29:53
lcijr
338
LIVRO: O DIABO, LUTERO E O PROTESTANTISMO - CAPÍTULO IV A ENTRADA EM CENA - Pe. Júlio Maria. O DIABO, LUTERO E O PROTESTANTISMO - ( PDF ) Áudio Português INTRODUÇÃO CAPÍTULO I O DESAPARECIMENTO DA …Mais
LIVRO: O DIABO, LUTERO E O PROTESTANTISMO - CAPÍTULO IV A ENTRADA EM CENA - Pe. Júlio Maria.

O DIABO, LUTERO E O PROTESTANTISMO - ( PDF )
Áudio Português
INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I O DESAPARECIMENTO DA IGREJA
1. Qual o mentiroso? 2. Asserção ridícula; 3. A santidade continua; 4. A mentira protestante; 5. Os protestos dos protestantes; 6. A obra de Jesus Cristo; 7. Conclusão.

CAPÍTULO II UM RETRATO AUTÊNTICO
1.Primeiros anos de Lutero; 2. A Vocação de Lutero; 3. Estudos Incompletos de Lutero; 4.Viagem a Roma; 5. Os dois grandes erros de Lutero; 6. Conclusão.

CAPÍTULO III A QUEDA DE LUTERO
1. O estado de alma e a conversão de Lutero; 2. Os escrúpulos de Lutero; 3. Conclusão.

CAPÍTULO IV A ENTRADA EM CENA
1. A questão das indulgências; 2. A declaração de Guerra; 3. Primeira reação da Igreja; 4. Lutero e o Papa; 5. A discussão de Leipzig; 6. Furores de Lutero; 7. Conclusão.

CAPÍTULO V A CONDENAÇÃO DE LUTERO
1. O desesperado; 2. Novas doutrinas heréticas; 3. A Bula de Condenação; 4. Os insultos de Lutero; 5. A excomunhão de Lutero; 6. Perante o Conselho de Worms; 8. Conclusão.

CAPÍTULO VI LUTERO EM WARTBURGO
1. A pretensa missão de Lutero; 2. Aparições do Diabo; 3. Tentações impuras; 4. A liberdade evangélica; 5. Saída de Wartburgo; 6. Fingimento hipócrita; 7. Conclusão.

CAPÍTULO VII SANGUE E LAMA
1. A guerra dos campônios; 2. Lutero e o povo; 3. Lutero autoridade; 4. Adversários do Reformador; 5. O feminismo de Lutero; 6. Raptores e raptadas; 7. Catarina de Bora; 8. O “casamento” de Lutero; 9. O “casamento” de Lutero; 7. Conclusão.

CAPÍTULO VIII OS ALICERCES DAS SEITAS PROTESTANTES
1. Os primeiro projetos; 2. Constituição do protestantismo; 3. Propaganda e Violência; 4. Adversários do reformador; 5. O monge e os fanáticos; 8. Os falsos amigos de Lutero; 7. Conclusão.

CAPÍTULO IX OS AUXILIARES DE LUTERO
1. O fogoso Zwínglio; 2. O iconoclasta Carlostadt; 3. O infame Calvino; 4. O sanguinário Henrique VIII; 5. Outros colaboradores; 6. Conclusão.

CAPÍTULO X ÚLTIMAS LUTAS DO REFORMADOR
1. Na fortaleza de Coburgo; 2. O ódio ao Papado; 3. Bigamia de Felipe de Hesse; 4. Louco ou possesso. 5. Conclusão.

CAPÍTULO XI ÚLTIMOS DIAS E MORTE DE LUTERO
1. O homem terrível; 2. Desgostos e remorsos; 3. Última viagem; 4. A morte misteriosa; 5. Outras opiniões; 6. O enterro de Lutero; 7. Conclusão.

CAPÍTULO XII A CONTRA REFORMA
1. O Concílio de Trento; 2. A sagrada Escritura e a tradição; 3. pecado Original; 4. A Justificação; 5. Os sacramentos em geral; 6. A eucaristia; 7.Penitência e Extrema Unção; 8. Ordem a Matrimônio; 9. Purgatório e indulgências; 10. O culto dos santos; 11. Decretos disciplinares; 12. Conclusão.

CAPÍTULO XIII OS SANTOS E A SANTIDADE
1. Os Papas; 2. As ordens religiosas; 3. Os santos dessa época; 4. Os sábios da época; 5. Conclusão.

CAPÍTULO XIV OS SUCESSORES DE LUTERO
1. Os Batistas; 2. Os presbiterianos; 3. Os metodistas; 4. Os quakers ou tremedores; 5. A fragmentação protestante; 6. Seitas, seitas, seitas; 7. Seitas excêntricas; 8. Conclusão

CAPÍTULO XV O PROTESTANTISMO
1.Julgados por si mesmos; 2. A sentença de morte; 3. Um morto ainda vivo; 4. O simulacro de religião; 5. A mixórdia protestante; 6. A moral protestante; 7. Conclusão.

CAPÍTULO XVI UMA VISTA GERAL
1. Grandes e grandes; 2. Lutero; 3. O grande erro; 4. A interpretação individual; 5. Retratações de Lutero; 6. Fatos significativos; 7. Juízo de um anglicano; 8. Conclusão

A ENTRADA EM CENA

Dada a índole turbulenta de Lutero, compreende-se logo que as suas novas doutrinas enunciando: - SÓ A BÍBLIA É NECESSÁRIA, - e É A FÉ QUE SALVA – não ficariam encerradas no limitado espaço de sua cela monacal. O frade revoltoso não era homem de meias medidas; depois de cair, necessariamente arrastaria outro consigo, pois as idéias concebidas na leitura falsificada da Epístola ao Romanos tornaram nele logo uma verdadeira OBSESSÃO, passando a informar toda a sua vida e as suas atividades.

Faltava apenas uma ocasião azada para serem manifestadas em público. E esta circunstância não tardou. Foi a pregação das indulgências na Alemanha.

Conforme confessou o próprio reformador, pouco significaram para ele tais benefícios espirituais, chegando mesmo a dizer ignorar o que fosse uma indulgência (W. W. I. 65).

Analisemos, aqui, o desenrolar dos fatos intitulados por nós: A ENTRADA DE LUTERO EM CENA.

1. A QUESTÃO DAS INDULGÊNCIAS

Havia tempo que a Santa Sé projetava construir em Roma uma grande basílica em honra de São Pedro, em substituição à velha igreja do mesmo nome.

A idéia do Papa Júlio II, em 1506, era fazer que a catolicidade contribuísse para levantar-se o monumento que devia ser como que a manifestação pública da unidade católica; o projeto ultrapassava os mais suntuosos edifícios do mundo. Para que os católicos de todo o mundo se interessassem pela obra comum, o Papa concedeu uma indulgência particular a todos os cooperadores desta empresa por meio de esmolas.

Já havia tal indulgência sido pregado em quase todos os países, com exceção da Alemanha, devido às grandes somas que, de direito, tenha o império germânico de dar à Roma, o que anteriormente suscitara certo descontentamento.

Julgou o Papa Leão X que tal animosidade desaparecera, podendo, também a Alemanha contribuir, opor seu turno, para ajudar à Basílica de Roma, e, por isso, mandou publicar a Bula das indulgências em março de 1515. Eram condições para se lucrar a indulgência: confissão, comunhão, um dia de jejum, a visita a sete igrejas ou altares e um esmola para a Basílica em construção. Foi nomeado o arcebispo de Mainz comissário desta indulgência, devendo ela entrar em vigor na Quaresma de 1517. O arcebispo nomeou como vice-comissário do arcebispado de Magdeburgo o dominicano João Tetzel, que já havia exercido a mesma função em Mainz, no ano anterior.

Como desempenhou o padre Tetzel este ofício?...

O dominicano era um orador popular, talentoso, mas, segundo consta das informações de Grisar, cometeu exageros ao explicar o modo de aplicação das indulgências aos vivos. Há quem afirme que os desvios nas expressões do pregador em nada afetaram a sua doutrina, sempre exata.

No ensino eclesiástico, a INDULGÊNCIA É A REMISSÃO DA PENA TEMPORAL DEVIDA AOS PECADOS JÁ PERDOADOS, benefício espiritual que a Igreja concede sob certas cláusulas a quem está em estado de graça, aplicando-lhe os méritos infinitos de Jesus Cristo, e os superabundantes de Maria Santíssima e dos Santos, os quais constituem o tesouro da Igreja.

A indulgência plenária perdoa toda a pena temporal, enquanto a parcial apaga apenas um parte dela. Para se lucrarem as indulgências, importa estar em estado de graça e cumprir o que elas prescrevem. Em virtude da Comunhão dos Santos, as indulgências podem geralmente ser aplicadas às almas do purgatório, sem que, entretanto saibamos com certeza os frutos praticamente a elas comunicados. Tal aplicação, de fato não depende só da Igreja, senão da vontade de Deus. Depois da revolta de Lutero, e para motivá-la, inventaram os protestantes mil e tantas calúnias contra Tetzel e o objeto de suas pregações, mas os ataques foram sem fundamento e sem provas.

2. A DECLARAÇÃO DE GUERRA

Tetzel não falou em Wittemberg, mas na Saxônia, em Juterbog; desta sorte, Lutero não ouviu pessoalmente a tal pregação, conhecendo-a através das informações de seus alunos e amigos.

Lutero se inflamou, achando favorável a ocasião para agir.

E logo começou, decidido a todos os excessos, com todo o ardor de seu temperamento impetuoso, ávido de proezas e novidades.

Na véspera da festa de Todos os Santos, orago da Igreja dos Agostinianos, uma multidão se acotovelava na praça para ganhar a indulgência da Porciúncula, quando Lutero apareceu com 95 teses contrárias às indulgências, as quais afixou à porta do templo. Era a declaração de guerra religiosa. O novo herege levantou-se contra o ensino da Teologia, declarando não terem as indulgências valor algum perante Deus, não passando de apenas canônicas impostas pela Igreja. Além disso, negou a doutrina referente ao tesouro da Igreja.

Finalmente pergunta Lutero: por que o Papa não constrói a basílica de São Pedro com seu próprio dinheiro, ele que possui riquezas maiores do que o mais abastado Cresus, em vez de recorrer aos fiéis pobres?...

No mesmo dia o revoltoso remeteu as teses ao arcebispo de Mainz, aconselhando-o a substituir a pregação das indulgências por outras, para evitar se escrevesse contra esta doutrina.

Tetzel, prevendo a significação e a rápida propaganda das teses de Lutero, pôs-se logo em campanha contra o adversário. Para este fim, publicou uma lista de 106 proposições por ele defendidas, em 20 de janeiro de 1518, publicamente, diante da Universidade de Francfort. Lutero estava com as armas e, em vez de refletir e comparar as doutrinas expostas por ele com as do seu adversário, começou a atacar com furor mal contido a doutrina escolástica sobre a confissão, a contrição e a satisfação.

Aos amigos que lhe observaram a excentricidade da nova doutrina, Lutero retrucou com aquela sua teimosia costumeira: “Pouco me importa alguns me considerarem herege; são cérebros escuros que mal cheiraram a Bíblia”. Permaneceu Tetzel firme e com perspicácia e preparo teológico que o exornavam, compreendeu logo profundamente a perversidade das teorias luteranas.

Enquanto muitos teólogos viram nestas discussões uma simples questão de palavras, Tetzel sentia estar em jogo uma verdadeira heresia, cujas consequências abalariam a fé em muitos católicos. De fato, a questão das indulgências foi desaparecendo rapidamente e, já em maio de 1518, toda a discussão se deslocara para a autoridade da Igreja. A novidade se espalhou célebre no meio do

povo, que apreciava, sobretudo a crítica de certos deslizes reais ou fictícios entre o clero e a instigação contra o pagamento de qualquer tributo ou sustento porventura exigido pela Igreja.. O povo não atinou logo não se trata aqui simplesmente de criticar abusos, mas ser desejo dos rebeldes um rompimento completo com a doutrina e a autoridade da Igreja.

3. PRIMEIRA REAÇÃO DA IGREJA

As idéias revolucionárias do heresia…