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Agora o Vaticano deve desmentir Scalfari

Agora o Vaticano deve desmentir Scalfari.

Por Antonio Socci | Tradução: Gercione Lima – Fratres in Unum.com: Ele fez novamente. É claro que Eugenio Scalfari tem uma curiosidade especial (talvez até mesmo alguma preocupação) pelo nosso destino eterno.

No domingo passado, 15 de março, em seu editorial no jornal La Repubblica, o “fundador” mais uma vez atribuiu ao Papa Francisco, de quem é amigo, confidente e entrevistador, nada menos do que outra tese embaraçosa e até um pouco explosiva.

Eis o que escreve Scalfari:

“Quem teve o dom de conhecer Papa Francisco sabe que o egoísmo é o inimigo mais perigoso para a nossa espécie. (…) Se o egoísmo suplanta e sufoca o amor pelos outros, obscurece a centelha divina que está dentro dele, e se auto condena. O que acontece com aquela alma apagada? Será punida? E como? A resposta de Francisco é distinta e clara: não há punição, mas a aniquilação daquela alma. Todas as outras participam na bem aventurança de viver na presença do Pai. As almas aniquiladas não fazem parte daquele convívio, com a morte do corpo seu percurso chegou ao fim”.

Ele já havia escrito a mesma coisa em outro editorial publicado em La Repubblica, do dia 21 de setembro de 2014:

“O Papa acredita que, se a alma de uma pessoa se fecha em si mesma e deixa de se interessar pelos outros, aquela alma não libera mais qualquer força e morre. Ela morre antes mesmo que morra o corpo. Como alma deixa de existir. A doutrina tradicional ensinava que a alma é imortal. Se ela morrer em pecado, vai pagá-lo após a morte do corpo. Mas, para Francisco evidentemente não é assim. Não há um inferno e nem purgatório. “

Esta teoria não só nega um pilar fundamental da fé católica, que é a imortalidade da alma (de todas as almas), mas também nega outra pedra angular da mesma fé, ou seja, a possibilidade real do castigo eterno do inferno do qual o próprio Jesus fala muitas vezes e de forma muito clara no Evangelho (“Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘ Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno'”, Mt 25,40; “ali haverá choro e ranger de dentes”, Mt 8, 12).

Scalfari, na prática, voltou novamente a atribuir ao Papa uma tese que nega dois dogmas, coisa gravíssima que – se tiver realmente sido formulada por Bergoglio – teria consequências colossais.

Mas, como o fundador de La Repubblica não é um zé qualquer, porque ele se vangloria de ser amigo e confidente do papa Bergoglio e que dele teve respaldo repetidamente a ponto de ser recebido para longos colóquios publicados em forma de entrevistas, se faz obrigatório da parte do Vaticano, que venha a público desmentir as heresias que são atribuídas ao papa.

Na verdade, eu não quero acreditar que Bergoglio pense isto. Mas seria o caso de afirmá-lo claramente, desmentindo Scalfari.

Porque um jornalista tão importante e respaldado pelo papa, que escreve atribuindo-lhe repetidamente teses heterodoxas, cria escândalo entre os fiéis e merece um desmentido claro e definitivo.

Caso contrário, restará no mínimo a dúvida de que no Vaticano há a intenção de se usar deliberadamente um duplo registro, deixando temerariamente que circulem fora da Igreja certas doutrinas e ideias atribuídas ao Papa.

Mas eu espero que ninguém queira ser contado entre aqueles que escandalizam os simples, considerando bem as palavras que Jesus pronunciou sobre eles …

Fonte: Fratres in unum