O paradoxo bergoliano

O paradoxo bergoliano
Esoares

Talvez, durante os últimos dez anos, a Santa Sé tenha sido alvo das maiores investigações na História mais do que qualquer outra instituição , mais por conta justamente da contradição que ela vive hoje.

E contradição é o que nos chama a atenção para percebemos o atual momento em que nós, católicos do século XXI, estamos inseridos no mundo hoje.

A análise do contexto presente não é de fácil apreensão, pois o problema apresentado para nós católicos se dá na pessoa de alguém que foi incumbido de reger e julgar toda a humanidade: o papa.

Questionamos também que será que nessa altura dos acontecimentos se é mesmo necessário nos expormos à opiniões contrárias dentro da Igreja, ou ainda, corrermos o sério risco de no perdemos eternamente.

Quando você ataca verbalmente um papa ou alguém que está revestido da majestade papal, sem o ser de fato, você não ataca só a sua pessoa, mas a Igreja no geral, isso independentemente de quem está na Cátedra de São Pedro.
Mas muitos poderiam alegar que Infalibilidade não é o mesmo que impecabilidade, portanto, ninguém poderia julgar um papa. No entantanto, Begóglio tem se esforçado em mostrar um outro ângulo. Com o conceito de "igreja de saída", Francisco nos faz entender que ele apostatou de seu cargo como supremo pastor da Igreja iventando uma nova doutrina.

Então poderíamos classificá-lo simplesmente como um anti-papa?

Eu receio em dizer que a resposta é não. A situação é mais delicada, não nos permitindo uma rápida explicação por palavras, e tão pouco, por pensamentos abstratos. Para chamar Francisco de falso profeta você teria que considerar todos os papas pós-conciliares como sendo invalidos, e isso eu já não poderia fazer, pois as provas são muito opacas.

Ainda devemos perceber que, estamos presos em um dispositivo da Divina justiça, sem ter como sair, pois o próprio Bergóglio nos fez questão de nos lembrar. Para melhor entender esse raciocínio, veja que, quando há anos atrás Francisco deu aquela fatídica entrevista dizendo "...quem era ele para julgar?", na verdade, ele estava invocando contra os seus críticos um lembrete de que a jurisdição divina o protegia.

Objetivamente, podemos encontrar na era bergoliana uma singularidade incomum, mais do que foi no reinado de qualquer um outro papa. Até a questão de seu pontificado ser invalido foi cogitada. No entanto, tudo não sai do campo das ideias, uma vez que nenhum concílio foi convocado para discutir tal questão.

Não é a questão de acreditarmos que um papa não pudesse ser o falso profeta como descrito no apocalipse, pois um papa se reveste muito mais do caráter profético em seu cargo do que qualquer um outro do seu rebanho.Se a participação de todos os fiéis no Múnus profético de Cristo é algo certo, como consta no parágrafo 903 do catecismo, devemos perceber que, o papa está mais acima de todas as esferas da sociedade, pois conta com o Múnus de Vigário de Cristo.

Existem muitos argumentos que poderíamos excluir Bergólio do sacerdócio, tais como ele foi excomungado automaticamente quando apostatou da fé, mas vou excluí-los esses argumentos de nossa lista.

Como já disse, é a autoriade eclesial que deve dizer antes do mundo laico que Bergoglio é um anti-papa.

Nenhum mortal poderia ter condições de removê-lo. Sua unção pode não ter sido desfeita com a excomunhão automática como se prevê, nos fazendo perceber que Bergoglio é mais como um rei da estirpe de Saul, que teve sua vida poupada por Davi por contar de sua proteção divina:

"E disse aos seus homens: 'Deus me guarde de jamais cometer este crime, estendendo a mão contra o ungido do Senhor, meu senhor, pois ele é consagrado ao Senhor!'”. 1 Samuel 24,7

Humanamente você não consegue explicar o contexto do pontificado do papa Francisco. Observemos que o monsenhor Viganó, a maior autoridade que faz resistência à Bergoglio, não chega diretamente a dirigir qualquer palavra perjorativa contra ele.

Observe que ele segue em todos os detalhes o que ensinou São Pedro, quando chegasse esse momento:

"...embora os anjos, superiores em força e poder, não pronuciem contra elas, aos olhos do Senhor, o julgamento injurioso".( II Pedro 2, 11)

O melhor a fazer é guardar a nossa opinião sobre a maçonaria eclesiástica. Fazer resistência como disseram Viganó, Atanasio Schneider, Raymund Burke , é o melhor a se fazer nesse momento.

A tese que todos os papas pós-conciliares são invalidos, ainda é muito vaga, precisando ter mais provas e um julgamento eclesiástico concreto. É claro que, a posição favorável do Concílio à liberdade religiosa, nos leva a crer que houve sim uma ruptura. No entanto, tal ruptura não é suficiente para descrer nesta Igreja como a fundada por Cristo.

Alguns podem Pensar que todos os sacramentos foram invalidados na igreja conciliar, mas esse é um controverso pensamento. Se de fato isso fosse possível, os católicos no mundo não passariam de poucos milhares e isso seria falta de fé na Misericórdia de Deus. Sendo então 50 anos sem sacramentos?

Mas, apenas temos a certeza de que temos que honrar o santo padre em um ponto, não pela pessoa humana dele, mas muito mais pela posição que oculpa: inserido na Cátedra de São Pedro.

Nunca é demais lembrar, uma coisa é certa, a falsa igreja já está atuando no meio de nós desde o Vaticano II. Nesse momento, cabe apenas a nossa maior participação para orientar os irmãos para que não sigam os caminhos propostos pelos lobos e tendo uma maior participação no tradicionalismo, frequentando missas no rito antigo, nada mais. Parodoxalmente, estamos presos em um dilema que nos impede avançar mais contra o inimigo, pois um ataque direto significaria também minar os alicerces em que ele está sobreposto, coisa que objetivamos defender com a nossa própria vida.
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ELTON DE OLIVEIRA SOARES shares this
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O paradoxo bergoliano é uma imensa armadilha que os modernistas impuseram diante de nós católicos. Um dilema que só pode ser vencido com a paciência dada por Deus, caso contrário, corremos o risco imenso de lutarmos contra a própria a Igreja.