho de Deus: Jesus tem muito claro que não é o poder mundano que salva o mundo, mas o poder da cruz, da humildade, do amor (cf. vv. 5-8). Na terceira tentação, o diabo propõe a Jesus atirar-se do ponto mais alto do Templo de Jerusalém e fazer-se salvar por Deus mediante seus anjos, isto é, de fazer algo de sensacional para colocar à prova o próprio Deus; mas a resposta é que Deus não é um objeto ao qual impor as nossas condições: é o Senhor de tudo (cf. vv 9-12.). Qual é o núcleo das três tentações que Jesus sofre? É a proposta de manipular a Deus, de usá-Lo para os próprios interesses, para a própria glória e para o próprio sucesso. Então, essencialmente, de colocar a si mesmo no lugar de Deus, retirando-O da própria existência e fazendo-O parecer supérfluo. Cada um deveria perguntar-se: qual é o lugar de Deus na minha vida? É Ele é o Senhor ou sou eu?
Superar a tentação de submeter Deus a si e aos próprios interesses ou colocá-Lo em um canto e converter-se à ordem correta de prioridade, dar a Deus o primeiro lugar, é um caminho que todo cristão deve percorrer sempre de novo. "Converter-se", um convite que escutamos muitas vezes na Quaresma, significa seguir Jesus de modo que o seu Evangelho seja guia concreto da vida; significa deixar que Deus nos transforme, parar de pensar que somos os únicos construtores da nossa existência; é reconhecer que somos criaturas, que dependemos de Deus, do seu amor, e apenas "perdendo" a nossa vida Nele podemos ganhá-la. Isto exige trabalhar as nossas escolhas à luz da Palavra de Deus. Hoje não se pode mais ser cristão como uma simples consequência do fato de viver em uma sociedade que tem raízes cristãs: mesmo quem nasce de uma família cristã, é educado religiosamente deve, a cada dia, renovar a escolha de ser cristão, ou seja, dar a Deus o primeiro lugar, diante das tentações que uma cultura secularizada sugere continuamente, diante das críticas de muitos contemporâneos.
As provas às quais a sociedade moderna submete o cristão, de fato, são muitas, e afetam a vida pessoal e social. Não é fácil ser fiel ao matrimônio cristão, praticar a misericórdia na vida cotidiana, dar espaço à oração e ao silêncio interior; não é fácil opor-se publicamente às escolhas que muitos consideram óbvias, como o aborto em caso de gravidez indesejada, a eutanásia em caso de doença grave, ou a seleção de embriões para prevenir doenças hereditárias. A tentação de deixar de lado a própria fé está sempre presente e a conversão torna-se uma resposta a Deus que deve ser confirmada muitas vezes na vida.
Temos como exemplo e estímulo as grandes conversões como a de São Paulo no caminho de Damasco, ou de Santo Agostinho, mas também na nossa época de eclipses do sentido do sagrado, a graça de Deus está a serviço e faz maravilhas na vida de muitas pessoas. O Senhor nunca se cansa de bater à porta dos homens em contextos sociais e culturais que parecem engolidos pela secularização, como aconteceu para o russo ortodoxo Pavel Florenskij. Depois de uma educação completamente agnóstica, a ponto de agir com verdadeira hostilidade para com os ensinamentos religiosos ensinados na escola, o cientista Florenskij encontra-se a exclamar: "Não, não é possível viver sem Deus!", e a mudar a sua vida completamente, a ponto de tornar-se monge.
Penso também na figura de Etty Hillesum, uma jovem holandesa de origem judia que morreuem Auschwitz. Inicialmentedistante de Deus, descobre-O olhando em profundidade dentro de si mesma e escreve: "Um poço muito profundo está dentro de mim. E Deus está nesse poço. Às vezes eu posso alcançá-lo, muitas vezes a pedra e a areia o cobrem: então Deus está sepultado. É preciso de novo que o desenterrem"(Diário, 97). Na sua vida dispersa e inquieta, encontra Deus em meio à grande tragédia do século XX, o Holocausto. Esta jovem frágil e insatisfeita, transfigurada pela fé, torna-se uma mulher cheia de amor e paz interior, capaz de dizer: "Vivo constantemente em intimidade com Deus".
A capacidade de opor-se às atrações ideológicas do seu tempo para escolher a busca da verdade e abrir-se à descoberta da fé é evidenciada por outra mulher do nosso tempo, a americana Dorothy Day. Em sua autobiografia, confessa abertamente ter caído na tentação de resolver tudo com a política, aderindo à proposta marxista: "Eu queria andar com os manifestantes, ir para a cadeia, escrever, influenciar os outros e deixar o meu sonho no mundo. Quanta ambição e quanta busca de mim mesma havia em tudo isso!". O caminho de fé em um ambiente tão secularizado era particularmente difícil, mas a Graça age da mesma maneira, como ela mesma ressalta: "É certo que eu senti muitas vezes a necessidade de ir à igreja, ajoelhar, curvar a cabeçaem oração. Uminstinto cego, poderia-se dizer, porque eu não estava consciente da oração. Mas eu ia, inseria-me na atmosfera da oração ... ". Deus a conduziu a uma consciente adesão à Igreja, em uma vida dedicada aos menos favorecidos.
No nosso tempo não são poucas as conversões entendidas como retorno de quem, depois de uma educação cristã talvez superficial, afastou-se da fé por anos e depois redescobre Cristo e o seu Evangelho. No livro do Apocalipse, lemos: "Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo "(3, 20). O nosso homem interior deve preparar-se para ser visitado por Deus, e por essa razão não deve deixar-se invadir pelas ilusões, pelas aparências, pelas coisas materiais.
Neste tempo de Quaresma, no Ano da fé, renovemos o nosso compromisso no caminho de conversão, para superar a tendência de fechar-nos em nós mesmos e fazer, ao invés, espaço para Deus, olhando com seus olhos a realidade cotidiana. A alternativa entre o fechamento no nosso egoísmo e a abertura ao amor de Deus e dos outros, podemos dizer que corresponde à alternativa das tentações de Jesus: alternativa, isso é, entre o poder humano e o amor da Cruz, entre uma redenção vista apenas no bem-estar material e uma redenção como obra de Deus, a quem damos o primado da existência. Converter-se significa não fechar-se na busca do próprio sucesso, do próprio prestígio, da própria posição, mas assegurar que a cada dia, nas pequenas coisas, a verdade, a fé em Deus e o amor tornem-se a coisa mais importante.
(Após a catequese)
Amados peregrinos lusófonos, uma cordial saudação para todos, nomeadamente para os grupos portugueses de Lamego e Lisboa, e os brasileiros de Curitiba e Porto Alegre. Possa cada um de vós viver estes quarenta dias como um generoso caminho de conversão à santidade que o Deus Santo vos pede e quer dar! As suas bênçãos desçam abundantes sobre vós e vossas famílias! Obrigado!
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A "briga dentro da Cúria" não corresponde à realidade
Porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, critica a ênfase sobre possíveis divisões na Igreja e recomenda descrição objetiva aos jornalistas

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Cidade do Vaticano, 15 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org). Luca Marcolivio | 728 visitas

Durante o quinto briefing da semana com os jornalistas acreditados junto a Sala de Imprensa da Santa Sé, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, falou principalmente da nomeação do novo presidente do IOR (Instituto para Obras de Religião), sem desprezar alguns aspectos relacionados ao período da sede vacante e a transição para o novo pontificado.

Respondendo a pergunta de um repórter sobre a possível influência do cardeal John Tong, primeiro cardeal chinês da história a participar de um conclave, Pe. Lombardi disse que esta presença reforça a “dimensão asiática" e "enriquece o colégio cardinalício”.
O Cardeal Tong "é bem-vindo" e sua contribuição será escutada "com atenção", mas não deve criar um "relevo específico sobre a relação entre a China e da Igreja".
Algumas incógnitas surgiram sobre o destino da biblioteca do Santo Padre: dificilmente os volumes permanecerão no convento Mater Ecclesiae, onde Ratzinger vai estar depois de passar alguns diasem Castel Gandolfo, no entanto, "haverá uma doação significativa de livros importantes que o acompanham”. Permanecendo no Vaticano o ex-Pontífice pode conseguir qualquer livro que não esteja na biblioteca do mosteiro.
Sobre os documentos do Papa - que normalmente são embalados e transferidos para o Arquivo Secreto toda vez que um papa morre - desta vez serão divididos entre os documentos pessoais, que acompanharão Ratzinger em sua nova residência e os de trabalho, que terão outro destino.
Comentando sobre a tendência de certas publicações sobre "tensões, luta de poder e conflito", o porta-voz do Vaticano definiu como uma atitude que "na maioria dos casos vai além da realidade”. Essas deformações dos meios de comunicação refletem o fenômeno do "Concílio real" contradizendo o "Concílio das mídias", como descreveu Bento XVI no seu último encontro com o clero romano. Convém que nas próximas semanas a imprensa passe uma imagem da sede vacante "mais próxima da realidade”.
O conceito de "divisão na Igreja", além de tudo, é um "debate amplo" e complexo, comentou Pe. Lombardi. Em qualquer instituição "há uma diversidade de pontos de vista, que faz parte da dinâmica normal de toda instituição”. Isto não é em si um fato positivo ou negativo: as diferenças podem ser "destrutivas" se levam à "falta de amor", ao "egoísmo" e ao "pecado". Por outro lado, pode ser construtivo e eficaz o "confronto que leva a encontrar juntos o caminho da comunidade”.
Bento XVI é um Pontífice que sempre se preocupou com "a unidade da Igreja", com o "empenho ecumênico", portanto, a "briga dentro da Cúria", na opinião de Pe. Lombardi , não "corresponde à realidade”.
"Se existem diferenças de opinião, estas fazem parte de uma dinâmica normal", concluiu o responsável da Sala de Imprensa do Vaticano.
(15 de Fevereiro de 2013) © Innovative Media Inc.

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