pt.news
207

Relatório McCarrick: Três papas não conseguiram investigar rumores persistentes

O Vaticano divulgou em 10 de novembro um relatório de 449 páginas sobre o ex-cardeal McCarrick, de 90 anos. Pontos principais:

• As primeiras acusações informais sobre a conduta de McCarrick em relação a seminaristas e padres surgiram em meados da década de 1990, antes de João Paulo II visitar Newark, onde McCarrick era o arcebispo.

João Paulo II conhecia o ultraliberal McCarrick desde 1976 e o nomeou pessoalmente como arcebispo de Washington (2000) e cardeal (2001), embora o cardeal O'Connor de Nova York tenha informado ao Núncio que McCarrick havia sido objeto de alegações anônimas e fosse conhecido por convidar seminaristas para dormir com ele na mesma cama.

• Até este ponto, nenhuma vítima confiável havia se apresentado, exceto um padre que já havia abusado de dois meninos adolescentes e que em 2000 acusou McCarrick de má conduta sexual.

Bento XVI aceitou a renúncia de McCarrick em 2006 aos 76 anos. Embora aconselhado a iniciar um processo canônico contra McCarrick, Bento XVI não o fez porque não havia alegações de agressão credíveis. Ele pediu a McCarrick que se mantivesse discreto e reduzisse suas viagens, mas nunca o sancionou.

• Quando, mais tarde, outro padre se apresentou, o então núncio Viganò informou ao cardeal Ouellet, que lhe pediu em 2012 para investigar o assunto. O relatório afirma que Viganò “não tomou essas medidas”.

Francisco só soube que houve "rumores relacionados a conduta imoral com adultos ocorridos antes da nomeação de McCarrick para Washington". Foi apenas em 2017 que McCarrick foi acusado de agressão a um menor.

• No entanto, Viganò disse em 2018 que já havia informado Francisco em 2013 sobre o caso.

Fotografia: © U.S. Institute of Peace, CC BY-NC-SA, #newsGmgquaunzy