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Crônicas Vaticanas: lições do passado nas Audiências Gerais. John Thavis: Bento XVI foi um professor, e uma vez papa, nunca deixou de ensinar. E não somente coma s encíclicas, mas sobretudo durante as …More
Crônicas Vaticanas: lições do passado nas Audiências Gerais.

John Thavis: Bento XVI foi um professor, e uma vez papa, nunca deixou de ensinar. E não somente coma s encíclicas, mas sobretudo durante as Audiências Gerais das quartas-feiras. Hoje, nas Crônicas Vaticanas daremos uma olhada nos temas propostos pelo Papa nas últimas Audiências, falando dos pensadores cristãos da Idade Média. Sou John Thavis, editor-chefe em Roma de Catholic News Service.
Carol Glatz: E eu sou Carol Glatz, correspondente em Roma de Catholic News Service. Todas as quartas, o papa realiza sua Audiência Geral diante de milhares de fiéis. O ápice do evento é um discurso de 5-10 minutos que o Papa pronuncia em italiano, seguido de uma síntese em outras línguas. Nessas ocasiões, ele tem toda a atenção da mídia sobre si, e poderia falar de desarmamento nuclear ou de injustiça econômica. Mas nos últimos anos, se concentrou em alguns escritores e monges cristãos da Idade Média, na maior parte desconhecidos.
John Thavis: É verdade, quando o papa começou a citar Santo Odon, um abade beneditino do século X, muitas pessoas, até mesmo no Vaticano, se perguntaram quem era. E Santo Odon foi o promotor de uma reforma monástica, encorajando os monges e os cristãos da época a fugirem da decadência da sociedade e a abraçar uma vida mais austera. Uma mensagem radical, que segundo o papa mantém sua atualidade, mesmo diante da cultura materialista e hedonista de hoje.
Carol Glatz: O Papa fez uma reflexão parecida sobre São Pier Damiani, um monge do século XI, que convidava os seus contemporâneos a dedicar tempo também à meditação e à oração. Creio que Bento XVI quisesse recordar às pessoas de hoje que também no passado havia muito trabalho. E acrescentou que – como naquele tempo – não se pode ouvir a voz de Deus quando se está imerso no caos cotidiano.
John Thavis: Outra interessante figura evidenciada pelo Papa foi Pedro, o Venerável, um abade francês do século XII, famoso por seu papel de mediador e por sua abertura ao judaísmo e ao islamismo. O papa disse que na base da tolerância de Pedro, o Venerável em relação aos muçulmanos havia o fato de ter estudado o islã nas fontes originais. Também aqui, um desafio para os cristãos modernos em tempos de diálogo inter-religioso.
Carol Glatz: Desde o início do seu pontificado, Bento XVI sempre usou os discursos da Audiência para dirigir o olhar a figuras carismáticas da Igreja, a partir dos apóstolos e dos evangelistas. Uma espécie de vademecum do Catolicismo de hoje, do qual, segundo o papa, existe uma grande necessidade.
John Thavis: No final, algo inesperado. Em todos os seus discursos, o papa, que é realmente um teólogo apaixonado por bibliotecas, enfatizou o fato de que os mistérios divinos não podem ser compreendidos através do estudo, dos livros ou das argumentações. É preciso, ao invés, ter fé e dedicar tempo aos exercícios espirituais, algo que os santos da Idade Média bem compreenderam. Sou John Thavis.
E eu sou Carol Glatz, de Catholic News Service.
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